Carta registada remetida por Pedro Paulo Ângelo de Macau para o Hong Kong and Shangai Bank Corporation em 1936. Tem a particularidade de ter sido enviada por avião, uma novidade que só nesse ano passou a ser possível com os aviões da Pan Am. Até então o correio seguia por via marítima. Este novo serviço de correio aéreo durou pouco tempo já que os efeitos da 2ª guerra sino-japonesa também se fizeram sentir em Macau.
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
sábado, 29 de agosto de 2015
Museu da Prostituição - Qinglou Fang
A Rua da Felicidade era uma área com diferentes tipos de entretenimento, no início do século XX, muito semelhante ao que hoje acontece, no Nape, na zona ribeirinha. Porém, hoje em dia, as pessoas costumam pensar naquela rua como tendo sido apenas um local de bordéis e prostituição. A história da Rua da Felicidade é mais rica do que se pensa e a verdade será desvendada pelo Museu da Prostituição (ou Qinglou Fang, em mandarim), que deverá abrir na actual sede da Associação dos Empregados de Restaurantes e Padarias de Macau.
Mas a zona não foi sempre tão feliz como o nome sugere. A Rua da Felicidade foi, outrora, uma área inóspita e abandonada, apesar de localizada perto do Porto Interior. Porém, em 1870, o então governador de Macau, António Sérgio de Sousa, sugeriu aos maiores proprietários de terras da época, a família Wang, que construísse o primeiro teatro chinês do território, o Cheng Peng. Ali se pôde ver ópera chinesa, cinema e concertos, por mais de um século, até ter sido encerrado, em 1992.
Em 1932, a prostituição foi banida pelo Governo de Hong Kong e, subsequentemente, o “mercado das cortesãs” de Macau começou a florescer. Assim, no início do século XX, encontravam-se, na Rua da Felicidade, salas de ópio, bordéis, salas de jogo e tascas. Porém, o nosso entendimento actual da palavra bordel não reflecte de forma exacta a natureza desses estabelecimentos. A prostituição não era necessariamente a principal actividade destes espaços, nessa altura. As cortesãs tinham grande talento para tocar instrumentos musicais e cantar. Sob as grandes lanternas vermelhas, os visitantes do bairro poderiam ouvir o som da música doce, tocado pelas jovens cortesãs (pei pa chai, em cantonense), que normalmente eram vendidas, quando ainda eram muito jovens, e que cresciam nos bordéis. Literalmente, pei pa chai significa a jovem rapariga que toca a pipa, um instrumento musical tradicional de quatro cordas. Eram ensinadas a entreter, de forma elegante, os convidados, mas também aprendiam poesia, desenho e xadrez. Quando cresciam e tinham desenvolvido estas competências, tornavam-se cortesãs, acompanhando os clientes e talvez secretamente à espera de que alguém as levasse, oferecendo-lhes uma vida mais livre.
Mas a zona não foi sempre tão feliz como o nome sugere. A Rua da Felicidade foi, outrora, uma área inóspita e abandonada, apesar de localizada perto do Porto Interior. Porém, em 1870, o então governador de Macau, António Sérgio de Sousa, sugeriu aos maiores proprietários de terras da época, a família Wang, que construísse o primeiro teatro chinês do território, o Cheng Peng. Ali se pôde ver ópera chinesa, cinema e concertos, por mais de um século, até ter sido encerrado, em 1992.
Em 1932, a prostituição foi banida pelo Governo de Hong Kong e, subsequentemente, o “mercado das cortesãs” de Macau começou a florescer. Assim, no início do século XX, encontravam-se, na Rua da Felicidade, salas de ópio, bordéis, salas de jogo e tascas. Porém, o nosso entendimento actual da palavra bordel não reflecte de forma exacta a natureza desses estabelecimentos. A prostituição não era necessariamente a principal actividade destes espaços, nessa altura. As cortesãs tinham grande talento para tocar instrumentos musicais e cantar. Sob as grandes lanternas vermelhas, os visitantes do bairro poderiam ouvir o som da música doce, tocado pelas jovens cortesãs (pei pa chai, em cantonense), que normalmente eram vendidas, quando ainda eram muito jovens, e que cresciam nos bordéis. Literalmente, pei pa chai significa a jovem rapariga que toca a pipa, um instrumento musical tradicional de quatro cordas. Eram ensinadas a entreter, de forma elegante, os convidados, mas também aprendiam poesia, desenho e xadrez. Quando cresciam e tinham desenvolvido estas competências, tornavam-se cortesãs, acompanhando os clientes e talvez secretamente à espera de que alguém as levasse, oferecendo-lhes uma vida mais livre.
Depois da Segunda Guerra Mundial, o Governo de Macau finalmente declarou a prostituição e a gestão de bordéis como actividades ilegais. Foi então que a Rua da Felicidade deixou de ser Fa Kai (o bairro vermelho ou, em sentido literal, a rua das flores), voltando ao seu já esquecido ambiente insípido. Na ausência das jovens e lindas residentes, o Governo tem lutado, ao longo dos anos, para revitalizar o ambiente da zona, apesar de mais de seis milhões de patacas terem sido gastas na renovação de estruturas. Em 2012, o Instituto Cultural auxiliou a Associação de Empregados de
Restaurantes e Padarias de Macau na renovação da sua sede, localizada na Rua da Felicidade.
“O edifício era inicialmente um dormitório para os membros da associação. Conforme o tempo foi passando, os membros já não viviam ali e o local perdeu a função original”, afirma Laura Lei, a directora da Associação de História Oral de Macau. “Os membros pensaram que seria um desperdício continuar a usar o local como dormitório e quiseram revitalizá-lo. Foi assim que iniciámos a colaboração, para transformar o edifício no Museu da Prostituição”, diz, esclarecendo: “Não quisemos simplesmente adicionar uma nova função à estrutura, mas quisemos dar-lhe uma alma. Esperamos que isto leve à diversidade, e, idealmente, a um melhor equilíbrio entre desenvolvimento e conservação cultural.”
O museu terá três secções, repartidas por seis diferentes temas. No primeiro andar, estará a informação sobre os bordéis e um café, enquanto no segundo andar haverá uma loja criativa. “Ao dar-lhe o nome de Qinglou Fang ou Museu da Prostituição queremos captar a atenção das pessoas. Esperamos que, além de comprar recordações, as pessoas também aprendam que esta foi, em tempos, uma rua que nunca dormiu, com tantas histórias interessantes para contar”, afirma. Laura acredita que não apenas tornarão a área mais popular, mas também irão revelar a história da comunidade a mais pessoas. “A alma que lhe daremos deverá ser única e deverá revelar histórias que uma pessoa poderia, de outra maneira, ignorar ou nem sequer estar consciente.”
Restaurantes e Padarias de Macau na renovação da sua sede, localizada na Rua da Felicidade.
“O edifício era inicialmente um dormitório para os membros da associação. Conforme o tempo foi passando, os membros já não viviam ali e o local perdeu a função original”, afirma Laura Lei, a directora da Associação de História Oral de Macau. “Os membros pensaram que seria um desperdício continuar a usar o local como dormitório e quiseram revitalizá-lo. Foi assim que iniciámos a colaboração, para transformar o edifício no Museu da Prostituição”, diz, esclarecendo: “Não quisemos simplesmente adicionar uma nova função à estrutura, mas quisemos dar-lhe uma alma. Esperamos que isto leve à diversidade, e, idealmente, a um melhor equilíbrio entre desenvolvimento e conservação cultural.”
O museu terá três secções, repartidas por seis diferentes temas. No primeiro andar, estará a informação sobre os bordéis e um café, enquanto no segundo andar haverá uma loja criativa. “Ao dar-lhe o nome de Qinglou Fang ou Museu da Prostituição queremos captar a atenção das pessoas. Esperamos que, além de comprar recordações, as pessoas também aprendam que esta foi, em tempos, uma rua que nunca dormiu, com tantas histórias interessantes para contar”, afirma. Laura acredita que não apenas tornarão a área mais popular, mas também irão revelar a história da comunidade a mais pessoas. “A alma que lhe daremos deverá ser única e deverá revelar histórias que uma pessoa poderia, de outra maneira, ignorar ou nem sequer estar consciente.”
As cortesãs de Macau tinham direitos cívicos e protecção legal, tal como outros cidadãos, o que significava que gozavam de um estatuto social mais elevado do que as suas homólogas noutras zonas da China Continental. No tempo do feudalismo, tinham direito a comprar propriedade e até construir templos. Se estivessem doentes, poderiam ter tratamento e medicamentos gratuitos nos hospitais, incluindo no Kiang Wu e na Santa Casa da Misericórdia. É interessante mencionar que o Templo de Nuwa, na Rua de São Paulo, foi construído com contribuições das cortesãs.
Macau foi uma cidade neutra durante a Segunda Guerra Mundial, e assim continuou na Guerra da Resistência contra o Japão. Muitas pessoas ricas e empresários vieram de vários sítios da China Continental para o território em busca de refúgio. Assim, neste período, a Rua da Felicidade continuou a ser vibrante e próspera. “As cortesãs desempenharam papéis diferentes na comunidade naqueles dias, mas o de heroína é algo que a maior parte das pessoas desconhece. As pessoas poucas vezes falam – ou até se lembram – da sua contribuição para a comunidade durante a guerra”, afirma Laura. Quando as cortesãs ou prostitutas são descritas como “heroínas de guerra”, talvez sejamos tentados a pensar em cenas de filmes como “As Flores da Guerra”. Porém, a realidade por
detrás dos seus feitos não era assim tão aventurosa.
Durante a Guerra da Resistência contra o Japão, em 1937, foi estabelecida a Macau Academic Music Sports and Drama Industries Relief Association que se tornou o maior grupo patrióticoe de apoio da comunidade durante a guerra. “As cortesãs entraram na associação como representantes da indústria da música e actuavam para angariar fundos”, explica. Estas iniciativas foram organizadas até ao Inverno de 1941. Além de se juntaram à associação, as cortesãs da Rua da Felicidade e as dançarinas dos salões de baile também formaram a Fa Kai Relief Association. Um ano depois do incidente da Ponte Marco Pólo, popularmente conhecido por o Incidente de 7 de Julho e que se considera assinalar o início da Segunda Guerra Sino-Japonesa, a Fa Kai foi para as ruas recolher donativos. As cortesãs usaram os seus próprios acessórios de ouro e entregaram-nos a um bazar de caridade. Um jornal da altura publicou um artigo aclamando-as com o título: “Cortesãs estão também conscientes do ódio e da aversão causados pela invasão japonesa da nossa mãe-pátria.” “Estas são as histórias que queremos partilhar com os visitantes, para que eles possam ligar esta zona não apenas a bordéis e prostituição, mas para que também conheçam o outro lado da história”, conclui Laura.
Os museus são locais de memória, em que o tempo se transforma no espaço. As pessoas são frequentemente lembradas pela sua dedicação abnegada e contribuições à comunidade, através das provas que deixam atrás. Assim, quando visitarmos este novo museu e olharmos em volta para as fotos e objectos em exposição, talvez pensemos em imagens de uma rapariga bonita, com um vestido de seda, sentada debaixo de uma grande lanterna vermelha, tocando música doce na sua pipa, e nos ajude a lembrar da sua história fascinante.
Macau foi uma cidade neutra durante a Segunda Guerra Mundial, e assim continuou na Guerra da Resistência contra o Japão. Muitas pessoas ricas e empresários vieram de vários sítios da China Continental para o território em busca de refúgio. Assim, neste período, a Rua da Felicidade continuou a ser vibrante e próspera. “As cortesãs desempenharam papéis diferentes na comunidade naqueles dias, mas o de heroína é algo que a maior parte das pessoas desconhece. As pessoas poucas vezes falam – ou até se lembram – da sua contribuição para a comunidade durante a guerra”, afirma Laura. Quando as cortesãs ou prostitutas são descritas como “heroínas de guerra”, talvez sejamos tentados a pensar em cenas de filmes como “As Flores da Guerra”. Porém, a realidade por
detrás dos seus feitos não era assim tão aventurosa.
Durante a Guerra da Resistência contra o Japão, em 1937, foi estabelecida a Macau Academic Music Sports and Drama Industries Relief Association que se tornou o maior grupo patrióticoe de apoio da comunidade durante a guerra. “As cortesãs entraram na associação como representantes da indústria da música e actuavam para angariar fundos”, explica. Estas iniciativas foram organizadas até ao Inverno de 1941. Além de se juntaram à associação, as cortesãs da Rua da Felicidade e as dançarinas dos salões de baile também formaram a Fa Kai Relief Association. Um ano depois do incidente da Ponte Marco Pólo, popularmente conhecido por o Incidente de 7 de Julho e que se considera assinalar o início da Segunda Guerra Sino-Japonesa, a Fa Kai foi para as ruas recolher donativos. As cortesãs usaram os seus próprios acessórios de ouro e entregaram-nos a um bazar de caridade. Um jornal da altura publicou um artigo aclamando-as com o título: “Cortesãs estão também conscientes do ódio e da aversão causados pela invasão japonesa da nossa mãe-pátria.” “Estas são as histórias que queremos partilhar com os visitantes, para que eles possam ligar esta zona não apenas a bordéis e prostituição, mas para que também conheçam o outro lado da história”, conclui Laura.
Os museus são locais de memória, em que o tempo se transforma no espaço. As pessoas são frequentemente lembradas pela sua dedicação abnegada e contribuições à comunidade, através das provas que deixam atrás. Assim, quando visitarmos este novo museu e olharmos em volta para as fotos e objectos em exposição, talvez pensemos em imagens de uma rapariga bonita, com um vestido de seda, sentada debaixo de uma grande lanterna vermelha, tocando música doce na sua pipa, e nos ajude a lembrar da sua história fascinante.
Artigo da autoria de Melanie Ma publicado no Ponto Final de 7.8.2015
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
A tomada de Ceuta e a 'viagem' até Macau
Há 600 anos, a 22 de Agosto de 1415 dá-se a tomada de Ceuta - hoje um enclave espanhol no Norte de África - pelos portugueses, situação que durou até à Guerra da Restauração.
O "Reino da China" assinalado num Atlas de 1571 |
Na Crónica da Tomada de Ceuta, Gomes Eanes de Zurara (1450) escreve "(...) Já passavam de sete horas e meia depois do meio dia, quando a cidade foi de todo livre dos mouros. (...) As outras Companhias [de soldados portugueses], não tinham maior cuidado doutra coisa que de apanharem o esbulho. (...) Muitos que se acercaram primeiramente naquelas lojas dos mercadores que estavam na rua direita, assim como entraram pelas portas sem nenhuma temperança nem resguardo, davam com suas facas nos sacos das especiarias, e esfarrapavam-nos todos, de forma que tudo lançavam pelo chão. E bem era para haver dor do estrago, que ali foi feito naquele dia. Que as especiarias eram muitas de grosso valor. E as ruas não menos jaziam cheias delas (...) as quais depois que foram calcadas pelos pés da multidão das gentes que por cima delas passavam, e de si com o fervor do sol que era grande, davam depois de si muy grande odor. (...)"
A data assinala o início da expansão marítima e por via disso, o início da 'viagem' até Macau.
Em 1434 dá-se o "reconhecimento" da costa africana e Gil Eanes ultrapassa o Cabo Bojador, na costa do actual Saara Ocidental, que até então era o ponto mais meridional conhecido na costa de África. Em 1446 os portugueses chegam à costa da Guiné, atual Guiné-Bissau, seguindo-se Cabo Verde e S. Tomé (1471). Em 1498 Vasco da Gama aporta em Moçambique a caminho da Índia e é dali que parte Jorge Álvares, o primeiro português a chegar à China por via marítima em 1513, aportando na ilha de Tamão, adjacente à costa sudeste da China, hoje denominada Lin Ten.
Esta viagem é considerada como o primeiro passo para o estabelecimento dos portugueses em Macau situação que se iniciaria pouco depois e seria 'oficializada' em 1557.
terça-feira, 18 de agosto de 2015
Pelos meandros do labirinto
O livro A Paixão Chinesa de Wenceslau
de Moraes de Danilo Barreiros é de algum modo
um livro perigoso, pois
lê-lo e escrever sobre ele abre para um
labirinto infinito de referências e de evocações
no seio das quais estão reunidas
todas as condições para nos perdermos.
Tanto a vida e a obra de Wenceslau deMoraes como a obra e sobretudo a vida
de Danilo Barreiros produzem imediatamente
um fascínio ao qual é quase impossível
resistir. Estamos na presença de
dois aventureiros que transformaram as
suas vidas em romances, recheados de
peripécias tão variadas quanto apaixonantes.
Mas o mais importante ainda é
que não estamos a falar de misantropos,
de aventureiros mais ou menos solitários,
mas antes pelo contrário de personalidades
que entreteceram ao longo das suas
vidas múltiplas relações com figuras da
vida cultural, social e cultural do seu tempo,
com outras vidas, portanto, se não tão
apaixonantes quanto as suas, pelos menos
tão importantes e de atenção obrigatória.
Através de Danilo Barreiros e Wenceslau de Moraes entramos em contacto estreito com Camilo Pessanha, José Vicente Jorge, Sun Yat-Sen, Lou-Kau, Lou-LimIok, Zeng Guanying, entre muitas outras figuras ligadas à história da vida social de Macau. “E fugi, e voei, e fui deixando farrapos de alma (…)”. Tereza Sena não podia fugir ao significado desta frase que mais parece um verso de um poema autobiográfico, e por isso a escolheu para epígrafe da sua introdução, para se referir a Wenceslau de Moraes, que sendo o motivo desta obra não é o seu autor. Sobre Wenceslau de Moraes, a obra que, se outros méritos não tivesse teria pelo menos esse de deslocar a atenção sobre o aventureiro e escritor da sua ligação e paixão ao mundo nipónico e lembrar que antes do Japão, Wenceslau de Moraes, está também por uma estranha paixão ligado à China, embora através de Macau. Sabe-se que o Japão foi o maior amor da sua vida e que algumas vezes não se terá mesmo referido nos melhores termos a Macau e à China, contudo no balanço existencial da sua ligação ao Oriente, Macau e a China representaram um papel insubstituível, pois aqui viveu entre 1931 e 1945, o que não pode ser de somenos, aqui casou, mesmo que não tenha sido segundo os cânones do Direito Civil Português e aqui foi pai por duas vezes e afinal as únicas, que se saiba. Wenceslau José de Sousa Moraes nasceu em 30 de Maio de 1854, na Travessa da Cruz do Torel em Lisboa. Com 17 anos assentou praça voluntariamente em Caçadores 5, que abandonou para entrar na Marinha, concluindo o curso de Escola Naval aos 21 anos. Foi depois promovido a guarda-marinha indo servir em África Iniciou então um período de viagens a Moçambique com paragens na costa africana e Madeira. Em 1880 foi promovido a segundo- -tenente, e em 1885 fez a sua segunda estadia em Moçambique seguindo para Timor. Durante essa viagem fez escala em Zanzibar, Colombo, Singapura, Batávia, Macáçar e finalmente, Timor, onde apenas permaneceu um ano, pois foi obrigado a regressar por ordem médica. Em 1886, com 32 anos, foi promovido a capitão- -tenente. Dois anos mais tarde, em 1888, foi para Macau onde permaneceu até 1898 desempenhando missões no Sião e em Hong-Kong. Nesse primeiro ano começou a escrever a sua primeira obra, Traços do Extremo-Oriente, que foi publicada em Portugal em artigos avulsos no jornal O Correio da Manhã, sob o pseudónimo de A. da Silva. Wenceslau José de Sousa Moraes, seguiu a carreira da Marinha por questões financeiros, mas jamais se adaptou. Foi professor de matemática no Liceu de Macau, onde se tornou amigo de Camilo Pessanha e com quem partilhava muitos dos valores e interesses, em particular os literários e poéticos. Iniciou a sua ligação à escrita muito cedo, através da qual exprimia os seus anseios e desabafos mais profundos, a sua estrutural inadequação à sociedade convencional das mesquinhas preocupações. Em 1889 passou a viver com Vong Ioc Chan, uma jovem anglo-chinesa conhecida por Atchan (à qual há referência num episódio em Traços do Extremo-Oriente), e nesse mesmo ano visitou pela primeira vez o Japão que tanto o encantou. Desta paixão chinesa nasceram dois filhos, José de Sousa Moraes e João de Sousa Moraes. Separou-se da família devido ao seu cargo de oficial, mas assegurou sempre a subsistência dos três e a educação dos filhos até que estes atingissem a idade para se sustentarem e ajudarem a mãe. Ambos foram baptizados na igreja de São Lourenço em Macau, o mais velho em 1 de Setembro de 1892 e o mais novo em 2 de Setembro de 1905, estudaram em Hong Kong e visitavam a mãe durante as férias do colégio. O contacto com Atchan e os filhos foi mantido pela troca de correspondência através de Feliciano Francisco do Rosário, um macaense que servia de benévolo intermediário epistolar. Desta correspondência temos conhecimento pela obra de Danilo Barreiros A Paixão Chinesa de Wenceslau de Moraes, Desde a sua primeira visita turística ao Japão em 1889, durante a qual passou por Nagasáqui, Kobe e Iokohama, que Wenceslau de Moraes referiu a imensa atracção que sentia pelo País do Sol Nascente. A morte da sua mulher japonesa foi crucial. Uma ferida da qual nunca se terá curado verdadeiramente. Aos 59 anos deu início à sua niponização integral na cidade de Tokushima, pequena cidade do Sul do Japão, visitando o túmulo de O-Yoné. Depois viveu com Ko-Haru, sobrinha de P-Yoné e foi com a morte desta que mergulhou finalmente na mais completa solidão (…) Wenceslau de Moraes acabou por adoptar progressivamente todos os costumes japoneses até os religiosos que segundo ele se adpatava melhor à sua vida solitária.
Através de Danilo Barreiros e Wenceslau de Moraes entramos em contacto estreito com Camilo Pessanha, José Vicente Jorge, Sun Yat-Sen, Lou-Kau, Lou-LimIok, Zeng Guanying, entre muitas outras figuras ligadas à história da vida social de Macau. “E fugi, e voei, e fui deixando farrapos de alma (…)”. Tereza Sena não podia fugir ao significado desta frase que mais parece um verso de um poema autobiográfico, e por isso a escolheu para epígrafe da sua introdução, para se referir a Wenceslau de Moraes, que sendo o motivo desta obra não é o seu autor. Sobre Wenceslau de Moraes, a obra que, se outros méritos não tivesse teria pelo menos esse de deslocar a atenção sobre o aventureiro e escritor da sua ligação e paixão ao mundo nipónico e lembrar que antes do Japão, Wenceslau de Moraes, está também por uma estranha paixão ligado à China, embora através de Macau. Sabe-se que o Japão foi o maior amor da sua vida e que algumas vezes não se terá mesmo referido nos melhores termos a Macau e à China, contudo no balanço existencial da sua ligação ao Oriente, Macau e a China representaram um papel insubstituível, pois aqui viveu entre 1931 e 1945, o que não pode ser de somenos, aqui casou, mesmo que não tenha sido segundo os cânones do Direito Civil Português e aqui foi pai por duas vezes e afinal as únicas, que se saiba. Wenceslau José de Sousa Moraes nasceu em 30 de Maio de 1854, na Travessa da Cruz do Torel em Lisboa. Com 17 anos assentou praça voluntariamente em Caçadores 5, que abandonou para entrar na Marinha, concluindo o curso de Escola Naval aos 21 anos. Foi depois promovido a guarda-marinha indo servir em África Iniciou então um período de viagens a Moçambique com paragens na costa africana e Madeira. Em 1880 foi promovido a segundo- -tenente, e em 1885 fez a sua segunda estadia em Moçambique seguindo para Timor. Durante essa viagem fez escala em Zanzibar, Colombo, Singapura, Batávia, Macáçar e finalmente, Timor, onde apenas permaneceu um ano, pois foi obrigado a regressar por ordem médica. Em 1886, com 32 anos, foi promovido a capitão- -tenente. Dois anos mais tarde, em 1888, foi para Macau onde permaneceu até 1898 desempenhando missões no Sião e em Hong-Kong. Nesse primeiro ano começou a escrever a sua primeira obra, Traços do Extremo-Oriente, que foi publicada em Portugal em artigos avulsos no jornal O Correio da Manhã, sob o pseudónimo de A. da Silva. Wenceslau José de Sousa Moraes, seguiu a carreira da Marinha por questões financeiros, mas jamais se adaptou. Foi professor de matemática no Liceu de Macau, onde se tornou amigo de Camilo Pessanha e com quem partilhava muitos dos valores e interesses, em particular os literários e poéticos. Iniciou a sua ligação à escrita muito cedo, através da qual exprimia os seus anseios e desabafos mais profundos, a sua estrutural inadequação à sociedade convencional das mesquinhas preocupações. Em 1889 passou a viver com Vong Ioc Chan, uma jovem anglo-chinesa conhecida por Atchan (à qual há referência num episódio em Traços do Extremo-Oriente), e nesse mesmo ano visitou pela primeira vez o Japão que tanto o encantou. Desta paixão chinesa nasceram dois filhos, José de Sousa Moraes e João de Sousa Moraes. Separou-se da família devido ao seu cargo de oficial, mas assegurou sempre a subsistência dos três e a educação dos filhos até que estes atingissem a idade para se sustentarem e ajudarem a mãe. Ambos foram baptizados na igreja de São Lourenço em Macau, o mais velho em 1 de Setembro de 1892 e o mais novo em 2 de Setembro de 1905, estudaram em Hong Kong e visitavam a mãe durante as férias do colégio. O contacto com Atchan e os filhos foi mantido pela troca de correspondência através de Feliciano Francisco do Rosário, um macaense que servia de benévolo intermediário epistolar. Desta correspondência temos conhecimento pela obra de Danilo Barreiros A Paixão Chinesa de Wenceslau de Moraes, Desde a sua primeira visita turística ao Japão em 1889, durante a qual passou por Nagasáqui, Kobe e Iokohama, que Wenceslau de Moraes referiu a imensa atracção que sentia pelo País do Sol Nascente. A morte da sua mulher japonesa foi crucial. Uma ferida da qual nunca se terá curado verdadeiramente. Aos 59 anos deu início à sua niponização integral na cidade de Tokushima, pequena cidade do Sul do Japão, visitando o túmulo de O-Yoné. Depois viveu com Ko-Haru, sobrinha de P-Yoné e foi com a morte desta que mergulhou finalmente na mais completa solidão (…) Wenceslau de Moraes acabou por adoptar progressivamente todos os costumes japoneses até os religiosos que segundo ele se adpatava melhor à sua vida solitária.
Leopoldo Danilo Barreiros nasceu em 11 de Outubro de 1910 tendo partido
muito novo à descoberta do mundo. Viveu em Macau entre 1931 e cerca de 1945, terra
da qual nunca se desligou afectiva e culturalmente. Em Macau foi professor, jornalista e
empenhado activista da Cruz Vermelha Internacional durante a II Guerra Mundial, tendo
sido ainda um entusiástico bibliógrafo e coleccionador. Licenciou-se em Direito depois do
regresso a Portugal, e exerceu o notariado e a advocacia. Publicou, entre outros estudos,
O Testamento de Camilo Pessanha e As Marcas da Porcelana Chinesa. “Em Lisboa, foi um dos
fundadores da Casa de Macau e viveu sempre com a cabeça em Macau, mas nunca mais lá
foi…”. Leopoldo Danilo Barreiros faleceu no ano de 1994.
Artigo da autoria de Manuel Afonso Costa publicado no jornal Hoje Macau de 13.3.2015
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
上海葡裔難民在澳門 Refugiados de Xangai em Macau
Já antes referi esta exposição上海葡裔難民在澳門 Refugiados de Xangai em Macau: 1937-1964 que está patente ao público até ao dia 6 de Dezembro deste ano em Macau. Willis Chan (a quem agradeço) captou estas imagens de alguns dos documentos expostos. Contam a história da família de Clementina Fernandes nascida em Xangai e que se refugiou em Macau na década de 1950.
terça-feira, 11 de agosto de 2015
Barra Temple
A lot of attention is paid to what’s happening inland in Macau, but people rarely cast their eyes seawards. Nestled in a hillock on the southern part of the peninsula is the A-Ma Temple, otherwise known as Ma Kok Miu. It's the oldest in the city and one of the best known Taoist temples in Macau, dedicated to the goddess Mazu, protector of seafarers and fishermen.
Mazu was known to her family as Lin Mo, a girl born in the Song dynasty (AD960-1279) and who died at the age of 28 in Putian, in China's Fujian province. During her lifetime, Lin offered her natural born weather forecasting ability to locals and saved the lives of many fishermen from the menace of typhoons. The local people respected her enormously and eventually deified her as “Mazu: Goddess of the Empty Sea”.
The A-Ma temple is believed to have been constructed by fishermen in the year 1488 to commemorate their beloved Mazu. Today the temple is a destination offering silence and spectacular views.
Mazu was known to her family as Lin Mo, a girl born in the Song dynasty (AD960-1279) and who died at the age of 28 in Putian, in China's Fujian province. During her lifetime, Lin offered her natural born weather forecasting ability to locals and saved the lives of many fishermen from the menace of typhoons. The local people respected her enormously and eventually deified her as “Mazu: Goddess of the Empty Sea”.
The A-Ma temple is believed to have been constructed by fishermen in the year 1488 to commemorate their beloved Mazu. Today the temple is a destination offering silence and spectacular views.
Images from 1930's
At the main entrance, guarded by a pair of stone lions, the Gate Pavilion is a granite structure 4.5 metres wide. Artisans have produced masterpieces on the granite with scenes of Chinese mythology, animals and historical allegories. To this day the Gate Pavilion stands as an architectonic masterpiece and no one can ignore the harmonious lines and the imagination that presided over the composition of the friezes which includes the cornice surmounted by multicoloured tiles of faience.
The temple consists of six main parts: the Gate Pavilion, the Memorial Arch, the Prayer Hall, the Hall of Benevolence, the Hall of Guanyin and a Buddhist pavilion. They make up a series of classical Chinese architectural treasures.
The temple consists of six main parts: the Gate Pavilion, the Memorial Arch, the Prayer Hall, the Hall of Benevolence, the Hall of Guanyin and a Buddhist pavilion. They make up a series of classical Chinese architectural treasures.
The Hall of Benevolence is believed to be the oldest of the pavilions, dating back to 1488. Distributed in banques all around are chapels and sanctuaries, dedicated to Tin-Hau, Sovereign of the Heavens, whose festivity is observed every year on the 23rd day of the Third Moon.
In the temple yard, engraved on one of the rocks there's a drawing of a boat. It represents a Fukien embarkation. The Fukienese are believed to be the first ever inhabitants of Macau. They were mostly fishermen and Tin Hau was their goddess.
In the 16th century the Portuguese landed near the temple. They asked the local inhabitants the name of the land, but the locals misunderstood, thinking that the Portuguese were asking for the name of the temple. So they answered “A-Ma-Gau”, meaning “Bay of A-Ma”, on which A-Ma Temple is located. That's where the name “Macau” is believed to derive. In modern Cantonese, “Macau” (Ou Mun) means “gateway of the bay”.
In the 16th century the Portuguese landed near the temple. They asked the local inhabitants the name of the land, but the locals misunderstood, thinking that the Portuguese were asking for the name of the temple. So they answered “A-Ma-Gau”, meaning “Bay of A-Ma”, on which A-Ma Temple is located. That's where the name “Macau” is believed to derive. In modern Cantonese, “Macau” (Ou Mun) means “gateway of the bay”.
Article by João Botas published on Destination Macau, published in July/August 2015 in Hong Kong.
quinta-feira, 6 de agosto de 2015
A carta a Salazar de Gabriel Maurício Teixeira
Gabriel Maurício Teixeira está em Moçambique quando recebe o convite para governar Macau no Verão de 1940. A competência para a nomeação dos governadores das colónias portuguesas pertencia ao Conselho de Ministros sob proposta do ministro da pasta. É este quem por norma sugere o nome ao chefe do governo, Oliveira Salazar, e só depois o nome do novo governador era levado a conselho para formalizar a nomeação. A posse era normalmente conferida em Lisboa. Com Maurício Teixeira isso não acontece dada a necessidade urgente de seguir para Macau.
O rascunho da carta de resposta a Salazar (enviada no início de Agosto de 1940) é escrito a cor verde na parte de trás de um edital dos “Portos de Lourenço Marques e Inhambane.” Aceite o convite, onde é notório que vai contrariado (“é serviço e serviço não se discute, cumpre-se”, escreve), Maurício Teixeira procura inteirar-se da situação que espera encontrar em Macau. Refere por exemplo que ao consultar um anuário de 1939 verifica que “há ao todo 10 médicos” - o que lhe parece pouco - “Dá um médico por 50 mil pessoas”, conclui.
Entretanto recebe de Lisboa as “cifras e instruções confidenciais” para o seu mandato. E também sobre estas instruções toma diversas notas, nomeadamente sobre os meios militares. “Quanto às forças militares, Macau está na mesma situação da Índia e Timor: não tem condições de defesa e portanto a sua força tem de ser de polícia. No actual momento de emergência aquela polícia tem de ser anormalmente acrescida em correspondência com a anormalidade da situação internacional”.
Numa carta que envia ao ministro das Colónias afirma concordar com o que se lhe pede. “Resumindo”, creio poder afirmar a V. Exa que me será fácil ser lael ao plano das intenções de V. Exa porque elas representam uma orientação lógica (...)”.
Face à urgência que lhe pedem para seguir viagem informa que “conto seguir no dia 14 de Setembro num barco holandês, o primeiro que tinha passagens disponíveis” e lamenta não poder partir juntamente com a família, pois um dos filhos está doente.
Poucos dias depois, a 23 de Setembro, o já nomeado governador recebe uma carta das autoridades portuárias da Cidade do Cabo (África do Sul) com a informação de que o navio holandês onde deverá seguir está atrasado pelo que a mulher e filhos (a bordo do Niassa) deverão conseguir juntar-se a ele em Lourenço Marques e prosseguir viagem juntos.
A partida atrasa-se e Maurício Teixeira informa Lisboa por telegrama. “Devo seguir daqui no dia 2/3 Outubro, via terra para Durban para embarcar ali a 6/7 Outubro”. Chegará a Macau a 29 de Outubro.
O "Nyassa" e Maurício Teixeira no dia da chegada a Macau 29.10.1940
Teor do rascunho da carta-resposta de Maurício Teixeira a Oliveira Salazar
“Exmo. Sr. Presidente do Conselho, Estava destinado que eu não havia de pregar/pegar? na União Nacional de Moçambique, para a qual afinal nunca cheguei a ser convidado pela Comissão de Colónias da União Nacional, tendo recebido apenas o ‘anúncio de convite’. Sem ser ouvido nem achado recebi o convite para governar Macau, o que aceitei pela situação espinhosa do Oriente. De todas as nossas colónias, é justamente Macau a que nenhum interesse oferece sob o ponto de vista administrativo, onde nada há que crear ou fomentar, e cuja vida económica está exclusivamente ligada a actividades pouco dignas. Enfim, é ‘serviço’ e serviço não se discute. Cumpre-se. Não tenho ilusões quanto às dificuldades que vou encontrar, mas tão-pouco levo receios. Esforçar-me-ei ao máximo por cumprir, e se as circunstâncias forem superiores a mim ou às minhas possibilidades, como nem directa nem indirectamente influi para a minha escolha, sairei de lá com a mesma consciência tranquila com que para lá vou. (...) hei-de esforçar-me para bem cumprir, a bem da Nação e também por devotada dedicação ao Chefe. Aceite V. Exa. os votos de felicidades bem do coração (...) respeitosamente (...) amigo”.
Esta e outras histórias sobre Macau da primeira metade da década de 1940 podem ser consultadas no livro "Macau 1937-1945:os anos da guerra".
Esta e outras histórias sobre Macau da primeira metade da década de 1940 podem ser consultadas no livro "Macau 1937-1945:os anos da guerra".
segunda-feira, 3 de agosto de 2015
Salvos-condutos para Hong Kong (1915)
Um ofício dirigido pelo Governo de Hong Kong ao Consulado de Portugal em Hong Kong em Outubro de 1914, em que se salientou: Os residentes de nacionalidade portuguesa que viajavam de Macau para Hong Kong não possuíam quaisquer documentos de permissão quando chegavam a Hong Kong e voltavam para Macau, assim, pedindo que o Governo de Macau estipulasse as regras a fim de evitar a ocorrência dos casos semelhantes.
O Consulado de Portugal em Hong Kong apresentou imediatamente o referido assunto ao Governo de Macau para o efeito. Após meio ano de estudo, comunicação e coordenação, o Governo de Macau publicou um anúncio a 30 de Agosto de 1915 (imagem acima): Os residentes em Macau, de nacionalidade não chinesa, antes de deslocação a Hong Kong, deviam requisitar os salvos-condutos de ida e volta para Hong Kong junto da Repartição dos Serviços de Polícia de Macau.
Através deste arquivo, podemos conhecer as comunicações entre o Governos de Hong Kong e o Governo de Macau em cem ano passado, bem como as normas de entrada e de saída das duas cidades.
Imagens do AHM
O Consulado de Portugal em Hong Kong apresentou imediatamente o referido assunto ao Governo de Macau para o efeito. Após meio ano de estudo, comunicação e coordenação, o Governo de Macau publicou um anúncio a 30 de Agosto de 1915 (imagem acima): Os residentes em Macau, de nacionalidade não chinesa, antes de deslocação a Hong Kong, deviam requisitar os salvos-condutos de ida e volta para Hong Kong junto da Repartição dos Serviços de Polícia de Macau.
Através deste arquivo, podemos conhecer as comunicações entre o Governos de Hong Kong e o Governo de Macau em cem ano passado, bem como as normas de entrada e de saída das duas cidades.
Imagens do AHM
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