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quarta-feira, 1 de março de 2017

91º aniversário da morte de Camilo Pessanha

Nesta data assinalam-se ainda os 91 anos passados sobre a morte do poeta Camilo de Almeida Pessanha (1867-1926), vítima de tuberculose pulmonar, na sua casa no nº 75 da Rua da Praia Grande. Ao lado numa foto de Man Fook, tirade em 1915, pode ver-se a letra de Pessanha que partiu de Lisboa para Macau  a 17 de Março de 1894 no vapor espanhol, Santo Domingo.
No território, onde viveu durante 32 anos, começou por ser professor do Liceu (cadeira de filosofia Elementar) tendo como colega Wenceslau de Moraes, e desempenhou ainda diversos cargos ligados à sua formação de direito. Em Macau o seu nome ficou imortalizado num edifício, na toponímica, na numismática e numa estátua.
Para a ensaísta Barbara Spaggiari (1983) Pessanha foi ”o único verdadeiro simbolista da Literatura portuguesa e, em absoluto, um dos maiores intérpretes do Simbolismo europeu”.
Da sua obra, Clepsydra, (1920),  transcrevo:

Floriram por engano as rosas bravas
No inverno: veio o vento desfolhá-las...
Em que cismas, meu bem? Porque me calas
As vozes com que há pouco me enganavas?
Castelos doidos! Tão cedo caístes!...
Onde vamos, alheio o pensamento,
De mãos dadas? Teus olhos, que um momento
Perscrutaram nos meus, como vão tristes!
E sobre nós cai nupcial a neve,
Surda, em triunfo, pétalas, de leve
Juncando o chão, na acrópole de gelos...
Em redor do teu vulto é como um véu!
Quem as esparze _quanta flor! _do céu,
Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos?
Para além dos diversos posts aqui pelo blogue, eis outras sugestões de leitura, neste caso edições do IPOR, mas existem muitas obras sobre a vida e obra de Pessanha.
70º Aniversário da Primeira Edição da Clepsidra; Homenagem a Camilo Pessanha; Camilo Pessanha o Jurista e o Homem; Camilo Pessanha Prosador e Tradutor; A Imagem e o Verbo Fotobiografia de Camilo Pessanha.

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