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sexta-feira, 10 de maio de 2013

Jorge Álvares: Maio de 1513

Década 1960 (foto cedida por JD) e o autor do blog em 2009
In May 1513, Álvares sailed under the portuguese malaca captain Rui de Brito Patalim in a junk from Pegu. The expedition was accompanied by five other junks. Álvares himself was accompanied by two other Portuguese mariners. Álvares made first contact on Asian soil in Guangdong, Southern China in May 1513. Upon landing, he raised a "Padrão" from the king of Portugal, where they landed on Lintin Island in the Pearl River estuary. Based on information from their captain, they were to hope to find trade. Soon after this, Afonso de Albuquerque, the Viceroy of the Estado da India dispatched Rafael Perestrello to seek trade relations with the Chinese. In a ship from Malacca, Rafael landed on the southern shores of Guangdong later that year in 1513.
in "Macau, the Imaginary City: Culture and Society, 1557 to the Present" Jonathan Peter, 1996.
Jorge Álvares foi um dos portugueses que, de Malaca, se dirigiram à China, sendo o primeiro a chegar ali por via marítima, em Maio de 1513, a mando do Capitão/ Governador de Malaca, Jorge de Albuquerque. Este em Janeiro de 1515 escreve ao rei D. Manuel I informando-o da viagem e dizendo que promovera Jorge Álvares a escrivão, "por ser homem suficiente para isso e vos ter servido em outras coisas, como na ida à China, em que foi feitor de um junco de Vossa Alteza; foi mui bem recebido, os Chins folgam com nossa companhia". 
in "Vultos Marcantes em Macau", Manuel Teixeira, Imprensa Nacional, Macau, 1982
NA: Manuel Teixeira, tb era de Freixo de Espada à Cinta, tal como Jorge Álvares.

Veja aqui as imagens do dia da inauguração da estátua.


Segue-se um excerto da autoria de Fernando Correia de Oliveira, jornalista há muitos anos radicado na China.
Quando Diogo Lopes de Sequeira partiu à descoberta de Malaca, em 1508, a China já faz parte clara dos interesses da Coroa de Lisboa. Nas instruções que recebera do rei lia-se: “perguntareis pelos chins, de que parte vêm, e de quão longe, e de quanto em quanto vêm a Malaca, ou aos lugares em que tratam, e as mercadorias que trazem, e quantas naus deles vêm cada ano, e pelas feições de suas naus, e se tornam no ano em que vêm, e se têm feitores ou casas em Malaca, ou em outra alguma terra, e se são mercadores ricos, e se são homens fracos, se guerreiros, e se têm armas ou artilharia, e que vestidos trazem, e se são grandes homens de corpos, e de toda a outra informação deles, e se são cristãos, se gentios, ou se é grande terra a sua, e se têm mais de um rei entre eles, e se vivem entre eles mouros ou outra alguma gente que não viva na sua lei ou crença, e se não são cristãos em que crêem, ou a que adoram, e que costumes guardam, e para que parte se estende a sua terra, e com que confinam.”
Nessa viagem, poderá ter havido contactos anteriores com chineses, mas aquele que está documentado data de 1 de Julho de 1509 – Sequeira deparou-se com juncos chineses ancorados no porto de Malaca. Subiu a um deles, comeu a bordo. Descreveu os chineses e os seus hábitos. “Homens alvos e bem dispostos, sem barba, salvo no bebedoiro, olhos pequenos e os lacrimais afastados dos narizes, cabelos compridos, quase pretos e ralos, metidos em crespinas de seda pretas… mangas largas abaldocadas… dizem que são cristãos, comem toda a vianda, trazem consigo mulheres… comeu-se carne de galinha e porco, bebeu-se vinho branco de palma… os chins comiam com garfos, usavam guardanapos lavrados para se limpar. Mulheres a bordo, carne de porco, bebidas alcoólicas… era definitivamente algo diferente do Islão. Ao conquistar Malaca, em 1511, Portugal imiscuía-se directamente no sistema de tributo, vassalagem e suserania instituído pela China aos Estados vizinhos, já que a cidade-estado dele fazia parte. Em 1513, o novo capitão de Malaca, Jorge de Albuquerque, envia um oficial da coroa, Jorge Álvares, com o objectivo claro, pela primeira vez, de navegar até à China.

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