Páginas

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Construção de uma bateria em forma de luneta: 1872

A 26 de Julho de 1872 o governador de Macau Visconde de S. Januário assina a Portaria Provincial nº 48 que determina a construção de uma bateria em forma de luneta na ponta da praia de S. Francisco para peças de grosso calibre.

Boletim da Província de Macau e Timor: 27.7.1872

A 1 de Dezembro de 1872 é feito o lançamento da primeira pedra para a construção da Bateria Rasante que viria a ficar conhecida pelo nome "1.º de Dezembro". A planta é da autoria do capitão de engenharia Dias de Carvalho e do Barão do Cercal.

A imagem abaixo é de meados de 1874, embora algumas vezes surge referenciada como posterior. A explicação é simples. Em Setembro desse ano Macau foi assolado por um dos tufões mais violentos de sempre que viria a destruir, por exemplo, a cúpula do Farol da Guia (que se pode ver no topo do lado direito). Nesse mesmo ano foi inaugurado o Hospital S. Januário (incluído na fotografia) que também sofreu estragos. A fisionomia do Quartel de S. Francisco é já a versão das obras de remodelação de 1864 que lhe deram uma forma mais rectangular.
Relatório das Obras Públicas sobre "trabalhos executados em 1872":
"Esta nova bateria é feita na ponta praia de S Francisco principiou a construcção no 1 o de dezembro de 1872. Pertencendo esta obra á classe das fortificações maritimas podia o seu traçado ser irregular a fim de que os fogos fossem todos perpendiculares aos pontos a bater; no entanto julgou-se que, sem prejudicar estes principios, se lhe desse forma da conhecida obra de fortificação, denominada luneta, com os angulos arredondados, o que faz com que sejam decompostas as grandes pressões exercidas pelos embates do mar; é formada de uma espessa e sólida muralha, revestida de cantaria que estavelmente pode supportar o terrapleno, feito de terras caldeaveis, homogeneo em densidade e compressão. A superficie de todo o terrapleno é de 1374 m2."
Perspectiva da bateria sobre a baía da Praia Grande com a colina (e ermida) da Penha ao fundo ca. de 1900.

Sem comentários:

Enviar um comentário