No passado dia 9 de Outubro, o Instituto Hidrográfico, a convite do Director-geral, CALM José Luís Branco Seabra de Melo, recebeu a visita do Capitão-de-mar-e-guerra SEH REF Fernando Guerreiro Inácio, oficial que desempenhou as funções de Director de Apoio desta instituição, entre 2002 e 2005.
Durante a visita, o Comandante Guerreiro Inácio ofereceu um canhão de ferro - peça de artilharia de Defesa do Porto de Macau - tendo este precioso objecto sido colocado no edifício do Comando da Base Hidrográfica, no Seixal, o qual vem enriquecer o pólo museológico da instituição.
Esta peça de artilharia pertenceu à Fortaleza do Bomparto, edificação que fazia parte das defesas de Macau. Trata-se de um canhão em ferro coado de 132 cm com diâmetro de boca de 90 mm. O canhão ostenta a “Coroa Real de Portugal e letras B P” e está montado em carro de madeira, com um peso aproximado de 250 quilogramas.
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Em baixo do lado direito pode ver-se a zona da antiga fortaleza |
Peça de artilharia de defesa do Porto de Macau Peça de artilharia de defesa do Porto de Macau Pertenceu à Fortaleza do Bomparto que fazia parte das defesas de Macau. Canhão em ferro coado de 132cm com diâmetro de boca de 90m/m. Ostenta a "Coroa Real de Portugal e letras B P". Montado em carro de madeira, com peso aproximado de 250kgs. Fundido na Fundição do Oriente, “…que funcionou em Macau até meados do século XVII, sob a direcção de Manuel Tavares Bocarro, a melhor fundição do Oriente e uma das melhores de todo o mundo, que armou todas as Fortalezas de Macau em ferro e bronze.”
A Fortaleza do Bomparto à Penha, fronteira à praia de Cacilhas, fazia parte das defesas de Macau, para repelir os ataques de holandeses, ingleses e piratas do sul da China. Defesas essas "…implementadas pelo 1º Governador e Capitão-Geral D. Francisco de Mascarenhas que tomou posse em 17 de Julho de 1623." Posteriormente foi a residência do Capitão dos Portos de Macau até 1997, depois passou a ser e actualmente constitui uma área adjacente do Hotel Bela Vista, actual residência do cônsul português em Macau e Hong Kong.
As citações são do livro "Unidades Militares de Macau", 1ª edição Gab. Forças de Segurança de Macau, 1999, da autoria de Armando António Azenha Cação, Coronel de Engenharia.
Agradecimentos: Carlos Gomes.
NOTA: No dia 31.12.2015 recebi um e-mail de Armando Cação com o seguinte teor:
"(...) a peça é de ferro fundido, de origem inglesa, feito por Bailey, Pegg e Companhia. Terá ido para Macau por volta de 1870, com outras peças ainda hoje existentes, para substituir as antigas peças de Bocarro, que foram consideradas obsoletas e vendidas, depois de serradas." Ou seja, a peça referida neste post "não é uma boca de fogo feita em Macau, nem da autoria de M. T. Bocarro."