quinta-feira, 29 de abril de 2010

Monsenhor Manuel Teixeira: o homem e a obra

Monsenhor Teixeira será para sempre recordado pela sua figura exótica, com longas barbas brancas e batina também branca. Deixou 130 livros...
O Padre Manuel Teixeira nasceu a 15 de Abril de 1912, em Trás-os-Montes, Portugal. Após a conclusão da instrução primária na sua terra natal, embarcou com alguns seminaristas destinados às missões do Oriente, a 16 de Setembro de 1924. Após mais de 1 mês de viagem chegou a Macau, a 27 de Outubro, ingressando no Seminário de S. José.
Na igreja do Seminário de S. José recebeu de D. José da Costa Nunes o diaconado, a 15 de Junho de 1934 e o presbiterado a 29 de Outubro de 1934. A 1 de Novembro desse mesmo ano celebrou a sua primeira missa na igreja de S. Domingos, passando a ser pároco de S. Lourenço até 1946. Foi assistente diocesano da Juventude Independente Católica Feminina (JICF).
Aos 22 anos foi-lhe entregue a direcção do “Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau”, cargo que desempenhou até 1947, ao mesmo tempo que era professor no Seminário (1932-1946) e do Liceu (1942-1945). O “Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau” tornou-se uma publicação internacionalmente conhecida, graças aos trabalhos do Padre Manuel Teixeira e ao valioso contributo de outras figuras de grande prestígio como José M. Braga e Charles R. Boxer. Em 1942, fundou a revista mensal “O Clarim” e foi co-fundador do seminário “União”.
Em 1948, parte para Singapura como superior e Vigário Geral das Missões Portuguesas de Singapura e Malaca. Em Singapura, organizou várias instituições religiosas e fundou a revista “Rally” que se publica em inglês. Em 1952, o Governo Português, em reconhecimento pelos seus relevantes serviços, agraciou-o com a condecoração do Oficialato da Ordem do Império Colonial. Em 1959, criou o Fundo dos Estudantes Pobres (St. Joseph's Church Book Fund).
Em 1962, regressou a Macau e passou a exercer funções docentes no Colégio de S. José (1962-1965), na Escola Comercial Pedro Nolasco (1962-1964) e no Liceu Nacional Infante D. Henrique (1964-1970). Foi Director dos “Arquivos de Macau” (1976-1980) e do “Boletim do Instituto Luís de Camões”.
Em 1981, a Fundação Calouste Gulbenkian premeia o seu trabalho “Os Militares em Macau” com o prémio de História; dois anos mais tarde, o seu trabalho “Toponímia de Macau” foi galardoado novamente com o prémio de História da Fundação Calouste Gulbenkian.
Foi membro da Associação Internacional de Historiadores da Ásia, da Academia Portuguesa de História e da Academia Portuguesa de Marinha, sócio-correspondente da Sociedade de Geografia de Lisboa, sócio da Sociedade Científica Católica Portuguesa, vogal do Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, vogal do Conselho da Universidade da Ásia Oriental e Doutor Honoris Causa em Letras, pela mesma Universidade. Em representação de Macau e de Portugal, participou em vários congressos realizados em Manila, Singapura, Taipé, Paris e Sidney, entre outros, onde proferiu comunicações.
Várias honras e distinções foram merecidas pelo Padre Manuel Teixeira, como a do Comendador da Ordem do Infante D. Henrique (1974) e Medalha de Valor (1985).
Em 1982, foi proclamado Figura do Ano em Macau, dado o seu cariz popular.
Por ocasião do seu Jubileu de Oiro Sacerdotal, em 1984, instituiu um fundo de apoio aos Estudantes Pobres de Macau com o nome Fundação Padre Teixeira, cujo capital excede já o montante de HK $600.000,00.
A 6 de Janeiro de 1989, foi proclamado Membro da Academia Portuguesa de História, e a 10 de Junho do mesmo ano foi condecorado, pelo Presidente da República Portuguesa, Dr. Mário Soares, com a Comenda da Ordem Militar de S. Tiago e Espada.
Em 1990, doou um fundo de $900.000,00 escudos em favor dos Velhinhos e Abandonados da Casa de Santa Marta de Chaves. Regressou a Portugal a 16 de Maio de 2001, onde veio a morrer, em Chaves, na Casa de Santa Marta a 15 de Setembro de 2003, com 91 anos.
Como investigador da história do Oriente Português, o Padre Teixeira vai buscar certas influências a uma tradição de estudos históricos já existente em Macau, desde o Século XVIII.
Em sua opinião: “Como estudioso da história de Macau, o mais importante trabalho é tomar notas de todos os acontecimentos importantes de Macau e da sua Diocese, pois a história da igreja de Macau está intimamente ligada à história civil do Território, tornando-se difícil dissociar estas duas realidades…”. Disse também: “O homem é pó, a fama é fumo e o fim é cinza (…) só os meus livros permanecerão (…) e essa é a minha consolação!”
O Padre Manuel Teixeira deixou centenas de obras as quais são testemunho das suas palavras.
NA: Em Algés, Oeiras, há uma rua com o seu nome. Em Macau, que eu saiba, não. Vai-se lá saber porquê...
O Monsenhor Manuel Teixeira dominava as línguas portuguesa, inglesa e chinesa. Os seus contributos académicos são reconhecidos pela sociedade de Macau e foram merecedores de vários prémios e honras por instituições académicas internacionais.
Durante 70 anos de vida profissional produziu uma grande quantidade de obras e artigos alguns dos quais editados em publicações dirigidas por ele, como o “Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau”, “Arquivos de Macau” e “O Clarim”. Outros artigos foram igualmente publicados na “Revista Nam Van”, “Revista de Cultura”, “Revista Macau”, entre outras.
Estas obras têm uma grande influência na investigação da história de Macau, especialmente para o estudo da história da Diocese de Macau. Por consequência, várias instituições académicas de Macau e Portugal efectuaram catálogos das suas obras. Em 1992, para comemorar o 80º aniversário do Padre Manuel Teixeira, a Biblioteca Central de Macau (BCM) publicou um boletim bibliográfico intitulado “O Homem e a Obra”, onde é possível encontrar fotografias e a referência de todas as publicações de sua autoria então existentes na Biblioteca Central de Macau.
Em 2001, antes do seu regresso a Portugal, Monsenhor Manuel Teixeira foi convidado pela Biblioteca Central de Macau (BCM) a assinar as suas obras que pertencem à Biblioteca. O seu espólio, conservado na Sala de Macau da BCM, inclui: 130 títulos, editados entre 1937 e 1999, 305 analíticos, referentes a diversas publicações periódicas e uma Bibliografia Passiva com 27 títulos.

3 comentários:

  1. ADORAVA ESTE homem grande mesmo, meu amigo e convidente brincalhao, ainda cheguei a visita-lo ao hospital lia-lhe os textos que escrevia era mesmo meu amigo tenho saudades das graças dele e ele chamva-me(menina dos cabelos bonitos) adorava-o mesmofoi com muita pena que dei conta da noticia do falecimento dele tardia gostaria de saber aonde esta sepultado para fazer uma visita mesmo que seja assim saudades padre teixeira como eu o tratava sempre com muito respeito mais uma vez saudaçoes grandes que descanse em paz eu vou-me lembrar sempre de si e das nossas conversas

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  2. envie-me o seu contacto que terei todo o gosto em responder-lhe. Cumps

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  3. Depois de um tempo longo sem visitar este site.Só tenho mesmo Saudades.... Do que vivi nesta Terra das oportunidades boas.. Pessoas boas que conheci, algumas ainda encontro perdidas pelo Face. Pena este quem eu quero encontrar falar não esteja mais disponivel, não porque não queira ou não mostre interesse, mas ausencia forçada... Pena, tinha alguem sábio para (discutir) ideias, tudo que noas viesse á cabeça falavamos.. Desde 2001 que a Minha Vida tem sido perdser Pessoas que amava e continu-o a Amar óbvio.. Perdi meu Mano José António da Silva Burguete, perdi no ano seguinte a minha Melhor Amiga Ana Margarida Freire Teixeira, minha confidente de24 anos, se estivesse faria-mos 36 anos de Amizade.. Depois ainda não recuperada de tudo isto, recebi a noticia dia 18 de Novembro de 2005 pelas 18.30 minha Mãe Fernanda Ferreira Máximo da Silva acabava de falecer.. Triste, tudo em quem poderia confiar e desabafar perdi. Depois já muito tarde recebi a noticia deste Grande Homem tambem tinha partido... Mas este com uma Grande diferença, fiquei sem saber como teria falecido, aonde nem sequer pude ter a chance de me despedir nem ouvir mais uma única vez a voz dele, nem ouvir as graças quem me dirigia, fiquei triste.
    Agora tudo que me rodeava de bom na Minha Vida perdi... Fiquei fisicamente sem estas Pessoas em quem confiava, em quem podia ter a certeza que ali seria o meu Porto seguro. Mas nem tudo é ruim, pois fique com uma Herança impagável.. Meu Filho Afonso Miguel, Um filho que muitos País adorariam ter.. Meigo, trabalhador, bom estudante. Amigo da Mãe.. Tem sofrido muito, dormiu na rua em papelões comemos do lixo, vivemos o Diabo, Nunca ouvi daquela boca um aíii um choro, nada. Hoje tem 17 anos, está no 12º anos de Turismo, tem imensos amigos de escola primária, é feliz acredito, e tudo isto faz-me minimizar toda esta perda que a minha Vida Levou.. O meu Porto seguro, sei que o tenho sempre lá. Eu tambem estou sempre lá para ele.... A melhor coisa da Vida são realmente os nossos filhos.... Este é Abençoado.. e tenho pena de todos terem ido sem conhecer, ver crescer este menino intelegente.

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