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domingo, 28 de outubro de 2018

Centro de Aviação Marítima: Fairey e Osprey



Em 1917, em plena Grande Guerra, era criada a Aviação Naval, componente aérea da Marinha Portuguesa. O Serviço e Escola de Aviação da Armada foi criado em 28 de setembro de 1917, sendo que a atividade operacional teve início a 14 de dezembro desse mesmo ano na Doca do Bom Sucesso – a primeira base aeronaval da Marinha Portuguesa, de onde partiram alguns dos mais significativos e heroicos raids aéreos da História da Aviação mundial.
Foi o caso da primeira travessia aérea do Atlântico Sul, que ligou Lisboa ao Rio de Janeiro em 1922, efetuada por Sacadura Cabral e Gago Coutinho.
Em 1928 seria criado em Macau o Centro de Aviação Marítima - Diploma Legislativo nº 22 de 14 de Junho de 1928 (imagem ao lado), ficando localizado na Taipa onde foi construído um hangar.  O comando foi entregue ao 1.º Tenente José Cabral. Estava equipada com três aviões Fairey, n.º s 17, 19 e 20. O nº 17 era o Santa Cruz.
Em 11 de Abril de 1933, por Portaria Provincial nº 291 (imagem abaixo), foi extinto o Centro de Aviação Marítima de Macau, por não satisfazer ao fim para que foi criado "devendo o pessoal da Marinha recolher à metrópole na primeira oportunidade".
Mais tarde, em 1937, foi criado o Centro de Aviação Naval da Colónia de Macau desta vez com aviões Osprey. Numa primeira fase com os números 71 e 72, aviões que tinham embarcado nos navios «Afonso de Albuquerque» e «Bartolomeu Dias», a que se juntam mais tarde outros quatro aviões também Osprey. Instalam-se no hangar do Porto Exterior.
Em 1942, em plena II Guerra Mundial, o Centro de Aviação Naval, é definitivamente extinto.

PS: A Royal Air Force britânica criou idêntico centro em Hong Kong em 1927 com três aviões Fairey IIIF.
Curiosidade: a mascote da aviação naval portuguesa em Macau era um cão de nome "Fairey".
Santa Cruz em Macau (Taipa) numa foto de 1928 publicada na revista Ilustração (16.9.1928) que por sua vez a republicou da revista britânica "Aeroplane".
Em baixo fotografia do Fairey IIID "Santa Cruz construído em Inglaterra (1921) de alumínio e madeira revestida de tela. Comprimento: 10970 mm, envergadura: 14050 mm.
A travessia aérea do Atlântico Sul foi iniciada no hidroavião Lusitânia, que se perdeu junto aos rochedos de São Pedro e São Paulo. Foi enviado um segundo avião, batizado Pátria, que também se perdeu no mar. A viagem foi concluída no Santa Cruz. Todos eles eram de origem inglesa, da marca Fairey, existindo contudo ligeiras diferenças entre eles.
Foto Museu de Marinha (Portugal) onde o avião está exposto.

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