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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sessão sobre José Vicente Jorge (21 Maio)

No dia 21 de Maio, pelas 18h, na sala multiusos 2 (4º andar do edifíco de investigação da FCSH, Av. de Berna, Lisboa) terá lugar mais uma sessão do "Seminário Permanente de Estudos sobre Macau", que estará a cargo do Dr. Pedro Barreiros, com o título: "José Vicente Jorge (1872-1948), Macaense Ilustre". Pedro Barreiros é neto de J. V. Jorge.
Refiro a propósito alguns elementos de uma notícia do jornal Ponto Final sobre um seminário que versa o mesmo tema e que teve lugar em Macau em Abril de 2010.
(...) José Vicente Jorge, macaense que desempenhou um importante papel enquanto mediador, tradutor e professor na primeira metade do século XX. (...) Nascido em Macau em Dezembro de 1872, José Vicente Jorge entrou para a Repartição do Expediente Sínico em Março de 1890, seguindo o exemplo do pai, que fora intérprete-tradutor. Informações adicionais aqui
Na época, segundo a historiadora Tereza Sena, os intérpretes asseguravam a diplomacia no dia-a-dia da cidade, lidando ainda com assuntos relacionados com a população chinesa, que constitua a grande maioria. “Estes intérpretes eram muito importantes para a economia e manutenção da estabilidade de Macau”, acrescenta a historiadora.
Pelas suas funções de intérpretes, professores e diplomatas, homens como José Vicente Jorge eram os responsáveis pela mediação cultural entre os dois mundos em que viviam: o português e o chinês. José Vicente Jorge contribuiu para este entendimento, nem sempre fácil, de forma notável.
“José Vicente Jorge revelou os segredos da poesia chinesa a Camilo Pessanha, tendo posteriormente trabalhado em conjunto nas traduções, bem como os segredos da arte chinesa que ambos coleccionavam. Por esta razão, os escritores portugueses Camilo Pessanha e Wenceslau de Moraes permaneceram na família Jorge como homens sensatos, dignos de respeito e de honra”, contou ao jornal Tereza Sena.
As privações e atribulações da Guerra do Pacífico levaram José Vicente Jorge a procurar abrigo em Portugal, onde viria a morrer vítima de diabetes em Novembro de 1948, longe da terra natal que tanto estimava. Não voltou a ver Macau, mas conseguiu transmitir aos seus descendentes a afeição pela cidade onde nasceu e o carinho pelas culturas que soube entender.
“José Vicente Jorge viveu coerentemente e de forma honrada numa difícil época de transição à escala mundial: da monarquia à república, da democracia à ditadura, da paz à guerra, do colonialismo ao despontar dos nacionalismos, mas também de profundas e instáveis alterações na vida quotidiana a caminho da modernidade, que num século de tantas mudanças não deixou Macau de fora”, rematou a investigadora ao Ponto Final.
A imagem - Dedicatória a José Vicente Jorge - Introdução ao Catálogo de arte chinesa - e o texto que se seguem são reproduzidos do site do Instituto Camões
Pessanha teve um mestre de língua chinesa e um amigo, o sinólogo José Vicente Jorge, tradutor da Embaixada de Portugal em Pequim, Chefe da Repartição de Expediente Sínico em Macau, grande coleccionador de Arte Chinesa e autor do livro Notas sobre a Arte Chinesa, que o introduziu no conhecimento da Arte e da Literatura chinesas e com quem publicou um livro de Leituras Chinesas o Kuoc Man Kao Fo Shu.
Os seus conhecimentos de língua chinesa permitiram-lhe traduzir as Elegias Chinesas, sempre com a reconhecida ajuda do seu “querido mestre José Vicente Jorge, que a emendou em alguns pontos, aproximando-a mais da intenção original”.
Sobre esses mesmos conhecimentos esclarece Danilo Barreiros que Pessanha saberia cerca de 3.500 caracteres chineses.
No que respeita à Arte Chinesa, Pessanha coleccionou um apreciável conjunto de peças que adquiriu durante a sua longa estada em Macau e que ofereceu a Portugal, estando agora depositadas no Museu Machado de Castro, em Coimbra. Como em tudo, os conhecimentos de Pessanha sobre a Arte Chinesa foram sempre muito contestados.
No seu ensaio Camilo Pessanha, José Vicente Jorge e as Elegias Chinesas, escreve Danilo Barreiros: ... é de referir ter sido publicado em 7 de Fevereiro de 1915 no semanário O Progresso o seguinte convite: “O Governador da província de Macau e D. Berta de Castro e Maia têm a honra de convidar as pessoas das suas relações a visitar hoje, pelas 16 horas, no palácio do Governo, a exposição de preciosidades chinesas da colecção do Exmº. Sr. Dr. Camilo de Almeida Pessanha”. O malogrado governador Carlos da Maia, pessoa de grande cultura e bom gosto, jamais promoveria esta exposição se as peças apresentadas o não merecessem.
http://macauantigo.blogspot.com/2009/04/jose-vicente-jorge-1872-1948.html

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