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segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Círculo Cultural de Macau: fundação e estatutos

O Círculo Cultural de Macau foi fundado a 5 de Agosto de 1950 - Portaria  nº 4808 Boletim Oficial da Colónia de Macau - por um grupo de 20 cidadãs e cidadãos a residir no território: Pedro Lobo, Luís Gonzaga Gomes, Fernando Maciel, José Silveira Machado, Maria Roque Casimiro, Cândido Vaz, António B. Gonçalves, Manuel Bastos, José Neves Catela, Hernâni Anjos, Jacqueline Bonet Marques, António Marques, Afonso Correia, José Cândido Soveral, Carlos Silva, Alberto Garcia da Silva, Manuel de Seixas, David Rodrigues Barrote, Sebastião Pinto e Álvaro Borges Leitão.
Objectivos segundo os estatutos publicados no boletim acima referido:

Artigo 2: "A finalidade do Círculo Cultural de Macau é promover a divulgação da cultura artístico-literária, especialmente a portuguesa, no meio onde é criado, e tornar Macau, sob todos os seus múltiplos aspectos, melhor e mais perfeitamente conhecida na Metrópole, nas restantes colónias portuguesas e em todos os pontos do mundo onde se fale a língua-pátria. Por intermédio do seu órgão de expansão trilingue, de que se ocupa o nº 1 do artigo 3º (publicação regular de uma revista trilingue - português, inglês e chinês), pretende ainda o CCM contribuir, o mais intensamente possível, para granjear para Macau uma posição internacional cada vez mais dignificante em todos os países estrangeiros onde lhe seja dado tornar-se conhecido".
O CCM comprometia-se ainda a organizar "conferências e palestras em vários idiomas; emissões radiofónicas; recitais e saraus artísticos e sessões culturais; exposições de arte; representações cénicas; concursos de carácter literário e artístico".
Primeiros corpos gerentes - tomaram posse a 1 de Setembro de 1950 no Gabinete do Palácio do Governo: 
Presidente honorário, governador Albano Rodrigues de Oliveira; Assembleia Geral (presidente), Fernando Maciel; presidente substituto, Alberto Garcia da Silva; secretário, José Silveira Machado; Direcção (presidente), Pedro José Lobo; vice-presidente, Manuel Pimentel Bastos; secretário-geral, Hernâni Anjos; tesoureiro, José Neves Catela; vogal, Sebastião Pinto.
A revista "Mosaico" - trilingue - é a face mais visível de uma importante associação cultural de Macau na década de 1950. O primeiro número foi publicado em Setembro de 1950 e o último (o nº 88) em Dezembro de 1957. Neste "órgão" oficial do CCM colaboraram nomes como Jack Braga, Charles Boxer, Afonso Correia, Luís Gonzaga Gomes, Pedro José Lobo, José Silveira Machado, Graciete Batalha, Fernando Maciel, Hernâni Anjos, Henrique de Senna Fernandes, José Tertuliano Cabral, Manuel Seixas, Joaquim Angélico Guerra, Jaime do Inso, Carlos Estorninho, entre outros.
Na primeira edição da "Mosaico" Hernâni Anjos explica no artigo "O que é o Círculo Cultural de Macau" que  "(...) instituído em Macau, por Macau e para Macau, principalmente, o C.C.M. é um organismo que se destina, como é natural, aos macaenses, e, a par deles, a todos os portugueses, oriundos de qualquer parte do Império que, em Macau, com carácter definitivo ou temporário, fixem a sua residência. Há nesse organismo, também, idêntico lugar para indivíduos estrangeiros, ingleses e chineses, de preferência, o que não implica a não-admissão de cidadãos de qualquer nacionalidade, tudo única e exclusivamente no sentido de servir os fins para que o C. C. M. foi criado (...)".
PS: Depois de alguns alguns inactivo o CCM 'renasceria' num novo formato, o "Instituto Luís de Camões" fundado em Macau a 22 de Junho de 1963.

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