Programa de 1918 (clicar para ver em tamanho maior) |
“Os progressos da Banda Municipal acentuam-se cada vez mais, e tanto que na audição da tarde de 14 do corrente (…) um visitante americano, após a execução de um dos números do programa, se entusiasmou a ponto de subir ao coreto e apertar a mão ao regente, sr. Constâncio da Silva, e a apresentar-lhe as suas congratulações, entregando-lhe ao mesmo tempo um papel em que se dava a conhecer como organizador e director das audições musicais numa estação radiográfica de San Francisco da Califórnia”.
In jornal "A Verdade", 23 Abril de 1929
A banda municipal no Jardim de S. Francisco |
Outra notícia:
“Na audição que a Banda Municipal realizou no Jardim de S. Francisco no ultimo sábado, e a que tivemos o prazer de assistir, fizeram-se ouvir, como fôra anunciado, dois números duplos (duas valsas e dois fox-trots) executados por um Jazz composto apenas de doze elementos da mesma banda. Agradou-nos, como a outros, aqueles belos números de dança e bem assim a constituição do Jazz, que, sem duvida, representa mais um esforço do director da Banda, sr. Constâncio da Silva, no sentido de ser útil à sua terra, facilitando aos clubes e a particulares o meio de obter mesmo aqui um bom Jazz para as suas soirées, em vez de para tal fim se recorrer à vizinha colónia, e quasi sempre com dificuldade e grande dispêndio. Pois, ao que nos consta, o Club de Macau, o Grémio Militar e o Club de Recreio e Beneficência 1º de Junho, desdenhando os serviços que satisfatoriamente lhes poderia prestar o Jazz da Banda Municipal, que a cada um deles viria a custar, segundo nos informa o digno director, umas $140 por noite, o máximo, resolveram contratar em Hong Kong dois grupos de 5 músicos filipinos cada, um para o Club de Macau e o Grémio, e outro para o Club de Recreio e Beneficência, vindo-lhes esses grupos de músicos a custar umas $200, pouco mais ou menos, por cada noite, não falando já da dificuldade e do incómodo que tiveram para os obter. Não podemos deixar de lastimar tal facto, pois deixa-se assim de estimular e proteger uma iniciativa local, que aliás tão digna é da simpatia e do favor publico, para se favorecerem estranhos, sem que, de mais a mais, nada de plausível possa justificar uma tal preferência”.
In "A Voz de Macau", 10 Fevereiro 1931
“O Leal Senado, na sua sessão de 28 de Outubro findo, deliberou dar à proposta apresentada pela Direcção da Banda Municipal, em oficio nº 34 de 20 do mesmo mês o seguinte despacho: Que a séde da Banda Municipal continue instalada no prédio onde habita o actual Director da Banda, pagando-se a este pela parte ocupada pela mesma sede, e a partir de 1 de Janeiro de 1932, a renda de quarenta patacas mensais e mais dez patacas por mês pelo respectivo consumo da iluminação eléctrica. Que assuma interinamente a direcção da respectiva Banda, a partir de 1 de Janeiro próximo, o musico de primeira classe João Xavier, com o vencimento mensal de $250.00, até que ao Leal Senado se ofereça a oportunidade de contratar outro musico na altura de desempenhar cabalmente as funções desse cargo de modo que a mesma Banda continue a funcionar com a mesma eficiência que até aqui tem mantido. Que, quanto ao oferecimento que o sr. Director da Banda faz para gratuitamente superintender ou fiscalizar os serviços da Banda após a terminação do seu contrato, o Leal Senado infelizmente, não o pode aceitar, visto como tal aceitação implicaria a duplicação de funções que por lei pertencem exclusivamente ao vereador encarregado do pelouro da Banda. Que, entretanto será muito de apreciar e agradecer toda e qualquer cooperação espontânea que o actual Director da Banda, sr. Constâncio José da Silva, após a terminação do seu contrato, possa e queira prestar no sentido de instruir e orientar o Director interino nos serviços inerentes ao respectivo cargo, mesmo assumindo gratuitamente nos casos em que se torne necessário ou conveniente, a regência da mesma Banda, e isso enquanto ao Leal Senado não seja possível encontrar um director efectivo”.
in jornal "A Voz de Macau" 14 Novembro 1931
in jornal "A Voz de Macau" 14 Novembro 1931
“(…) A criação de uma Banda de Música em Macau visa especialmente aos seguintes fins: 1º A recreio e educação musical da população; 2º A divulgação da música portuguesa, tão ignorada nestas paragens. Ora nenhum destes fins tem sido ou pode ser alcançado pela Banda Municipal tal como está organizada, porque: A Banda, constituída em grande maioria por músicos feitos à pressa (nem outros será fácil alcançar atentos os exíguos vencimentos que lhe são pagos), está tocando mal, e portanto não recreia nem educa a população, podendo apenas concorrer para agravar o seu desinteresse por tão sublime arte, não sendo pois, assim, possível, por qualquer forma alcançar o fim educativo; Dos programas da mesma Banda verifica-se o absoluto desprezo a que é votada a música portuguesa, representada apenas de vez em quando por um “Pot-Pourri” ou por uma “Rapsodia popular”, tudo já for a da época, já for a do desenvolvimento da música portuguesa tão acentuado nestes últimos tempos. E disso temos que culpar os dois directores que, até hoje a Banda teve. Uma pequena, quasi insignificante parcela de culpa cabe ao Director interino, mas 99% cabe ao ex-Director da mesma. (…) Aos conhecimentos musicais do seu ex-Director não podemos perdoar essa falta que só podemos atribuir a ignorância e nunca ao desejo de mostrar desprezo pela música nacional. (…) As audições da Banda são escutadas por meia dúzia de pessoas e, francamente não podemos compreender que o Leal Senado mantenha uma Banda nas condições em que a actual se encontra…”
In jornal "A Voz de Macau" 31 Maio 1932
Em 1933 a Banda Municipal estreou-se aos microfones da Rádio:
“Como anunciamos, ontem, S. Exa. o Governador da Colónia, antes da execução do programa da Banda Municipal no estúdio da Estação Emissora C.Q.N. de Macau dirigiu (…) saudação aos portuguezes espalhados por todo Extrêmo-Oriente (…)
O Programa da Banda foi ouvido demasiadamente forte, pelo que sugerimos que enquanto o Estudio não estiver completamente adaptado a números de Banda a sua execução se faça numa outra sala ou no Salão do Leal Senado, onde um microfone devidamente instalado possa receber mais harmoniosamente o instrumental”.
O governador era António José Bernardes Miranda.
“Como anunciamos, ontem, S. Exa. o Governador da Colónia, antes da execução do programa da Banda Municipal no estúdio da Estação Emissora C.Q.N. de Macau dirigiu (…) saudação aos portuguezes espalhados por todo Extrêmo-Oriente (…)
O Programa da Banda foi ouvido demasiadamente forte, pelo que sugerimos que enquanto o Estudio não estiver completamente adaptado a números de Banda a sua execução se faça numa outra sala ou no Salão do Leal Senado, onde um microfone devidamente instalado possa receber mais harmoniosamente o instrumental”.
O governador era António José Bernardes Miranda.
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