sexta-feira, 16 de setembro de 2016

A festa do bolo "lunar" ou "bate-pau"

... ou do "bolo bate-pau", como se diz no patuá... é de origem chinesa e tem raízes profundas em Macau. Manda a tradição que no décimo quinto dia do oitavo mês do calendário lunar (tb se denomina festival do outono) todos os elementos da família se juntem para jantar, saindo depois de casa para contemplar a lua (a mais bonita do ano). Os adultos levam um bolo lunar e frutas e as crianças carregam lanternas até a um lago, jardim ou praia. Aí todos se dedicam a contemplar a Lua enquanto desfrutam de um momento único de convívio familiar.
Para saber mais sobre este festividade anual convido-os a ler um excerto de um texto do início da década de 1950 (de autor anónimo).
“O povo chinês , agarrado às suas tradições, celebra os ritos dos seus antepassados sempre com a mesma característica dos tempos antigos, vincando um tradicionalismo arreigado. Embora oficialmente abolido na China, o povo é que não deixa de se orientar pelo ano lunar, barreira que ele acha mais difícil de transpor do que as históricas muralhas do celeste Império. Integrado nesse modo de pensar, celebra vários factos no decurso do ano, sendo um dos mais importantes o do dia 15 da 8.ª Lua que é designado por festa do Bolo Lunar.
Quem alguma vez presenciou a forma festiva como se celebra esta data, não se terá esquecido dos não menos célebres bolos que se confeccionam e se vendem somente nesta época do ano. Os saborosos e tão variados bolos são a vida das padarias por todos esses dias, cujas vitrinas se enfeitam com motivos alusivos a tradições lendárias que os transeuntes apreciam e contemplam demoradamente. É de ver ainda cruzar-se os presentes desses bolos levados pelos amigos aos amigos, numa graciosidade de convívio que encanta pela sua simplicidade e corrobora mais os laços de amizade já existentes.  Pela noite fora há folguedos e todos se divertem animadamente, abancando às mesas do característico jogo chinês Majong, queimando panchões que estalam, num crepitar ensurdecedor, por todas as ruas e vielas, logo que a Lua aparece no Horizonte. (...)"
PS: sugestão de leitura: artigo da autoria de Leonel Barros sobre o tema.

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