sexta-feira, 28 de novembro de 2025

"Atlas de bolso sobre Portugal continental e províncias ultramarinas"

Designer, pedagogo, editor e tipógrafo amador em Portugal, Paulo de Cantos (1892-1979) produziu em 1938 um "Atlas de bolso sobre Portugal continental e províncias ultramarinas", com um forte pendor pedagógico e de divulgação do nacionalismo da época. Tem como sub-título "O que todo o português deve conhecer". O Atlas publicado pela Livraria Povoense (Póvoa de Varzim) inclui mapas de Portugal continental e das províncias ultramarinas.
Esta obra apresenta um pequeno mapa estilizado de Macau, acompanhado de um texto explicativo. O mapa é elaborado em estilo minimalista e abstracto, utilizando formas geométricas simples e uma paleta de cores limitada (predominantemente laranja e creme). Delimita as principais características geográficas de Macau, como a Península de Macau, a Ilha Verde, as Ilhas da Taipa e a Ilha de Coloane, bem como o Mar de Macau circundante. Os nomes dos lugares são apresentados em tipografia clara e legível.
Acima do mapa, o título está impresso em uma fonte sans-serif moderna: "Macau - A mais antiga colónia europeia do Extremo Oriente".* O mapa está emoldurado por uma borda tracejada, enfatizando ainda mais seu propósito esquemático e didáctico.
Transcrição do texto que forma verticalmente a palavra Macau:
Mar de Macau, ao S. O. da Ásia, banha esta Colónia. (Oferecida pela China no séc. de 500, por os portugueses a libertarem da pirataria.)
Área: 10 km2 para 1.000.000 de almas distribuídas pela península de Macau, Ilha Verde, 2 ilhas de Taipa, e de Coloane; 5 rincões.
Clima: saudável, húmido, muita chuva só no verão regulada por monções, muitas vezes tufónicas.
Artefactos: chá, ópio, charões, louças, fogos de artifício.
Uma gruta relíquia serviu a Camões para compor os imortais Lusíadas. Macau, nobre tradição de Portugal, ostenta os costumes pitorescos da China e beneficia da colonização Europeia. Possue igrejas e pagodes.

* O título "Macau: a mais antiga colónia europeia no Extremo-Oriente" é uma cópia da obra de Jaime do Inso, publicada em Macau em 1929.

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