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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Novo governador em 1883

Na edição de domingo 18 de Fevereiro de 1883 o jornal O Correio de Macao dava à estampa na primeira página a notícia em jeito de crónica de opinião sobre a nomeação de um novo governador para o território.
Apesar dos receios manifestados pela publicação, na verdade o novo Governador, Tomás de Sousa Rosa, viria a ter um desempenho considerado a muitos níveis como notável.

A 24 de Março de 1883, o Conselheiro Joaquim José da Graça (exonerado em Dezembro de 1882,) entregou o governo ao Conselho Governativo e regressou a Portugal três dias depois. Nessa altura já vinha em viagem rumo a Macau Tomás de Sousa Rosa (1844-1918) que tomou posse do Governo de Macau a 23 de Abril desse ano.
O seu mandato ficaria marcado pela arborização da Colina da Guia e pelo plantar de árvores um pouco por toda a cidade que fora poucos anos antes devastada por um terrível tufão (1874). Podendo ser considerado um percursos das políticas ambientalistas, é também com ele que o governo adquire o Jardim Luís de Camões, propriedade da família Marques, e faz-se o saneamento da insalubre zona da Horta da Mitra*.
Deu ainda especial atenção à ligação de Macau como resto do mundo, nomeadamente com reformas nos serviço de Correio, nomeadamente o correio marítimo e o cabo telegráfico submarino entre Macau e Hong Kong. Foi também no seu governo que foi feito o estudo de Adolfo Loureiro para as obras do Porto, implementou os exclusivos do ópio, sal, carne de porco e de vaca, peixe); e teve uma intensa actividade diplomática. 
Visitou o Japão com as honras de Embaixador Extraordinário de Portugal onde estabeleceu um acordo comercial e representou Portugal na celebração do Tratado de Amizade e Comércio Sino-Português, em 1887, que confirmou a governação de Macau por Portugal.
Antes do final do seu governo, a 14 de Maio de 1886, ainda visitou Timor, Singapura, Sião (Tailândia) e Hong Kong.
Na toponímia local o seu nome ficou para a posteridade (desde 1887) na Rua de Tomás da Rosa*.
Sousa Rosa em Lisboa, 1910.

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