quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Testemunhos do "1,2,3" de 1966

"12" refere-se ao mês de Dezembro em que ocorreram os incidentes, "3" é o dia dos mesmos. Seguem-se excertos de entrevistas realizadas com macaenses radicados no Brasil, que viveram os acontecimentos. Estas entrevistas fazem parte da tese de mestrado em Antropologia Social "Macaenses em trânsito" de Maíra Simões Claudino dos Santos. Para além dos testemunhos, o texto é da autora da tese.
Testemunho de João Francisco, macaense que ao tempo dos eventos, era ainda jovem. Nasceu em 1950 e rumou ao Brasil em 1967.
"Nessa época, isso foi em 1966, foi quando apareceram guardas... Eu lembro... Que aconteceu um incidente lá em Taipa, península de Macau. Nas ilhas, de Taipa e ilha de Coloane, nós tínhamos um administrador das ilhas. Ele morava em Taipa, mas administrava essas duas ilhas. Então, tinha uma escola lá em Taipa que me parece que os papéis não estavam em ordem e os chineses vinham com muita pressa para tocar a obra pra frente. Bom, o motivo para o atraso eram problemas burocráticos. Isso fez com que desse o início entre o conflito da população chinesa e a administração portuguesa. Houve umas demonstrações, houve pancadarias, teve que colocar polícia em postos especiais da rua... Aí, então com influência da Revolução Cultural da China, com a influência dos guardas vermelhos, aquilo começou a propagar-se cada vez mais, e nesse novo período, nesse período, Macau estava na transição do governador anterior indo embora e o governador novo chegando, e, esse governador novo que estava chegando estava totalmente alheio ao que estava se passando, aí começou as demonstrações propagar-se cada vez mas até que um dia eles invadiram o palácio do governo, exigindo mais, e com isso deu-se um problema muito grave em Macau, greves e problemas de... Como que chama... Como que se traduz?.. Bom, isso foi também manifestações entre policiais, depois de problemas de doenças graves em mulheres, filhos... Esse período foi um período muito conturbado em Macau, e o engraçado é que eu estava no cinema assistindo um filme e o filme foi interrompido por causa do problema que estava acontecendo no palácio, porque estávamos escutando um barulho, e era muito próximo onde fica o palácio do governo. Escutávamos aqueles barulhos, o estouro das granadas daquele lugar. Saí de lá, fui pra casa e de casa acompanhei no radio as informações, aí, teve que entrar a lei marcial que não permitia as pessoas saírem, ou melhor, só num horário, as pessoas saíam pra fazer suas compras. Enfim, era só isso. Foi um período, muito, muito chato, porque os chineses aproveitaram muito bem desse período, e nós portugueses que nos sentíamos superiores aos chineses, passamos a ter que respeitá-los mais."

Para Luis Pedruco o evento do “1, 2, 3” foi uma das causas principais de sua partida para o Brasil:
Foto que foi capa do livro de José Pedro Castanheira "Os 58 Dias Que Abalaram Macau"

"Na época, eu fui fazer o serviço militar e houve uma revolução, uma revolta. Tinha vinte anos. No dia da revolução, eu estava no cinema, uma matinê às duas e meia, quando chegou mais ou menos às três e meia da tarde, um cinema famoso, no centro da cidade, chamado Cinema Apolo, estava vendo um filme e às tantas começaram a abrir portas e correr gente, eu pensei: um incêndio. Fiquei sentado aguardando o movimento todo, o corre-corre, e depois de um certo ponto saí do cinema. Quando saí vi só cabeças na cidade. Tinha uma estátua na frente do cinema, do famoso Coronel Mesquita – esse indivíduo era considerado para os portugueses um herói, porque tinha tomado o Passaleão, que era uma cidadezinha logo na fronteira de Macau, idos tempos. Para os portugueses ele era um herói, para os chineses um invasor. Tem que ver os dois lados da medalha, herói para você invasor para eles. O resultado é o seguinte, aí começaram, aquela história, e ouvi ordens, alguém grita assim: matem os portugueses! Foi um corre-corre danado. Foi engraçado porque a bilhetera do cinema era conhecida, lá todos se conhecem, a mulher dizia assim para mim: deita aqui em baixo porque se não você vai ser linchado. Era chinesa. Eu deitei nos pés dela, fiquei uns minutos lá, meio revoltado: eu deitar aqui, que história é esta? Passado algum tempo, começaram os tiros. Aquela famosa avenida do centro de Macau que é chamada Av. Almeida Ribeiro, quando eu busquei sair eu vi um mar de sapatos e chinelos, todos deram no pé. Chinelos e sapatos no cinema, que coisa louca! Passou um jipe militar, pedi para parar o jipe e fui para o quartel. Eu já tinha passado do recrutamento, já estava em casa, prestava serviço e voltava para casa. No quartel, fui recebido aos gritos pelo comandante: seu imbecil, coisas desse gênero, onde estava você? Eu contei, e estava todo mundo nervoso. Já tinham fechado o quartel, tinham armado trincheiras, metralhadoras, um cena assim, do nada. Eu, às três, estava no cinema e às seis tinha ordem de recolher. Fui um dos primeiros, o primeiro pelotão que saiu do quartel e fomos para o centro da cidade. Eu estava dentro do cinema e três ou quatro horas depois estava fardado, capacete camuflado, com a tropa, para manter a ordem (Doré, 2001: 66).
(...) Passado uns dias a China pôs na fronteira em Macau uma divisão. Uma divisão são 10 mil homens. Aquilo foi apenas um aviso, eles não iam fazer nada. Você sabe que deste lado tem 400, 500 pessoas armadas, você bota 10 mil na fronteira, não fazendo nada, tocando viola, como eles ficaram lá, olhando para Macau, que tinha uns canhões apontados, aquilo era para dizer:quer guerra? Quer força? Foi um momento muito difícil, muita gente foi embora para Portugal. Eu achei uma humilhação enorme, porque os chineses depois de algum tempo obrigaram que o governo português, que seria o dono da terra, oficialmente, na época, pedisse desculpa escrita, falada e televisionada, à população chinesa. Foi recusado pela primeira vez e segunda vez, e aí fizeram força e como a força já estava posta, não teve outro jeito senão aceitar o pedido de desculpas. E o interessante no pedido de desculpas é que o chinês, o oriental, é muito simbólico, não é só um pedido de desculpas e está acabado. Eles fizeram no meio da rua, em frenta à Associação Chinesa, uma mesa comprida, e já como a largura da mesa “x”, de um lado ficavam as autoridades chinesas e do outro lado o governador de Macau, que na época era o General Nobre de Carvalho. Isso depois de muita confusão, conversas em Lisboa, muitas ameaças. Quando chegou o dia em que teve de aceitar esse pedido de desculpas, fizeram uma mesa e no momento em que o governador assinasse, pegasse o livro, e entregasse o documento para a autoridade chinesa, ele teria que se curvar e estender a mão. Enquanto o lado chinês não se curvava, ficava em pé e só estendia a mão. E fizeram uma fotografia nesse momento. Para eles isso daí representava: estão vendo, o fulano se curvando, baixando a cabeça, perante...atrás, uma foto do Mao Tse Tung. Isso tudo tem uma simbologia. É evidente que depois dessa cena toda...quer dizer, a razão pela qual vim para o Brasil, uma das causas foi essa. Alguma coisa me dizia que aquilo ali não dava mais também. Primeiro porque Macau era pequena, depois por esta história, não estava me sentindo bem. Porque o governo português, logo em seguida, declarou mesmo nós entregamos Macau a vocês, se quiserem tome...Quando eu ví esse posicionamento do governo, eu falei daqui a pouco vamos ficar sem pai nem mãe aqui e como é que fica? Esse também foi um momento em que falei para mim mesmo: não, aqui, não fico, vou-me embora, porque o caminho não é este. Já tinha terminado o serviço militar e estava trabalhando no serviço do governo, no Ministério da fazenda de Macau, como escrivão de execuções fiscais. Casei-me e vim para cá. (Doré, 2001: 66-67).
Antonio Bruno Machado de Mendonça nasceu em Macau, em 1948.
Foi em 1966, eu só sabia de uma coisa: não podia ir para a rua. Era lei marcial. Ficávamos dentro de casa. Só depois ouvi falar que o problema era uma escola que havia na Taipa, que não deixaram construir. Todos nós comíamos em casa. No comércio era só vendido para os próprios chineses. Não se vendia nada para nós. Nós éramos considerados como europeus. Claro que não se vendia nada para os portugueses também. Havia problemática que houve. Fazer o quê? Através de um amigo chinês a gente fazia as compras. Ele trazia. (Doré,2001:66)

Roberto, nasceu também entre os meados da década de 40 e 50.
Desde de pequeno já ouvi dizer que esse dia chegaria. Ouvi de alguns chineses adultos, que talvez tivessem alguma mágoa com os não-chineses ou que fossem comunistas radicais? Não liguei muito e achei que fosse uma “besteira”. Mas tornou-se mais real com a revolução dos “guardas vermelhos” que atingiu também Macau nos anos 60. As bandeiras vermelhas da China estavam hasteadas em todas as partes, os “ativistas” vestiam-se de um conjunto de roupa azul (índigo), medalhões com o retrato de Mao Tse Tung, pregadas no peito, e alguns até com bonés do tipo “operário chinês” gritando slogans anti-ocidentais, anti-capitalistas, etc. Os “guardas” proibiam os macaenses, portugueses e qualquer ocidental, de utilizarem qualquer transporte público, as feiras estavam proibidas de venderem comidas para a gente, assim como os restaurantes, cinemas etc., porque a maioria destes estabelecimentos eram de propriedades de chineses. Os meus amigos chineses “viraram a cara” para mim. Mas só depois entendi os seus comportamentos, após a explicação que um deles me deu. Eles tinham que “obedecer” as ordens dos “guardas” por serem chineses e temiam represálias caso não o fizessem, e especialmente se a gente (macaenses e ocidentais) não abandonasse Macau, como o boato teria sido espalhado. Pensei: “Chegou a hora, eles tinham razão quando me disseram que Macau voltaria para a China um dia”. Não voltou daquela vez, mas agora em 1999 voltou.
(Entrevista realizada individualmente em sua casa)

O juiz Rodrigo Leal de Carvalho, o único a exercer funções em Macau, recorda assim os incidentes.
"Tentaram parar-me o carro e forçar-me as portas. A minha volta só via expressões de ódio. Fui andando devagar em primeira, para não atropelar ninguém, mas sem deixar que imobilizassem o carro. Lá acabei por conseguir passar, no meio de uma chuva de pedras." (Pinto,1998).
Relato de João Francisco Lopes Machado, nascido em 1950
"Estava com 16 anos, teve o “1, 2, 3” em que o China estava prestes a invadir Macau, tanto que na companhia da minha mãe, fomos até Hong-Kong e minha mãe levou as jóias dela, pra guardar lá em Hong Kong e eu fui com ela de navio pra guardar as jóias dela. Aí já prontos pra deixar Macau de vez, por causa da invasão chinesa. Naquela época, criou-se a idéia... isso que motivou a imigração da grande população de Macau pra Hong Kong. Isto aí, que fez todo mundo enxergar que Macau realmente não tinha mais futuro, porque seria tomado pela China de um modo ou de outro, não tinha mais aquela segurança de continuar sendo uma colônia portuguesa, então as pessoas começaram a ir embora. E meu pai falou assim: Macau não tem futuro mesmo, a China vai tomar tudo de bom e nós vamos perder tudo, porque naquela época a China não era a China capitalista de hoje, era uma China que realmente iria acabar destruindo  toda a nossa cultura e a gente iria virar refugiado, com certeza. (...) Acredito que Macau... já não se poderia viver, pois depois que passou aqueles acontecimentos em Macau, a gente sentiu que no fundo, no fundo...também como fui embora logo no ano seguinte... mas a mentalidade era realmente que a gente já não dominava Macau como antigamente. Antigamente, antes da Revolução, realmente era mais colonialista, vamos dizer...era mais o estilo português de governar, sem ter que se preocupar com os chineses, depois dos acontecimentos... pode ser que passamos a enxergar os chineses de um modo um  pouco diferente."
Henrique de Senna Fernandes, macaense que nasceu entre os finais da decada de 20 e o início da década de 30...
Anos antes da Revolução Cultural, a arrogância dos funcionários era uma coisa horrível e visível! Aqui é Portugal. Eram todos militares. Vivíamos na ditadura do tempo do Salazar. Colônia era só exploração. E Lisboa não servia as colônias. Sou português, sinto-me português também, mas acho que não poderia viver em Portugal. Eles traziam uma mentalidade e não se modificavam. Os chineses nunca foram colonizados, tinham seus costumes, não eram meia dúzia de portugueses que iriam modificar. O “1, 2, 3” foi como uma onda que cresceu – coisa do Mao, que deviam ser nossas autoridades. Indivíduos que... Havia os chineses corruptos, houve abusos. Os chineses não eram muito cumpridores de leis. Os portugueses também davam pontapés nas mercadorias chinesas e a partir de um certo momento... Começou a fervilhar, fervilhar a comunidade chinesa. O partido comunista fez a rebelião opressiva, rebelião estupidamente opressiva. Contra os chineses, 100 mil pessoas. Com pessoas que não são nem pretos e nem índios, com sua civilização. Havia de tratar dos chineses com certa diplomacia. Realizava-se uma política que não podia ser. O Estado Novo era contra o comunismo. Queriam construir uma escola comunista na Taipa. Os atritos começavam a crescer assim como os requerimentos: “não podemos espalhar o comunismo em Macau”. Os distúrbios na Taipa foram antes do Grande Prêmio de Formula 1 de Macau. A administração da ilha chamou a polícia e fizeram feridos. Os comunistas de Macau começam a se reunir. Na Associação Comercial Chinesa, fazem as demonstrações comunistas. Resolvem ir ao palácio do governo ler a cartilha de Mao. Ocorre que uma grande multidão se reúne em direção ao palácio e deitam abaixo o herói macaense e partem o braço de Jorge Álvares. Outra grande asneira: o encarregado do governo colocou no comando o comandante das forças militares, Mota Cerveira, que amava Macau, mas queria transformá-la à sua maneira. O macaense, pai do chefe executivo hoje em Macau, explicou-lhe que ele deveria ceder, pois não podiam conter os comunistas, mas ele sequer o recebeu. Resultado foram oito mortos, alguns nacionalistas foram entregues. E em Hong Kong não conseguem fazer o mesmo porque era Portugal que os comandavam. Corríamos o risco de perder tudo. E muitos fugiram para Hong Kong (Entrevista realizada em Macau em 06/12/2004).

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Novo recorde mensal de visitantes

Em Novembro último - data do 17º aniversário - o blogue Macau Antigo registou num novo recorde mensal de visitantes com um total de 233.337. Dá uma média diária de quase 8 mil leitores diariamente. Ainda de acordo com os dados da plataforma onde o blogue está alojado - Blogger - em Novembro a maioria dos leitores teve origem nos EUA, Portugal, Macau, Brasil e Singapura (top 5).
Filmes em exibição no Cinematógrafo "Vitória" há 100 anos
O cinema ficava na Av. Almeida Ribeiro/San Ma Lou
referência actual: ao lado do hotel Central

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Restauração da independência, Eduardo Brazão e Escola Camões em Hong Kong

Em mais um aniversário da Restauração da Independência (1640) - data relevante tb para Macau * onde existem duas ruas da Restauração (em Macau e na Taipa) - ocorreu-me o nome de Eduardo Brazão (1907-1987), proeminente diplomata e historiador português com forte ligação ao Oriente e a Macau, tendo sido Cônsul de Portugal em Hong Kong entre 1946 (chegou em em Abril de 1947) e 1951.
The  China Mail 4.4.1947

Sabia que actualmente existe a "Escola Camões" em Hong Kong? Na sua origem está Eduardo Brazão. Diplomata, académico e historiador considerado um visionário. Neste aspecto, uma das ideias que preconizou foi a criação de uma Universidade em Macau na década de 1940. O projecto acabou por não vingar. O mesmo não aconteceu com a criação da Escola Camões em Macau e do Instituto Português, também na então colónia britânica.
Imagens fornecidas por antigos alunos da Escola Camões em Hong Kong
Fundada em 1947, começou por funcionar no nº 7 da Cox's Road (Tsim Sha Tsui) e abrangia os primeiros anos de escolaridade, da creche ao ensino primário. Embora se destinasse a alunos portugueses/macaenses, depressa passou a aceitar alunos de outras nacionalidades, incluindo chineses. De início teve apoio do Governo de Macau e posteriormente do Governo de Hong Kong e da comunidade portuguesa local. Em 1957 há registo de mais de 200 alunos inscritos.
A primeira director da escola foi a macaense - nasceu em Shameen, Cantão - Maria Lourdes de Oliveira Sales (1926-2022).
No início da década de 1950 o jornalista Armando de Aguiar (Correio da Manhã, do Brasil) visitou Macau e Hong Kong, tendo-se encontrado com Eduardo Brazão. Aqui fica o seu testemunho:
"Num dos navios do magnate macaense Sr. Fu Tak Iam fiz-me transportar a Hong-Kong. O braço amigo do Dr. Eduardo Brasão levou-me a visitar a cidade e os arredores, incluindo Kowloon, que em chinês quer dizer ‘nove dragões’, de Kow (nove) e Lung ou Loon (dragões). E levou-me também a transpor as páginas da história pátria no que diz respeito à presença de Portugal no ‘Porto Perfumado’. Numa das barulhentas e policromas ruas da cidade chamou-me a atenção uma casa revestida de azulejos de aspecto português. Dei- me à curiosidade de investigar a sua origem e apurei serem, realmente, de origem nacional, fabricados em Aveiro. O Clube de Recreio, em Kowloon, é uma afirmação do espírito social da comunidade portuguesa, assim como o Clube Lusitano, fundado em 1866, marca um lugar do mais alto relevo entre as instituições culturais que exaltam e prestigiam o nome de Portugal em países estrangeiros. Pois foi dentro das veneráveis paredes daquela patriótica instituição que o actual secretário nacional da Informação fundou, em Novembro de 1947, o douto Instituto Português de Hong-Kong, destinado à divulgação da nossa cultura naquela colónia britânica, onde, graças ao fecundo impulso que desde o início lhe foi dado por aquele brilhante diplomata, têm sido versados os principais problemas relacionados com a obra da inteligência em Portugal, no passado e no presente. O Instituto Português de Hong-Kong deve ser considerado o remate da obra de defesa da língua de Camões naquela colónia inglesa, onde vivem cerca de mil portugueses. O Instituto e a Escola de Camões, também patriótica iniciativa do Dr. Eduardo Brasão, constituem dois instrumentos onde vibra a alma de Portugal."
Em 1996 os destinos da escola para Po Leung Kuk, adoptando o nome "Camões Tan siu Lin Primary School" e mudando de instalações. Acualmente proporciona esporádicamente cursos de português.
Da vasta obra que Eduardo Brazão deixou publicada destaco:
- "Macau, Cidade do Nome de Deus na China, Não Há Outra Mais Leal",1957
* Macau manteve-se fiel à coroa portuguesa durante o período de união ibérica (1580-1640) e, como recompensa pela "lealdade", o rei D. João IV concedeu-lhe o título de "Não há outra mais leal" em 1654. A aclamação de D. João IV como rei ocorreu em Macau dois anos após a restauração em Portugal, em 1642. 

Sugestão de leitura:
A Aclamação del Rei D. João IV em Macau (Subsídios Históricos e Biográficos) da autoria  de José Frazão de Vasconcellos publicado em Separata do N.º 53 do Boletim da Agência Geral das Colónias em 1929.