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sexta-feira, 1 de março de 2019

Livros para aprender mandarim

Para este post seleccionei quatro obras do início do século 20 feitas em Macau e que tiveram como público alvo os portugueses que pretendiam aprender mandarim, quer a título particular quer nas instituições de ensino onde o idioma chinês foi ensinado, nomeadamente em Macau. Claro que já antes foram publicados livros semelhantes* em Macau, nomeadamente pouco depois de meados do século 16, por via dos jesuítas após o 'estabelecimento' de Macau.
Por ordem cronológica de edição:
- "Manuel da Língua Sínica escripta e falada" compilado por Pedro Nolasco da Silva, Tip. Mercantil, Macau, 1903. (obra dividiu-se em duas partes)
- "Novo Methodo de Leitura", 1.º Livro traduzido e annotado por
José Vicente Jorge, Macau, 1908, Typ. Mercantil de N.T. Fernandes e Filhos.- "國文教科書 Livro para Ensino da Litteratura Nacional Kuok Man Kau Fo Shu" traduzido em portuguez por P. Nolasco da Silva.- "Kuok Man Kan To Shu  Leituras Chinesas" de J. V. Jorge e Camilo Pessanha, Tipografia Mercantil de N. T. Fernandes e Filhos, Macau, 1915. Trata-se de um livro escolar para aprendizagem do mandarim. Embora a autoria seja atribuída a Pessanha e a J.V.J., segundo os especialistas a maior parte do trabalho é da autoria de J.V.J. e Pessanha fez apenas a revisão das expressões em português.
Nas primeiras páginas do "國文教科書 Livro para Ensino da Litteratura Nacional Kuok Man Kau Fo Shu", de P. Nolasco da Silva fica-se a saber um pouco mais sobre este tipo de livros:
"É este o segundo volume do compendio chinez de leitura intitulado 初等小學國文教科書 (ch´on-tang-siu-hoc-kwok-man-kau-fo-shu), a saber, Livro para ensino da litteratura nacional nas escolas de instrucção primaria.
O compendio consta de uma serie de 10 volumes, abrangendo cada volume sessenta lições, todas aproximadamente da mesma extensão, contendo noções uteis e contos moraes. Foi methodicamente preprarado por uma sociedade de literatos chinezes que teem a sua sede em Shanghae. É destinado para as escolas primarias de toda a China, e tem conquistado grande popularidade, tanto assim que é hoje adoptado nas escola de Shanghae, Hong Kong, Cantão, Macau, etc.  Foi aprovado pelo ministério da instrucção publica de Peking.  Depois da publicação do primeiro volume, no qual indicamos o numero de caracteres chinezes diferentes que contem os 6 primeiros volumes, pudemos apurar os caracteres differentes que contem os quatro últimos volumes de modo que o total dos characteres chinezes diferentes que existem nos 10 volumes da serie sobe a 3559 (…) Vê-se, pois, que para descrever a imensidade de assumptos diversos que os 10 volumes d´este compendio contem, não foi necessário em pregar mais que 3559 caracteres chinezes diferentes, que equivale a 3559 palavras. É esta mais uma demonstração que prova que o numero de caracteres chinezes que são de uso comum e que é preciso conhecer não é tão grande como se tem ditto com grande exageração.”
* Só tendo por base os livros da autoria de Pedro Nolasco da Silva, aqui ficam as referências das suas obras publicadas no século 19:
- Círculo de conhecimentos em portuguez e China, 1884;
- Fábulas, 1884;
- Phrases usuaes dos dialectos de Cantão e Peking, 1884;
- Grammatica práctica da lingua chinesa, 1886;
- Vocabulario e frases dos dialectos de Cantão e Peking para uso dos alumnos da Escola Central de Macau, 1889;
- Compilação de phrases usuaes e de dialogos nos dialectos de Peking e de Cantão. Para uso dos alumnos da Escola Central de Macau , 1894;
- Os rudimentos da língua chinesa. Para uso dos alumnos da Escola Central do Sexo Masculino, 1895.

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