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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Negociações luso-chinesas no advento das 'Repúblicas'

Os processos revolucionários que culminaram, em 1910, na República em Portugal, e em 1911, na China, não alteraram o curso das negociações luso-chinesas, mantendo-se as “grandes questões” como a definição dos limites de Macau, defendeu um investigador português. “Não obstante a mudança de regimes, esta não trouxe novos temas para o debate nas relações e não houve uma ruptura de negociações”, mas antes uma “continuidade”, avaliou Alfredo Gomes Dias, professor da Escola Superior de Educação de Lisboa, em entrevista à agência Lusa. “As revoluções nunca são absolutas”, tanto que “apesar da mudança em Portugal e na China, de monarquia para República e de Império para a República, [respectivamente], o diálogo manteve-se acima do que eram os regimes que existiam”, observou o docente, numa tese que defendeu em Macau no âmbito de um seminário inserido no centenário da revolução chinesa de 1911.
Pouco tempo depois da implantação da República em Portugal, o Governo provisório reuniu uma comissão para fazer um ponto da situação das questões que estavam em aberto com a China para “definir estratégias” e “dialogar num curto espaço de tempo porque era preciso dar andamento às negociações”, explicou Alfredo Gomes Dias. Entre as “grandes questões”, as “mais importantes” diziam respeito à definição dos limites de Macau e à comercialização do ópio, apontou o académico. A “muito antiga” questão dos limites de Macau – que estava pendente desde a assinatura do tratado de 1887 – tinha sido adiada e, nas vésperas das revoluções, houve uma conferência em Hong Kong “para tentar desbloquear a situação”.
Mas visões distintas impediram avanços: “A China queria reduzir Macau às barreiras antigas, às antigas muralhas da cidade, o que significaria que a administração portuguesa ocuparia cerca de metade da península de Macau, enquanto Portugal mantinha o desejo de para além da península de Macau ocupar as ilhas da Taipa e Coloane, e também Lapa, Montanha e Dom João”, disse. “Acabou por nunca se resolver [a questão] na forma da assinatura de um tratado ou acordo” e não se definir “concretamente quais eram as fronteiras”. “Foi-se mantendo o ‘status quo’ existente e que resultou na presença portuguesa em toda a península de Macau e depois nas ilhas da Taipa e Coloane”, acrescentou o investigador.
Outro dos grandes temas no âmbito das conversações luso-chinesas era o ópio, sobretudo depois do arranque do processo internacional de proibição do seu comércio, em 1909, após a conferência de Xangai. As posições “não eram exactamente as mesmas”, porque a China ao lado dos Estados Unidos tinha uma perspectiva proibicionista mais radical relativamente ao comércio do ópio e Portugal tentava participar nas conversações, acompanhar e negociar, de modo a não prejudicar aquilo que eram os interesses de Macau”. O ópio representava à época “cerca de 30 a 35 por cento da receita” de Macau que só viria a proibir o comércio entre 1945 e 1946, apesar do consenso alcançado em 1925.
Alfredo Gomes Dias é autor de vários livros sobre o território, entre os quais “Macau e a I Guerra do Ópio”, “Sob o Signo da Transição. Macau no Século XIX”, “Portugal, Macau e a Internacionalização da Questão do Ópio” e “Histórias da Cidade”.
Artigo publicado no jornal Ponto Final de 27-9-2011
NA: sobre este tema mas nos séculos anteriores sugiro a leitura de "Estudos de história do relacionamento luso-chinês: séculos XVI-XIX" com organização e coordenação de António Vasconcelos de Saldanha e Jorge Manuel dos Santos Alves. IPOR, 1996.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

“Pelo Povo – Sun Yat-sen e Macau”

Médico, político, revolucionário, escritor. Sun Yat-sen, o chamado “pai da China moderna”, foi tudo isto. Além de pai, marido e avô. Para comemorar o centenário da Revolução de 1911, que derrubou a Dinastia Qing, terminando com o regime imperialista, o Museu de Macau inaugurou este fim-de-semana a exposição “Pelo Povo – Sun Yat-sen e Macau”.
Os cerca de 230 objectos relacionados com o primeiro Presidente chinês pouco contam do homem, mas são uma testemunha rica do político e do médico. A ligação com Macau é constantemente lembrada: foi aqui que Sun começou a praticar medicina e desenvolveu as suas ideias revolucionárias. Macau, dizem os cartazes que abrem a exposição, foi a sua “base estratégica”.
Foi no território que, em 1892, trabalhou como médico, no hospital Kiang Wu, e estabeleceu a farmácia Chong Sai. Sun Yatsen acreditava nos benefícios da medicina ocidental e é sobre isso que versam alguns artigos seus publicados no Echo Macaense, em 1893, disponíveis na exposição. Entre vários tipos de documentação encontra-se, por exemplo, o recibo do empréstimo que o hospital lhe fez para poder estabelecer a farmácia. Nas três salas por onde se estende a exposição, encontra-se o prefácio à primeira edição do “Palavras de Advertência em Tempos de Prosperidade”, onde Sun escreve: “Ao conhecer e explorar as razões do sucesso das nações europeias, fiquei a saber que o poder das nações estrangeiras não jaz apenas na solidez dos seus navios e na força dos seus canhões, mas no uso de recursos humanos e materiais e no comércio livre”. No documento, o político desenvolve que a China deve investir nos tais recursos humanos e comércio livre para atingir o grau de desenvolvimento desejado.
“Pelo Povo – Sun Yat-sen e Macau” é uma exposição clássica, feita essencialmente de documentação histórica e algumas fotografias, e praticamente não inclui qualquer elemento interactivo. A excepção é mesmo uma cópia em tamanho A3 do livro “Sun Yat-sen and the Awakening of China” (“Sun Yat-sen e o Despertar da China”), de James Cantlie e C. Sheridan Jones. As folhas plastificadas e ampliadas permitem ao visitante folhear o livro e ler cartas do revolucionário a Cantlie, bem como algumas fotografias.
Há relatórios secretos com a lista dos revolucionários associados a Sun Yat-sen e procurados pelo Governo Qing, mapas ilustrados do plano de Sun para a reconstrução industrial da China, de 1925, e um aviso do Governo de Macau proibindo os chineses de fazerem discursos ou de se reunirem para fins políticos, de 1911.
 Macau, berço da revolução
A exposição inclui vários excertos de “Kidnapped in London” (“Raptado em Londres”), livro que relata a fuga de Sun Yat-sen de Cantão, as suas viagens pelo mundo até ao rapto em Londres, que o manteve cativo na embaixada da China. Sun conseguiu fazer passar um bilhete a um amigo missionário que o fez chegar à imprensa, levando à sua consequente libertação. A partir desse momento torna-se uma figura política
reconhecida mundialmente e desenvolve os três princípios do povo: nacionalismo, democracia e bem-estar social. Apesar do seu percurso internacional, o pai da República chinesa não esquece Macau, mencionando o território em “Kidnapped in London”: “Em Macau, tive pela primeira vez conhecimento da existência de um movimento político que mais se aproximava de um partido para a regeneração da China”.
De Macau ficaram também diversas fotografias com amigos, como é o caso de uma de 1912, em que Sun se faz acompanhar do abastado comerciante Lou Lim Ieoc e de Francisco Hermenegildo Fernandes, seu amigo íntimo e com quem fundou o jornal Echo Macaense.
Francisco Fernandes é também o autor de uma carta de felicitações a Sun, depois de este ter assumido o cargo de Presidente Provisório da República da China. Apesar das fotografias expostas estarem quase na exclusividade focadas nas pessoas, é possível reconhecer o Clube Militar de Macau, à frente do qual Sun Yat-sen posa com oficiais portugueses.  Embora esta seja uma exposição de cariz essencialmente político, a última secção assume um tom mais pessoal, ao exibir um excerto de uma carta de Sun Yat-sen ao filho
mais velho, Sun Fo, em 1917: “Meu filho, se queres regressar com a tua mulher e os meus dois netos, podes viver em Hong Kong e Macau enquanto aguardamos para uma mudança na situação actual”.
Seguem-se algumas fotografias de família, onde se vêem muitas crianças. Entre elas estão os quatro filhos de Sun Yat-sen: Sun Fo, Sun Yan, Sun Wan e Fumiko Miyagawa. Das três mulheres de Sun, Lu Muzhen, Kaoru Otsuki e Soong Ching-ling, é Lu Muzhen quem tem mais destaque, apesar de se ter divorciado do revolucionário em 1915. Um retrato de Lu, que se mudou para Macau após a separação, mostra uma mulher já de idade avançada. Entre as fotografias de família encontram-se imagens do casamento de Sun
Wan, filha do primeiro Presidente da China, que impressionam pela seriedade, num dia que se quer feliz. Não só os noivos se encontram de cara fechada como todos os familiares, e até as crianças, que compõem o típico retrato de casamento. Segundo o Museu de Macau, para que esta exposição fosse possível, a equipa de curadores visitou várias instituições culturais, entrevistou académicos e coleccionadores de Macau, Hong Kong, Taiwan, Xangai e Shenzhen, e consultou literatura em chinês, português e inglês.
Mais de metade dos objectos expostos, diz a organização, nunca foram antes exibidos. A maioria pertence a instituições culturais e a coleccionadores privados. “Pelo Povo – Sun Yat-sen e Macau” está aberta ao público de terça-feira a domingo, das 10h às 18h, até dia 11 de Dezembro.
Artigo da autoria de I.S.G. publicado no jornal Ponto Final de 26-9-2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

IIM em três continentes

Os meses de Setembro e Outubro de 2011 estão cheios no que diz respeito à actividade do Instituto Internacional de Macau. As cidades de Macau, Lisboa, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo servirão de cenário a seminários de nível internacional, exposições, conferências e lançamentos de publicações.
Em Setembro, entre os dias 6 e 24, um Grupo de Quadros da República Popular da China faz uma visita a Portugal, organizada pelo IIM, em que, durante três semanas percorrerão o país e assistirão a conferências e palestras sobre a actualidade portuguesa e visitarão instituições do Estado, universidades, polos de desenvolvimento industrial e locais históricos.
Nos dias 28 e 29, em Macau, terá lugar uma jornada do Movimento Internacional de Culturas, Línguas e Literaturas Neolatinas – FESTLATINO - movimento cultural, literário e educacional que realiza, anualmente, um congresso no Recife, Brasil, e seminários preparatórios em países e regiões autónomas de línguas neolatinas, com a finalidade de fomentar o diálogo cultural, linguístico e educacional entre o Brasil, Américas, África, Europa e Ásia.
No dia 6 de Outubro em Macau, no dia 14 em Lisboa e nos dias 26 e 27 no Rio de Janeiro, terão lugar sessões do III Seminário “O papel de Macau nas relações sino-luso-brasileiras”, co-organizado pelo IIM e pelo Instituto de Estudos da China e da Ásia Pacífico (IBECAP), que decorrerão na Confederação Nacional do Comércio e no Real Gabinete Português de Leitura e cujas duas primeiras edições foram realizadas, já, no Brasil e em Macau.
No dia 17 de Outubro, no Gabinete Português de Leitura do Recife, será inaugurada a exposição “O Oriente de Influência Cultural Portuguesa”. Cento e setenta postais fotográficos, datados dos finais do Século XIX até aos anos sessenta do século passado, que se referem ao antigo Estado da India (Goa, Damão e Diu), a Macau e a Timor, da colecção de João Loureiro.
Dias 19 e 20, em Lisboa, o IIM participará no seminário “Macaulogia” , onde ocorrerá o lançamento da obra “Negociações e Acordos Luso-Chineses sobre os limites de Macau no Século XIX”, co-editada pelo IIM e pelo Instituto do Oriente.
Nos dias 21, 22 e 23, em São Paulo, durante a Convenção Internacional do Elos Internacional, será inaugurada a exposição “Macau é um Espectáculo – As artes nas ruas de Macau”, organizada pelo Instituto Internacional de Macau, em colaboração com a Associação Fotográfica de Macau, composta por 51 fotografias que retratam as manifestações culturais das tradições orientais e ocidentais com todo o seu exotismo, colorido e exuberância nas ruas de Macau.
Nesta ocasião, será entregue o Prémio Identidade 2011.
O poema de Adé, ”Brasil”, escrito em patuá e ilustrado por Victor Marreiros, será oferecido à Academia Brasileira de Letras e às Casas de Macau do Rio de Janeiro e de São Paulo em cerimónias próprias.
O IIM aproveitará estas actividades para proceder, em todas elas, ao lançamento de cerca de dez publicações.

domingo, 25 de setembro de 2011

Sun Yat-sen e Macau

O Museu de Macau acolhe, até 11 de dezembro, a exposição "Pelo Povo - Sun Yat-sen e Macau", mostra com cerca de 230 relíquias, algumas das quais pela primeira vez em exibição, que provam a "forte ligação" do "pai" da China moderna a Macau.
A mostra - inaugurada na sexta-feira - tem como pano de fundo a história da Revolução chinesa de 1911, que culminou na República, procurando ilustrar a "relação especial" de Macau com o primeiro presidente chinês. "Devido à sua situação política única, o território então português serviu de amparo aos revolucionários contribuindo, desta forma, para o sucesso da revolução", destaca o Instituto Cultural (IC) de Macau numa nota sobre a exposição, cuja inauguração contou, entre outros, com a presença de Lily Sun, neta de Sun Yat-sen.
Entre as relíquias da mostra encontram-se objetos "extremamente raros" da propriedade de organizações culturais e de colecionadores particulares de Macau, Hong Kong, Taipé, Shenzhen e Cantão.
O Museu de Macau pretende, através da exposição "apresentar, de forma ilustrada, o papel de Macau na Revolução de 1911, com vista a aprofundar o conhecimento sobre o seu significado histórico" e sobre o "contributo" de Macau.
A mostra insere-se no conjunto de iniciativas do Governo de Macau para assinalar os 100 anos da Revolução chinesa, também conhecida como Revolução "Xinhai" que inclui palestras, concertos, bem como passeios por locais históricos associados à presença de Sun Yat-sen no antigo território português. Macau foi o território "donde Sun Yat-sen partiu para o mundo" e "um palco importante das suas atividades revolucionárias", enaltece o IC.
Artigo da autoria de D. M. da agência Lusa, Macau 25-9-2011

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Da mesa para o museu

Pinturas de Zhang Daqian, objectos da dinastia Han, desenhos de George Chinnery e documentação de guerra fazem agora parte do espólio do Museu de Macau, graças à generosidade de doadores. Entre as ofertas estão também loiças vindas do Long Kei.
Fong Song Weng era ontem um homem orgulhoso. Depois do fecho do emblemático restaurante Long Kei, em Março, do qual era sócio, temeu-se que o espaço caísse no esquecimento. Mas a preocupação do proprietário em preservar o que ficou vai assegurar que este capítulo da história gastronómica da RAEM não seja esquecido: Fong doou ao Museu de Macau um conjunto de loiças e utensílios que ornamentavam as mesas do Long Kei, estabelecimento  que fez as delícias dos residentes por mais de 60 anos.
Taças, colheres, pauzinhos, chávenas, um bule e uma terrina em prata, que o proprietário garante serem uma raridade. Se em tempos foram objectos de intenso uso, hoje encontram-se dentro de uma vitrina, tal qual documento histórico que afiança o seu lugar para a posteridade.
“O Long Kei ocupa um lugar muito importante na história da cidade”, diz sorridente Fong Song Weng, apontando para a reluzente terrina: “Não se encontra destes objectos em mais nenhum restaurante de Macau”. Fong faz questão de explicar em pormenor: “É uma terrina para a sopa, ou para conter um grande melão. Lá dentro podem ir várias coisas, camarões secos, carne, sementes de papoila, vieiras”. Para o sócio do espaço, a terrina é um símbolo do próprio restaurante e dos seus clientes. “Como se pode ver é muito elegante. O Long Kei era um restaurante onde iam as elites da sociedade, por isso os utensílios que se utilizavam eram muito finos, quase como se pertencessem a um palácio.”
Fong esteve ontem no Museu de Macau para receber um certificado de doação, pelo seu contributo para o espólio da instituição. Quando questionado sobre o porquê de doar as peças ao museu e não vendê-las, responde que “o dinheiro não pode comprar o significado destes objectos.”
Apesar de acreditar que poderia fazer bom dinheiro com a venda, temia que o processo fosse “muito atabalhoado” e que os objectos “perdessem sentido”. “Prefiro que as coisas fiquem aqui, preservadas”, confessa. O restaurante Long Kei localizava-se no Largo do Senado e estava aberto desde 1945, tendo recebido em 1999 a Medalha de Mérito Turístico do Governo Português de Macau. Muito popular entre a comunidade macaense, o espaço deixou saudades entre os clientes habituais, como Miguel de Senna Fernandes, José Sales Marques e Carlos Marreiros. Em Maio de 2010 já se falava no fecho do estabelecimento, por vontade dos donos do edifício. O jornal Ou Mun afirmava que o prédio estaria a ser negociado com um empresário da RAEHK, por valores a rondarem ou até a ascenderem os 200 milhões de dólares de Hong Kong. Fong confirma que “o edifício valia muito dinheiro”.

Lâmpadas, quadros e desenhos Fong Song Weng foi um dos cinco nomes a serem ontem acrescentados à placa de doadores do museu, numa cerimónia que distinguiu quem ofereceu “artigos de grande interesse histórico e cultural ou com características próprias de Macau”. Num discurso de agradecimento, o presidente do Instituto Cultural, Guilherme Ung Vai Meng, disse que “estas valiosas doações reflectem a preocupação e o apoio da comunidade para com a causa museológica de Macau”. Em relação ao Long Kei, o responsável relembra o espaço como uma “testemunha das mudanças urbanísticas de Macau” e um lugar “carregado de doces memórias para os residentes”. 
Entre os restantes objectos doados ao museu, encontram-se peças de valor histórico e cultural. É o caso dos documentos trazidos por Chan Tai Pak. Jornalista em Macau por mais de 70 anos, Chan foi membro de um grupo de resistência e salvação nacional durante o período da guerra Sino-Japonesa. Dessa época guardou documentação que agora doou ao museu. Mio Kai Tai, que actualmente vive nos Estados Unidos, veio a Macau falar da sua oferta: um quadro de Zhang Daqian, pintor que Mio teve a oportunidade de conhecer pessoalmente. Peter Siu Pei Tak, o único doador que não esteve presente na cerimónia, cedeu uma lâmpada portátil em bronze da dinastia Han e uma estatueta sancai de um guarda de túmulo a três cores, da dinastia Tang, ambos considerados “bastante valiosos” pelo museu. Um desenho a lápis em papel de George Chinnery, o pintor inglês que passou grande parte da sua vida no sul da China, foi oferecido pelo coleccionador Peter Lam. “Macau: Casas na Praia Grande” tem a particularidade de ter identificados pelo autor os proprietários de cada edifício, dotando-o de “um grande valor de referência para a investigação do ponto de vista da história da arte e da história de Macau”, disse Guilherme Ung Vai Meng. Lam já tinha cedido gratuitamente outras peças do mesmo autor, resultando na exposição “Refúgio de um viajante: obras-primas de George Chinnery”, patente no ano passado.
O Museu de Macau abriu em 1998 e já recebeu, através de doações, cerca de 300 peças ou conjuntos que passaram, deste modo, a estar disponíveis para o público. 
Artigo da autoria de I.S.G. publicado no jornal Ponto Final de 12-9-2011

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O GEDEC em 1976

“O GEDEC pretende, com respeito mútuo e em plano de igualdade, desbravar com todas as forças cívicas que o desejem o caminho para um futuro melhor para Macau, definindo com elas objectivos, inventariando recursos, estabelecendo metas, estudando programas e propondo planos de acção.” Do programa de candidatura apresentado em 1976.
Concluído, no passado dia 26 de Julho, o processo de selecção do novo Chefe do Executivo e confirmada pelo Governo Central da RPC a escolha do Dr. Fernando Chui Sai On, candidato único, as atenções voltam-se para a designação dos Secretários do Governo, em torno da qual teremos mais algumas semanas de especulação, e para as eleições legislativas, com 16 listas participantes, que trarão certamente alguma animação política até nós, agitando um pouco a comunidade e lembrando-lhe as obrigações cívico-políticas e o direito de participar, não faltando, desta vez, opções para todos os gostos. Que ninguém diga, pois, que não tem em quem votar.

Quase num ápice, passaram já trinta e três anos desde as primeiras eleições para a Assembleia Legislativa de Macau. Enquanto se desenvolvia o processo de descolonização nos territórios portugueses de além-mar, na sequência da revolução de Abril de 1974, preparava-se serena e lucidamente um futuro diferente para este território. Publicado, em Fevereiro de 1976, o Estatuto Orgânico, com o valor de Lei Constitucional, no qual se empenhou decisivamente o Governador José Eduardo Garcia Leandro, abriu-se o caminho para um concorrido acto eleitoral em Junho desse ano. O número de eleitores não chegava a quatro mil e, mesmo assim, apareceram quatro listas concorrentes: duas associações cívicas, que já polarizavam a participação política desde o 25 de Abril – o Centro Democrático de Macau (CDM) e a Associação para a Defesa dos Interesses de Macau (ADIM), a que se juntaram duas comissões de candidatura, constituídas expressamente para as eleições, extinguindo-se, nos termos da lei eleitoral, após a sua realização – o Grupo Independente de Macau (GIMA) e o Grupo de Estudos para o Desenvolvimento Comunitário de Macau (GEDEC).
Um opúsculo publicado precisamente um ano após as eleições, com o título “GEDEC – a participação num acto cívico”, juntou os documentos mais relevantes então produzidos e fez uma síntese do que foi a intervenção desta comissão de candidatura no acto eleitoral. Era a lista mais jovem (a média das idades dos seus candidatos era de apenas 33 anos), em contraste com o CDM (41 anos), a ADIM (47 anos) e o GIMA (48 anos), estas três encabeçadas, respectivamente, por José Patrício Guterres, Carlos Assumpção e Leonel Borralho.
Acreditámos que a nossa lista representava mais uma alternativa oferecida ao eleitorado, mas estávamos longe de imaginar a dureza da campanha, com boatos que se inventaram e se multiplicaram, além de um jornal e um programa de rádio inteiramente contra nós, acusando, injuriando e insultando, com vista a desmoralizar os participantes, novos nestas lides, e desacreditar os propósitos e as intenções que presidiram à constituição do GEDEC. Então, como agora (nessa altura, talvez em maior número, mas hoje mais refinados), não faltavam escribas assanhados que queriam fazer acreditar que estávamos a mais, não nos assistindo o mesmo direito de participação activa na vida pública, provavelmente por recearem que, com o método de representação proporcional, a nossa lista pudesse, inevitavelmente, prejudicar os resultados de pelo menos duas das outras três. Estavam em disputa apenas seis lugares por sufrágio directo. Outros seis, por sufrágio indirecto, tinham listas únicas, cabendo ao Governador designar cinco deputados, após as eleições, perfazendo o total de 17.

Imagens retiradas do Boletim Oficial de Macau do ano de 1976

A campanha eleitoral do GEDEC
Marcada a data, congregaram-se vontades e os esforços convergiram na preparação de um programa de candidatura e na elaboração da lista, o que foi conseguido com um amplo consenso. O tempo era assaz escasso e o entusiasmo e as adesões surpreenderam-nos e animaram-nos. Distribuiram-se tarefas e multiplicaram-se as colaborações. Éramos algumas dezenas de quadros jovens, portugueses e chineses de Macau.
António do Serro, um dos nossos apoiantes mais eficazes, desenhou o símbolo do GEDEC, com o sol nascente, representando “o aparecimento de um novo grupo, interessado em contribuir com o seu esforço, o calor do seu entusiasmo, os seus conhecimentos e a sua vontade para ajudar a construir um Macau melhor”, e uma ponte, significando “um elo a unir o território e todos quantos estavam dispostos a lutar pela realização dos objectivos que permissem satisfazer os anseios e as necessidades das gentes de Macau, representando também o caminho do progresso, para um amanhã mais risonho para o território e para quantos nele viviam e arduamente trabalhavam”. Dele também foi o cartaz do GEDEC, a vermelho, preto e amarelo, com o apelo “VOTA GEDEC – a opção certa”, em português e chinês, e os nomes dos candidatos: Jorge Rangel, Philip Xavier, Alberto Rosa Nunes e Maria Edith da Silva.
Uma comissão financeira, presidida pelo nosso saudoso colega Américo Diogo Rodrigues Córdova, foi incumbida da angariação de fundos e, logo a seguir, redigimos e fizemos imprimir o boletim de campanha, de que saíram quatro números, através dos quais procurámos transmitir e explicar os aspectos fundamentais do nosso programa, com textos diversos e entrevistas feitas aos quatro candidatos, enquanto organizávamos o nosso programa radiofónico, utilizando os tempos de antena atribuídos através da Emissora de Radiodifusão de Macau e da Rádio Vila Verde. Improvisaram-se locutores e redactores e a força de vontade ajudou a vencer a inexperiência. Foram intervenientes nestes programas, além dos candidatos, os nossos colaboradores Hermann Castilho, Américo da Silva Leong Monteiro, Anabela Xavier Sales Ritchie, Cíntia Conceição do Serro, Irene Manhão Basílio e Alfredo Sales Ritchie. Para indicativo do programa, escolhemos o Hino da Alegria, da 9.ª Sinfonia de Beethoven, um verdadeiro poema e um magistral apelo à vida e à alegria, traduzindo a nossa disponibilidade para participarmos empenhadamente na construção do amanhã de Macau.
Uma sessão de esclarecimento no ginásio da Escola Comercial Pedro Nolasco, completamente lotado, foi o ponto alto da campanha. À entrada, jovens estudantes distribuiram exemplares do programa de candidatura e autocolantes com uma reprodução do cartaz do GEDEC. Ao som do Hino da Alegria, os candidatos e mandatários deram entrada no salão e, em breves e concisas palavras, explicaram os propósitos da candidatura, seguindo-se um animado debate com o público, terminando esta jornada cívica com prolongados aplausos de muitos dos que acorreram à sessão.
Não obstante os persistentes e demolidores ataques provenientes especialmente de uma das listas, ignorámo-los e optámos por fazer até ao fim uma campanha pela positiva e o resultado acabou por nos ser favorável.
Foram mandatários do GEDEC Américo Monteiro, Hermann Castilho e Rufino Ramos, representantes do GEDEC na Comissão Eleitoral Territorial Américo Diogo Córdova e Cíntia Conceição do Serro, delegados efectivos do GEDEC nas Assembleias de Voto José Maria Bártolo, Rufino Ramos, José Maria Basílio, e delegados suplentes Florinda Rosa da Silva Chan, António Augusto Carion, Frederico Marques Nolasco da Silva, Ana Maria Cunha Victal, Mário Madeira de Carvalho Gomes e Anabela Xavier Sales Ritchie.
Graças a todos eles e à activa participação de muitos outros colaboradores, o GEDEC, para surpresa e desconcerto dos seus opositores, foi a segunda lista mais votada.
Os candidatos e os deputados eleitos
Foram candidatos: Lista A – Centro Democrático de Macau (CDM) – José Patrício Guterres, Joaquim Jorge Perestrelo Neto Valente, José Celestino da Silva Maneiras, Maria de Lourdes Rodrigues de Senna Fernandes e Serpa, João Bosco Basto da Silva e Jorge Graça Pimentel da Costa e Silva; Lista B – Associação para a Defesa dos Interesses de Macau (ADIM) – Carlos Augusto Corrêa Paes d´Assumpção, Diamantino de Oliveira Ferreira, Susana Chou Vaz da Luz, aliás, Susana Chou, José da Conceição Noronha, José Marcos Batalha e Rui Hugo do Rosário; Lista C – Grupo de Estudos para o Desenvolvimento Comunitário de Macau (GEDEC) – Jorge Alberto da Conceição Hagedorn Rangel, Philip Xavier, Alberto Rosa Nunes e Maria Edith da Silva; Lista D – Grupo Independente de Macau (GIMA) – Leonel Melcíades dos Passos Borralho, Carlos Francisco da Rosa e Fernado Augusto de Jesus Nascimento.
Apurados os resultados algumas horas após o fecho das urnas, os candidatos eleitos foram os quatro primeiros da lista da ADIM, o primeiro da lista do GEDEC (2.ª lista mais votada) e o cabeça de lista do CDM (3.ª lista mais votada). O GIMA, que mais usou a agressividade verbal, não teve nenhum candidato eleito e a grande festa que tinha anunciado para essa noite foi cancelada. Também foram proclamados os candidatos eleitos por sufrágio indirecto, apresentados em listas únicas e votados pelas associações representativas dos diversos interesses: Ma Man Kei, Peter Pan e Lei Sai Weng (interesses de ordem económica), Lydia Ribeiro (de ordem moral), Francisco Xavier da Silva Rodrigues (de ordem cultural) e Chui Tak Kei (de ordem assistencial).
Como comissão de candidatura, o GEDEC concluiu a sua actividade com um alargado e animado encontro de convívio no Restaurante Riviera, edificado precisamente no local onde está agora o Hotel Grand Lapa (ex-Mandarin Oriental). Foi esse um tempo de grandes ilusões a incentivar uma geração macaense mais nova à participação política.
Artigo de Jorge Rangel, Presidente do Instituto Internacional de Macau, publicado no Jornal Tribuna de Macau em 2009.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Festlatino: 28 e 29 Setembro, Macau

O Congresso do Movimento Internacional de Culturas, Línguas e Literaturas Neolatinas – FESTLATINO - é um movimento cultural que tem desenvolvido a sua acção no sentido de ampliar os vínculos entre os países europeus de línguas neolatinas, os Países Ibéricos e a América Latina,os Estados membros do Mercosul e os da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa-CPLP, no qual participam escritores, filólogos, professores, artistas, estudantes, diplomatas, jornalistas, líderes culturais e políticos e representantes de instituições culturais.
No programa do presente ano, o Instituto Internacional de Macau apoia a realização, em Macau, de um seminário intitulado “A Língua Portuguesa no contexto do diálogo entre a China e o mundo Lusófono", que terá lugar nos dias 28 e 29 de Setembro, e cujas sessões estarão divididas entre o auditório do IIM, a Escola Portuguesa de Macau e o Instituto Politécnico de Macau.
Do vasto programa destaque, no que à história de Macau diz respeito, para o programa do dia 29, no auditório do Instituto Politécnico de Macau onde terão lugar uma série de intervenções durante a tarde. “O Patuá de Macau – Memória e Identidade Macaense", pelo Dr. Miguel Senna Fernandes abrirá a sessão. De seguida, o Dr. Yao Jing Ming apresentará “Um breve esboço sobre a tradução de escritores de língua portuguesa para chinês". O Prof. Doutor Choi Wai Hao será o orador seguinte, com o tema - “Desenvolver as vantagens culturais e linguísticas para converter a RAEM num centro de ensino e investigação da língua portuguesa na China", seguido pela locução intitulada “Acordamos ou não, Macau", pela Profª. Antónia Espadinha. A última apresentação será levada a cabo pelo Dr. José Rocha Dinis, e terá como título - “Media em Macau - um futuro com desafios“. 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O início da fotografia na China: Macau

Seminário Permanente de Estudos sobre Macau, dia 29 Set., 18h, na FCSH, UNL, Lisboa: O Início da Fotografia na China: Macau - Fotógrafos Anglófonos e Chineses na Macau Oitocentista (o Espólio Inédito do Peabody Essex Museum), por Rogério Puga.
Na colecção de fotografias e de álbuns de viagem do mais antigo museu norte-americano, O Peabody Essex Museum (Salem, Massachusetts), encontram-se dezenas de fotografias de Macau recolhidas desde o século XIX por viajantes, diplomatas, mercadores e missionários e que, por sua vez, foram doadas ao PEM como parte de espólios familiares.
Este seminário analisa essas mesmas representações pictóricas, muitas delas inéditas, os seus autores e respectivos contextos de produção, bem como a fotografia enquanto (arte e técnica de) representação (também filtrada) da realidade, no âmbito do início da actividade fotográfica na China através de Macau e de Hong Kong. As primeiras fotografias que se conhecem da China são aliás 'panoramas' de Macau da autoria de Jules Itier (1802-1877).

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ainda as "pedras da cadeia"...

Um post recente com uma informação em primeira mão 'virou' notícia da agência Lusa com o título "Pedras da antiga cadeia com brasão de armas de Portugal à venda".
Macau, China, 17 set (Lusa) -- Duas pedras da fachada da antiga prisão de Macau, com o brasão de armas português cravado, foram colocadas à venda em Macau por 300 mil dólares de Hong Kong (27.800 euros) por um funcionário do governo da Região. "Enviei algumas cartas a proprietários de casinos com uma proposta de venda por 300 mil dólares de Hong Kong, mas ainda não tive resposta", disse Pak Fok Tong à agência Lusa, ao precisar que está interessado em "colecionadores privados", mas que poderá vender ao governo, por "não menos de menos de 100 mil patacas (8.900 euros)".
Funcionário do governo e residente em Macau, Pak Fok Tong confessou que só em último recurso doará as peças a um museu, por achar que "eles vão simplesmente pô-las num armazém por serem pedras do governo colonial", e porque, assumidamente, quer ganhar dinheiro. "Ainda não contactei o governo de Macau. Sei que posso doá-las a um museu, mas primeiro vou tentar vendê-las", assumiu, ao admitir urgência na transação por "razões financeiras" e "por falta de espaço", já que no final do ano vai mudar de casa e diz não ter onde guardá-las. Pak Fok Tong vai esperar por interessados "até ao último minuto", o que pelos seus cálculos, será "até ao final de outubro". "Se ninguém comprar até lá, vou contactar o Governo para saber se estão interessados porque tenho de entregar a casa até ao Natal", justificou.
As pedras -- uma com a inscrição do brasão de armas português e outra com a data da inauguração da prisão -- 'Anno de 1912' -- faziam parte da fachada da Cadeia Pública de Macau, construída entre 1906 e 1910, e mais tarde denominada Cadeia Central. Pak Fok Tong, disse também ter conhecimento da existência de uma terceira pedra com a inscrição "Cadeia Pública", e que entretanto desapareceu.O atual vendedor disse à agência Lusa que comprou as duas pedras há quatro anos, por um "valor secreto" num estaleiro de obra na Taipa, -- entre a Rua de Choi Long, onde vivia, e a Estrada Nordeste da Taipa --, uma localização bastante distante do centro de Macau onde funcionava a antiga prisão. "Havia uma casa de madeira no estaleiro de obra. A pedra com o emblema de Portugal estava ao lado da porta da casa de madeira, e a pedra com a inscrição 'Anno de 1912' estava a ser usada como pedra de calçada", explicou, ao relatar uma situação que descreveu como "pobre".
Tong referiu ainda que só mais tarde é que soube que as pedras eram da prisão antiga. "Na altura eu nem sabia. Achei que eram da fachada do antigo tribunal de Macau, depois uma académica é que me esclareceu", acrescentou. Contactado pela agência Lusa, o Instituto Cultural de Macau disse não ter conhecimento da situação e remeteu uma resposta para depois de analisada a situação. O antigo edifício da Cadeia Pública de Macau foi demolido. A atual prisão de Macau fica situada em Coloane, desde 1990, ocupando o antigo terreno da fábrica de panchões (fogo de artifício) "Kuong Heng Tai".
Autor: FV.Lusa

sábado, 17 de setembro de 2011

Programa da Semana de Macau no Atrium Saldanha

19 de Setembro
12:30h - Abertura da Exposição de Macau, com animação do Grupo de Dança do Leão da Associação Portuguesa de Kung Fu Xuan Wu
13h - Prova de degustação de comida macaense
13h - Cardápio de comida macaense no restaurante Serra da Estrela
13:30h – Concerto musical
18:30h - Palestra do ciclo Saberes Milenares: “Feng Shui para uma nova Era", com Alexandre Gama, professor e consultor da Escola Nacional de Feng Shui. Sessão moderada por Maria José Baião.
19:15h - Concerto musical

20 de Setembro
13h - Prova de degustação de comida macaense
13h - Cardápio de comida macaense no restaurante Serra da Estrela
13:30h - Concerto musical
19h - Concerto musical

21 de Setembro
13h - Cardápio de comida macaense no restaurante Serra da Estrela
13:30h - Concerto musical
18:30h - Palestra do ciclo Saberes Milenares: “O Ki das 9 estrelas – estratégias para uma vida melhor", com Francisco Varatojo, director do Instituto Macrobiótico de Portugal, seguida de prova de degustação de comida macaense. Sessão moderada por Maria José Baião.
19:15h - Concerto musical

22 de Setembro
13h - Prova de degustação de comida macaense
13h - Cardápio de comida macaense no restaurante Serra da Estrela
13:30h - Concerto musical
19:00h - Concerto musical

23 de Setembro
13h - Cardápio de comida macaense no restaurante Serra da Estrela
13:30h - Concerto musical
18:30h - Palestra do ciclo Saberes Milenares: “O chá na China”, com Graça Pacheco Jorge, autora e Confreira de Mérito da Confraria da Gastronomia Macaense, seguida de prova de degustação de comida macaense. Sessão moderada por Maria José Baião.
19:15h - Concerto musical

Ementa da semana gastronómica:
19 Set. – 2ª: Prato: Galinha com Nozes / Sobremesa: Creme de manga com iogurte
20 Set. – 3ª: Prato: Peixe Mandarim / Sobremesa: Formigos
21 Set. – 4ª: Prato: Carne de Vaca com pimentos / Sobremesa: Tarte impossível de côco
22 Set. – 5ª: Prato: Peixe com Molho Sutate / Sobremesa: Salada de laranja com chá
23 Set. – 6ª Prato: Galinha à Portuguesa / Sobremesa: Saransurave

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Semana de Macau no Atrium Saldanha

De 19 a 23 de Setembro acontece a “Semana de Macau" no Atrium Saldanha, em Lisboa.
A abertura oficial está marcada para as 12h30 do dia 19, tendo como ponto alto um espectáculo de Dança do Leão. Durante cinco dias, uma série de actividades darão a conhecer o património cultural e artístico de Macau. Haverá também provas de degustação diárias e a disponibilidade de um cardápio gastronómico no restaurante Serra da Estrela ao almoço. Destaque ainda para três palestras temáticas do ciclo “Saberes Milenares”, em colaboração com o Instituto Macrobiótico de Portugal e com a Escola Nacional de Feng Shui. Terão lugar pelas 18h30 nos dias 19, 21 e 23 do corrente mês. Além disso, poderá ouvir música tradicional chinesa diariamente, pelas 13h30 e 19h.
Fica o convite para “Sentir Macau” em Lisboa.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Miradouro D.Maria: década 1950

Vista geral sobre o jardim/miradouro de D. Maria II junto à estrada com o mesmo nome. Ao fundo o reservatório do Porto Exterior.
Nas imediações foi construído um pequeno forte no início do século 19. Viria a ser bombardeado pela aviação norte-americana em 1945. Uma fragata com o mesmo nome - D. Maria II - chegou a Macau por volta de 1850 e ficou ancorada na Taipa (na zona actual da ponte de Sai Wan). No final de Outubro (dia da rainha, 29) uma violenta explosão (fez estragos no Praia Grande a mais de 3 km's de distância!) provocou quase 200 mortos e o afundamento da fragata.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Corpo Expedicionário: ca. 1900

Encontrei esta imagem sem qualquer referência. Tendo por base algumas consultas e pesquisas efectuadas será muito provavelmente de 1900. Retrata o Corpo Expedicionário que foi de Portugal para Macau (na sequência da Revolta dos Boxers) na força de 14 oficiais e 368 praças e nomeado pelo Decreto de 05 Jul 1900. Esteve em Macau de 12 de Agosto de 1900 a 4 de Dezembro de 1901. Quanto ao local poderá ser, entre outros: escadaria Seminário s. José, Escadaria Santa Rosa de Lima.
É apenas uma hipótese pelo que lanço o desafio a quem conseguir identificar a imagem com maior certeza.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Av. da República (marco)

O marco que assinala o início da avenida a caminho da Barra e que resistiu à passagem do tempo. Ainda hoje lá está... Abriu ao público a 10 de Dezembro de 1910. Foi responsável pela construção o engº Miranda Guedes. Estava pronta quando se deu a implantação da República* em Portugal. Começa junto à Rua do Bom Parto e termina na Rua de S. Tiago da Barra. Na imagem de baixo um postal da zona na década de 1990.
* a Rua Nova D'el Rei passou a designar-se a partir desse ano Rua Cinco de Outubro.

domingo, 11 de setembro de 2011

Macau em Boticas


Até ao dia 30 de Setembro vai esta patente ao público no átrio dos Paços do Concelho de Boticas (entre Montalegre e Chaves - distrito de Vila Real de Trás-os-Montes) a exposição "Macau Antigo".
A mostra é organizada pela autarquia em colaboração com a Fundação Oriente. 
Trata-se de uma exposição que através de um conjunto de fotografias e livros retrata a grande metrópole que é a cidade de Macau em meados do século XX.
Na imagem de cima: a colina da Penha e a Praia Grande (direita) no final da década de 1960.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Evolução aterros

Tracejado a vermelho: as muralhas da cidade-cristã no séc. 17
Azul mais escuro: delimitação no séc. 19
Azul mais claro: delimitação no séc. 20 (já com os primeiros aterros)
Tracejado: zona residencial maioritariamente constituída por chineses
Branco: zona residencial maioritariamente constituída por europeus

sábado, 3 de setembro de 2011

'Pedras' da antiga Cadeia à venda


"Anno de 1912"
Foram compradas há uns anos por um particular em Macau que agora as tem à venda por 300 mil dólares de HK... pouco menos de 30 mil euros. Pertenceu à antiga Cadeia Pública (mais tarde denominada Cadeia Central) construída entre 1906 e 1910 e inaugurada em 1912. As peças estavam colocadas na fachada principal do edifício. (imagem abaixo)
Deveriam estar, por exemplo, no Museu de Macau. Quem estiver interessado poderá contactar o Macau Antigo.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Convento do Precioso Sangue


Construído entre 1916 e 1917, este edifício - projecto do arquitecto John Lemn  - foi inicialmente a residência de Luís Nolasco da Silva, filho do sinólogo Pedro Nolasco da Silva, sendo mais tarde adquirido pela Ordem das Irmãzinhas do Precioso Sangue entre os anos 30 e 40. Desde 1996 alberga a Autoridade Monetária de Macau.
É um edifício de dois andares que faz lembrar uma fortaleza. Possui amplas varandas que tinham por objectivo proporcionar ventilação aos quartos principais - uma solução arquitectónica típica de climas tropicais antes da invenção do ar condicionado. Também conhecido por “Casa Branca” devido à cor das suas paredes exteriores.
Na rua dos Parses nº 3
Foto (acima) de Lei Chiu Veng na década de 1970