sábado, 8 de abril de 2017

Primórdios do chá no Brasil

No início do século XIX as encostas da Vista Chinesa do Rio de Janeiro foram desmatadas para ali se praticar a agricultura. A primeira experiência foi feita com a plantação de chá e com recurso a trabalhadores chineses trazidos de Macau, em 1812, pelo Conde de Linhares (ministro do reino).
O Príncipe Regente de Portugal tencionava transformar o Brasil num grande produtor e exportador de chá para a Europa já que na época o chá se apresentava com alto valor no mercado e aparentava vir a ser um produto mais rentável do que o café. Foi assim que, sob supervisão do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, fundado em 1808, foram plantados naquela encosta cerca de seis mil pés de chá que eram colhidos em três safras anuais.
Por volta de 1822 a plantação ia de vento de popa. Um quadro do pintor alemão Johann Moritz Rugendas intitulado "Chineses cultivando chá no Jardim Botânico do Rio de Janeiro" é a prova desses tempos áureos, embora curtos.
Na verdade a experiência viria a revelar-se um desastre já que o gosto do chá 'carioca' não agradava à maioria. Fosse pela fraca qualidade das plantas, pelas características do solo e do clima ou pela falta de conhecimentos dos cultivadores. Por volta de 1830 seria abandonada a cultura do chá mas as centenas de chineses oriundos de Macau (pelo navio Vulcano) para o seu cultivo ficariam pelo Brasil e logo depois seriam muito úteis na construção de uma estrada que dava acesso a uma vista privilegiada para a cidade do Rio de Janeiro e onde seria construído, em 1903) um "pavilhão chinês" (imagem abaixo). Mas essa história fica para depois...

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