sexta-feira, 4 de março de 2016

Bandeira nacional arriada em Macau em 1999 entregue à Liga dos Combatentes

A bandeira nacional arriada no último dia da administração portuguesa de Macau foi hoje entregue pelo general na reserva Rocha Vieira à Liga dos Combatentes, que a depositará no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha. Na sede da Liga dos Combatentes, em Lisboa, o último governador de Macau, Rocha Vieira entregou a bandeira nacional ao presidente da Liga dos Combatentes, general Chito Rodrigues, numa cerimónia a que assistiram o ex-Presidente da República general Ramalho Eanes, o professor Adriano Moreira, os chefes militares e o ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes.

A bandeira será levada no Dia do Combatente, dia 9 de Abril, para a sala das oferendas no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha, Leiria. Também foi entregue a salva de prata onde foi depositada a bandeira depois de ter sido arriada, há 16 anos, em Macau.


Foto e legenda do Diário de Notícias: 

A imagem de Rocha Vieira, 127º e último governador português de Macau, com a bandeira sobre o coração ficou para a história. E ocupou toda a página 2 do DN de 20 de Dezembro de 1999. Foi com “orgulho de soldado” que o general transportou o símbolo nacional, que pela última vez flutuara no Palácio da Praia Grande.



"A bandeira não podia ficar em melhores mãos", afirmou Rocha Vieira, que lembrou o "simbolismo muito forte" da cerimónia de transferência de soberania da Região Administrativa Especial de Macau de Portugal para a China, a 19 de Dezembro de 1999.
A forma como foi feita a transição, defendeu, permitiu que Macau continuasse a ter "a vocação que sempre teve no passado mas adaptada ao século XXI, de ser uma plataforma, de ser terra de charneira entre a China e o resto do mundo". "Macau é um exemplo do legado que Portugal deixou", disse.
Quando, há dez anos, foi tornado público que a bandeira nacional estava numa gaveta na casa do ajudante de campo de Rocha Vieira à altura, tenente-coronel Vasconcelos, muitas pessoas se interrogaram qual seria o destino da bandeira e muitas instituições se ofereceram para a guardar. Até que um governo - Rocha Vieira não disse qual - lhe telefonou a sugerir que a bandeira ficasse num "museu da expansão" que haveria de ser construído com todas as bandeiras usadas nos territórios administrados por Portugal. O museu nunca foi construído mas, sugeriu, poderia haver, no futuro, um local que reunisse as bandeiras ainda existentes e que estão fora do olhar do público.
José Alberto Azeredo Lopes afirmou por seu lado sentir-se como "o padre nos casamentos católicos", uma testemunha da cerimónia, e lembrou o momento que ficou registado numa imagem que "marcou muita gente": a do general Rocha Vieira com a bandeira nacional junto ao coração, depois de lhe ter sido entregue. Notícia da Agência Lusa de 4.3.2016

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