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terça-feira, 6 de junho de 2017

Subsídios para a História de Macau

Subsídios para a História de Macau (234 pp) foi escrito por Bento da França, "Tenente de cavallaria e ajudante de campo honorário de Sua Alteza Real o Senhor Infante D. Augusto" foi editado pela Imprensa Nacional, em Lisboa, em 1888.
Nele, de acordo com as investigações do autor, conta-se a história de Macau desde o estabelecimento dos portugueses em 1556 até 1849. Este prazo máximo, segundo autor tem a seguinte explicação: "No nosso estudo não passámos de 1849, por duas rasões. Detivemo-nos n'esta data, que marca uma epocha para a historia de Macau, porque de 1849 para cá abundam no ministério da marinha e ultramar documentos. Não prosseguimos porque nos repugna apreciar os actos dos vivos, tanto mais que servimos com alguns".Sobre o território Bento da França escreveu ainda "Macau e os seus habitantes" (1897). A obra é dividida em quatro partes: Resumo da história de Macau (baseada no livro de 1888); Noticia geographica admnistrativa e politica (inclui informação sobre a gruta de Camões); Raças, usos e costumes dos habitantes de Macau; Relações com Timor.
No livro de 1897 Bento da França inclui muitos dados que tinha coligido antes, em 1890, para um folheto de 62 páginas que se chamou "Macau" e que foi o nº 183 da colecção "Bibliotheca do Povo e das Escolas". Na época apesar de Timor ter um governador próprio, dependia directamente do governo de Macau. Refira-se ainda que o tio, Bento da França Pinto de Oliveira (1833-1889), irmão do pai (Salvador de Oliveira Pinto da França), foi governador de Timor entre 1882 e 1883.
Bento da França assenta a sua história de Macau num dos primeiros livros que sistematizou a história do território, em 1836, o "Historical sketch of the portuguese settlements in China", escrito pelo sueco Anders Ljungstedt.
Vem tudo isto a propósito da oferta que o meu amigo João Loureiro me fez no passado domingo do folheto "Macau" - já referido - impresso em 1890 e aqui apresentado numa cuidada encadernação.
Nos finais de oitocentos, a intelectualidade portuguesa via na educação popular o caminho para se alcançar o progresso e a civilização. Esta elite, influenciada pelo positivismo, defendia a educação científica do povo, transmissora de conhecimentos úteis. David Corazzi, a partir de 1881, editou a "Bibliotheca do Povo e das Escolas", uma colecção de fascículos destinada a um vasto público formado por Portugueses e Brasileiros escolarizados, mas carentes de uma educação científica e literária. Durou até 1913 esta missão educativa e civilizadora e possibilitou a circulação de conhecimentos científicos entre Portugal e Brasil.

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