quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Breve relação da vida e feitos de Lopo e Inácio Sarmento de Carvalho



"Breve relação da vida e feitos de Lopo e Inácio Sarmento de Carvalho: grandes capitãis que no seculo XVII honraram Portvgal no Oriente", da autoria de C. R. Boxer (1904-2000), edição de 1940.
Trabalho realizado no âmbito das comemorações do ano dos centenários da Fundação e Restauração de Portugal. Ilustrado em folhas intercaladas no texto. Impresso nas Oficinas da Imprensa Nacional. Tiragem limitada a 450 exemplares




“(...) Aludimos ao ilustre guerreiro seiscentista, Inácio Sarmento de Carvalho, cujo nome, afinal, vai ser perpetuado numa rua da cidade, onde nasceu, e que ilustrou pelas suas acções em defesa do Império Português no Oriente contra os inimigos Europeus e Asiáticos (...)”
Inácio Sarmento tem em Macau uma Travessa com o seu nome. A referência toponímica também se aplica a Lopo que tem uma avenida com o seu nome em Macau (junto ao hotel Lisboa) desde 1940. Começa entre a Rua da Praia Grande, e a Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, em frente da Estrada de S. Francisco, e termina na Avenida da Amizade.


Inácio Sarmento de Carvalho foi Capitão general de mar e terra no sul da Índia Oriental. Ignoram-se as datas do nascimento e falecimento. 
A 11 de abril de 1650 foi aprovado para exercer cargos na Índia, e D. João IV o nomeou sucessivamente governador de Baçaim, Damão e Rachol. Em 1658 foi nomeado comandante da armada do norte, depois recebeu a Capitania de Goa e diploma de conselheiro do Estado da Índia; e o governo de Moçambique em 1667.

Lopo Sarmento de Carvalho era um mercador oriundo de Bragança. Começou por se estabelecer na Índia (1607) e depois em Macau em 1615; foi Capitão – Mor da viagem do Japão em 1617 e em 1622, aquando do ataque dos holandeses, quando era capitão-mor da cidade comandando as tropas que defenderam o território de forma vitoriosa do invasor. Não tendo nunca tido acesso ao Senado, desempenhou o cargo de Provedor da Santa Casa da Misericórdia e foi ainda Capitão-–Mor da viagem de Manila. Integrou o núcleo de Eleitos da década de 1640, e foi considerado uma das «seis pessoas de mais authoridade, e praticas» no debate que, a propósito do envio de uma Embaixada ao Japão, ocorreu na cidade entre 1645 e 1646. Em 1642 tendo-se revelado, à semelhança do seu cunhado, pouco influente nas contradições ocorridas entre o Governador do Bispado frei Bento de Cristo, e o Comissários do Santo Ofício, padres Gaspar Luís, e Gaspar do Amaral, assinou o Termo de 31 de Maio aquando da aclamação de D. João IV em 1642. Embora tenha feito parte do núcleo de Eleitos e Adjuntos, foi por via do Reino, exógena à hierarquização social própria da cidade mercantil em questão, que se inscreveu num círculo de poder associado a Goa. A fortuna que diz possuir em finais da década de trinta de Seiscentos, orçada em seiscentos mil cruzados, favorecem-no inegavelmente em 1645. Contando com 62 anos de idade neste ano, e com vinte e oito anos de estadia em Macau, refere-se a si próprio nos seguintes termos: «(...)] fidalgo da caza de sua Magestade Caualleiro profeço capitão mor que foi desta cidade por duas vezes, e das viagens de Japão, e Manilla, Provedor da Santa Casa, outras duas Vezes».
Nota: Entre 1557 e 1623, não havia ainda a figura do Governador, eram os capitães-mores que comandavam os destinos de Macau



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