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domingo, 25 de fevereiro de 2024

Porcelana Chinesa de Exportação - Antiga Colecção Cunha Alves

Em exibição do Museu do Oriente (Lisboa) 
No período que abrange esta colecção - séc. 17 a 19 - Macau não só foi ponto de passagem de peças de porcelana chinesa de exportação como também, em muitos casos, eram executadas no território as fases finais do processo de produção, nomeadamente a pintura.
Texto (abaixo) e fotos do Museu do Oriente
A chegada de Vasco da Gama à India em 1498 e a conquista de Malaca em 1511 marcam o início das encomendas de porcelana chinesa para o mercado ocidental, onde Portugal desempenhou um papel pioneiro como encomendador.
Adquirida pela Fundação Oriente em 2018, a Antiga Colecção Cunha Alves reúne 209 peças de porcelana chinesa de exportação para o mercado ocidental decoradas com cenas ao gosto europeu. Esta é a primeira apresentação da colecção no seu conjunto, integrada na exposição permanente Presença Portuguesa na Ásia.
Coleccionada ao longo de 25 anos pelo diplomata Paulo Cunha Alves, é composta por peças datadas dos séculos XVII a XIX, adquiridas em leilões, antiquários, feiras internacionais e directamente a particulares, em inúmeros países.
O conjunto está agrupado segundo temáticas diversas: a aventura marítima, a expansão da fé cristã, os deuses do Olimpo, os prazeres da vida ao ar livre, a música, dança e poesia, temas satíricos, anedóticos, históricos, eróticos, galanteios e vaidades, entre outras. A decoração inspira-se em fontes iconográficas europeias, tais como desenhos, gravuras e pequenas pinturas a óleo. Estes modelos em prata, faiança, porcelana, estanho e madeira eram enviados para a China para serem copiados pelos artesãos locais. Os resultados são coloridas representações a azul e branco sob o vidrado, e a esmaltes da “família rosa”, grisaille, preto e sépia, bianco sopra bianco, rosa carmim e dourado, sobre o vidrado.
A aquisição da Antiga Colecção Cunha Alves insere-se na aposta estratégica da Fundação Oriente de consolidar o seu acervo de porcelana, posicionando o Museu do Oriente como uma referência no panorama das artes decorativas, em geral, e da porcelana, em particular.

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