Páginas

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

O primeiro Observatório Meteorológico

Data de 1861 a criação do primeiro Observatório Meteorológico de Macau. Ficava junto ao então designado Hospital Militar, que juntamente como Hospital da Misericórdia (S. Rafael), eram os dois hospitais do tipo ocidental em Macau. O denominado S. Januário só seria inaugurado em 1874.
"Observações meteorológicas feitas no Hospital Militar de Macau": Agosto 1863

Foi o então cirurgião-mor do território, Dr. Lúcio Augusto da Silva, o responsável máximo pela saúde pública no território, o autor das primeiras observações meteorológicas, como se pode aferir num relatório por ele escrito e publicado em 1866 no Boletim do Governo (de Macau) e na Gazeta Médica de Lisboa. 

"O estudo de todos os phenomenos meteorologicos que tão poderosa influencia exercem nos seres organisados demanda tanta dedicação e trabalho que difficilmente póde ser emprehendido por um só individuo e de modo algum por aquelle que se vê sobrecarregado de outros encargos. Não havendo um observatorio em Macau tive de observar e registar os principaes phenomenos meteorologicos como a temperatura a humidade a pressão atmospherica a chuva e o estado do tempo. Estas observações poderam ser feitas apenas duas vezes no dia. Os instrumentos aferidos pelos padrões do observatorio meteorologico da escola polytechnica de Lisboa, cujas instrucções segui, foram colocados no melhor local de que pude dispor, no hospital militar a poucos metros de altura acima do nivel do mar. Remetti a V. Exa. os mappas meteorologicos mensaes bem como o quadro geral de cada um dos tres ultimos annos. Não são observações completas por faltarem muitos outros dados importantes mas apresentam aquelles a que mais geralmente se attende e a que eu pude dedicar-me.
Antes de apresentar o resumo de todos esses dados e fazer sobre elles algumas considerações direi o que me parece ácerca das quatro estações do anno n'esta localidade. Dependendo as estações da temperatura e esta da circumstancia geometrica que acompanha o movimento da terra em torno do sol é claro que ellas variam em numero e duração em diferentes regiões do globo. As quatro estações como se acham estabelecidas nas latitudes que se comprehendem na zona temperada não duram o mesmo tempo nos paizes proximos dos tropicos e reduzem-se mesmo a duas nos que ficam ao equador e aos polos.
Na pequena peninsula de Macau situada a 22 12 44 de latitude norte, isto é, quasi no tropico de cancer, na zona torrida dá-se a primeira d'estas circumstancias. Os solsticios e equinoxios são para os astronomos os factos que marcam os limites entre as quatro estações do anno. Os meteorologistas porém, tendo em attenção sómente a marcha da temperatura e deixando de parte esta precisão dos dias em que o sol no seu movimento apparente se approxima dos dois limites ao norte e ao sul e passa por duas vezes sobre o equador, comprehendem na primavera março abril e maio, no estio junho julho e agosto, no outono setembro outubro e novembro e no inverno dezembro janeiro e fevereiro.
Fundando-me nos dados meteorologicos obtidos nos tres ultimos annos podia, se me fosse permittido, estabelecer a duração das estações em Macau do modo seguinte: primavera abril e maio, estio junho julho agosto e setembro, outono outubro e novembro, inverno dezembro janeiro fevereiro e março. Parece me isto mais rasoavel sobretudo quando se trata de estudar as doenças, comtudo meteorologistas de primeira plana reprovam como introduzindo confusão na sciencia o crear estações particulares para diferentes regiões do globo. (...)
Temperaturas médias entre 1862 e 1864

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Baía da Praia Grande ca 1880/90

Vista panorâmica da baía da Praia Grande década 1880/90
Em 1º plano muralha na colina da Penha

Ao centro, em cima, Farol e Ermida da Guia; mais abaixo o Hospital S. Januário; e seguindo para o lado direito, Grémio Militar, Quartel S. Francisco e Bateria rasante 1º de Dezembro.

Da Esq. para a Dta.: fachada igreja Mater Dei, Fortaleza do Monte, Sé

terça-feira, 29 de agosto de 2023

"Mappa de Portugal Ultramarino: India, Macau e Timor"

"Mappa de Portugal Ultramarino: India, Macau e Timor Para uso dos alumnos que frequenta, as escolas primárias e em harmonia com o programma dese ensino pelo Professor B. A. Ligorne"
Impresso em Lisboa pela Lith. Universal nos primeiros anos do século 20. Acervo da Biblioteca Nacional - Portugal.

Inclui mapa da pensínsula de Macau e Ilhas e um "Resumo chorographico da província de Macau".

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Foto da Avenida de Almeida Ribeiro: AGU

Desconheço a autoria deste foto da década de 1960 e que faz parte do espólio produzido pela Agência Geral do Ultramar.
A fotografia foi tirada na Av. de almeida Ribeiro (San Ma Lou) já perto do Porto Interior onde não se vê um único carro, apenas peões e alguns triciclos/riquexós. Do lado esquerdo o local onde era feito o sorteiro da lotaria Pa Ca Pio. Do lado direito em 1º plano destaca-se o símbolo da Casa de Penhor Cheung Heng, propriedade de Cheang Kuok Heng. Ao fundo, à esquerda, uma vista parcial do Hotel Central.

domingo, 27 de agosto de 2023

"A Holiday that is different" - poster da AGU

"Macau - a holiday that is different - for enquiries Agência Geral do Ultramar - Rua de S. Pedro de Alcântara, 81 Lisboa"
A imagem acima é um poster produzido pela Agência Geral do Ultramar que tinha nas décadas de 1950 e 1960, entre outras competências, a de promover o turismo nas então províncias ultramarinas portuguesas, incluindo Macau.
João da Câmara Leme (1930 Moçambique - 1983 Lisboa) é o designer autor do cartaz. A mesma imagem foi usada como capa de um pequeno folheto turístico editado pela AGU (imagem abaixo).

sábado, 26 de agosto de 2023

David Purley: o piloto que partiu cedo demais

Macau era um dos circuitos preferidos do piloto britânico David Purley (1945-1985) que na década de 1970 participou em três edições do GPM. Estreou-se em 1973 na Fórmula 1 participando em 11 provas. Uma carreira curta mas que deixaria marcas... Abandonou o automobilismo no final da década de 1970 após um gravde acideente, passando a dedicar-se à sua outra grande paixão, a aviação. Morreu em 1985 durante uma prova de acrobacia.
Participações no GPM:
1 Dezembro 1974 (21ª edição da prova)
Nos treinos foi o melhor dos 15 pilotos. Na prova ficou em 2º (36 voltas) num Chevron B27 - Ford twin cam atrás de Vern Schuppan (40 voltas). 
16 Novembro 1975 (foto acima)
Modus M3 - Ford BDA, da Team Harper com o nº22. Partiu em 1º lugar da grelha de partida mas acabou por abandonar a prova.
14 Novembro 1976 
Modus M3 - Ford BDA - Team Harper. Partiu do 6º lugar da grelha de partida (tempo qualificação 2m 30.89s) mas acabaria por abandonar. O vencedor foi Vern Schuppan que completou as 40 voltas em 1h 38m 54.69s ao volante de um Ralt RT1/75 - Ford BDA da equipa Theodore Racing de Teddy Yip.
Curiosidade 1: Em Julho de 1973 durante uma corrida de F1 Purley parou e saiu do seu carro para prestar ajuda a outro piloto que se tinha despistado de forma violenta. Infelizmente os seus esforços foram em vão, mas o seu gesto ficou para a história.
Curiosidade 2: Um Chevron B27 em que correu Purley tendo subido ao segundo lugar do pódio pode ser visto actualmente no Museu do Grande Prémio de Macau (à esquerda na imagem acima).

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

You'll find Macao fascinating

Europe and Asia Combine in Macao
Macao is bne of fhe favorite sidetrips for visitors to Hongkong. It is six square miles of Portuguese territory on the China mainland, forty miles and seventy-five minutes by hydrofoil
from Hongkong. But Macao is more than a tiny strip of land. It is a wonderfully compact mixture of colonial Portugal, ancient China and modern cosmopolitanism.
You'll find smoky little Buddhist temples graced in the early dawn by swaying shadow boxers.
In the courtyard of one of these you'll find the stone table used for the signing of the 1844 U.S. - China Treaty.
Within a short distance there are bright and exciting casinos filled with gold, and glittering people. Just across the street the main shopping area begins, crowded with Chinese merchants and sidewalk mah-jong sessions.
Macao has twisty little cobbled streets leading past pastel buildings and a magnificent facade of Christian Cathedral, lighthouse and a Bishop's residence — all 15th Century European.
But facing the other direction you'll find little ladder streets — built before wheels were used for transportation — row after row of trade stores, and teeming colonies of sampans.
Mingling with these, among the Portuguese parks ..and gardens, among the rickshaws and vegetable peddlars, are the rich and leisured planning their entertainment at the gilded casinos, in the luxury hotels and nightclubs, at the canodromes or the wildly exciting world class' Grand Prix. 
For even more contrast you can visit the rehabilitation centres, where opium addicts are rebuilding their lives by knitting beautiful jumpers or beading evening bags. You can have a barbecue on a secluded beach facing the Chinese mainland, with only patrolling gunboats and the red sails of junks to add movement and color to the scene. You can peer across the "no man's land" of the Red China border at the inevitable poster of Mao.
Exploring is easy in Macao. Taxis and pedicabs are cheap and plentiful. Walking, except for the hills, is pleasant. But allow yourself a few days. You'll find Macao fascinating.
in Papua New Guinea Post-Courier, 16.8.1971
Nota: imagem não incluída no artigo

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Visita à alfândega da Lapa em 1891

Pay Day at Lappa
Being in Macao on the 31st July I accompanied the Customs accountant on his tour to pay the Lappa Customs Stations near by. At 9.30 we embarked upon one of the trim little revenue steamers, a miniature man of war, for Malowchow, the main station of the Lappa Customs. The launch is clean and bright not a speck on the Nordenfeldts on the brass work or on the uniforms white with red sashes and broad brimmed straw hats of the crew. Steaming down the harbour among sampans junks and native craft of all descriptions and boarding two other launches on the way we finally reach Malowchow, a barren desolate rock merely a rock from which access to the shore can be had by boat only. Upon its bald face cling several rude Chinese houses a the residences and offices of a large Customs Staff. Here we land and pay returning then to Macao for tiffin and to distribute the IG s bountiful largess among the indoor staff and the natives of the Head Office.

This done we board the launch again as and steam for Chien Shan, Station No 1 situated some three or four miles up the river whose mouth forms the Inner Harbour of Macao. This afternoon trip is the most pleasant part of the day. First the long quiet steam up the river conducive to pleasant thoughts and good digestion after the heavy tiffin made necessary by the morning exercise and fresh air.
Conceive how blissful it is to sit well protected from the blazing sun comfortably sleepy breathing incense from cigar or cigarette and gliding over the dimpled waters to do nought but admire on the one side Macao's ancient forts, time worn temples, the distant lighthouse and the dense verdure in the Garden of Camoëns, soft nestling mid roofs of gray on the other hills and fields and summer sky while over the neck of the isthmus lie the blue sea and the bluer hills that look toward Hongkong.
Junks afar off on the ocean's bosom their sails which have the seeming of huge butterfly wings gilded with the sun are full of grace Junks nearer seen under whose heavy timbered sides we steam or which the vehement scolding of the fierce little shrill voiced whistle orders out of our way are fantastic strange not lovely. The odd structure of the boats themselves the miscellaneous crews of men women and children the latter for the most part clad most healthfully in dirt and sun shine the pigs ducks and chickens all equals in these compact republics dogs rivalling in melody our whistle the antique guns which line sides and dumbly menace pirates and evil doers all form a picture as quaint as may wish to see.
Past them all we go past the vessels of war all aflaunt with flags their ancient guns well nigh harmless except to the servers each like a poodle with a ribbon round its throat contrasting strangely with the rifles we saw in the morning on board Portuguese men of war. They stood but lately opposed to each other these vessels war the highest product of of Chinese naval architecture and war like design and poor old Portugal's grace ful gunboats which though obsolete likely to prove of but little utility in with modern powers could smash flinders swarms of such vessels as had opposed to them on the mudflats Macao. They fronted each other and threatened for the gun boat Rio lay beside the boundary ready to check aggression of China while the might China a fleet some half dozen strong war junks promised annihilation to. On the China shore opposite the Praia a fort sprang up in a night and might look nowhere without seeing red ensigns and fresh earthworks was fairly invested by guns and garrisons that a man with a Winchester and a belt of cartridges might almost bid defiance to. (...)" 
Excerto de artigo publicado no jornal The Chinese Times, 10 Janeiro 1891
Nota: imagens não incluídas no jornal referido

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Postal "Praya Grande & Harbour"

Do lado esquerdo em cima pode ver-se o Farol/Ermida/Fortaleza da Guia; ao longo da orla costeira/muralha em pedra as famosas banyan trees/árvores de pagode, sendo que do lado direito estas 'tapam' a vista do Jardim de S. Francisco e do Grémio Militar; nessa extremidade vista parcial do quartel de S. Francisco. 
Os elementos identificados - num olhar atento vê-se o edifício que é actualmente a biblioteca pública chinesa/pavilhão octogonal construído em 1927 - permitem datar a fotografia/postal ilustrado como sendo do final da década 1920 /início da década 1930 quando se iniciaram os trabalhos de aterro desta zona. 

domingo, 20 de agosto de 2023

Folhetos turísticos da AGU

Foram várias as publicações, incluindo pequenos folhetos de índole turística (em português, inglês e francês) - uma das várias facetas da propaganda do Estado Novo - que a Agência Geral do Ultramar (em 1951 substituiu a Agência Geral das Colónias criada na década de 1920) publicou sobre os diversos territórios sob domínio português entre as décadas de 1950 e 1960.
Dependente do Ministério do Ultramar, a AGU estava vocacionada para "fomentar o conhecimento recíproco das províncias ultramarinas e da metrópole, divulgar no estrangeiro informações relativas àquelas, a orientar e desenvolver o turismo nas províncias e a exercer na metrópole procuradoria de interesses ultramarinos".

Os excertos que se seguem são de algumas das publicações da AGU sobre Macau, por vezes apelidada de "Land of Wonder".
O território de Macau, que compreende a cidade do Santo Nome de Deus e suas dependências, constitui uma província ultramarina, sendo pessoa colectiva do direito público e gozando de autonomia administrativa e financeira.
Indicada na carta geográfica pelas coordenadas de 22º 11’ 51” de latitude N e 113º 32’ 48” de longitude E, em relação ao Farol da Guia, fica a província portuguesa de Macau, na Ásia. Situada no delta formado pelos dois grandes rios do Sul da China – rio Cantão ou das Pérolas e rio Oeste – compreende esta província a Cidade do Santo Nome de Deus e as ilhas da Taipa e de Coloane, com a superfície total de 15,515 quilómetros quadrados.

A Cidade do Santo Nome de Deus, que ocupa uma península de 5,422 quilómetros quadrados, ligada ao território chinês pelo istmo da porta do Cerco, mede apenas, no seu máximo comprimento, da referida porta ao forte de Santiago da Barra, uns escassos quatro quilómetros, e na sua largura, na parte central, aproximadamente dois quilómetros. Ligada à península de Macau encontra-se hoje a ilha Verde, que é um dos locais mais pitorescos da cidade. As ilhas da Taipa e de Coloane, com as superfícies respectivas de 3,478 e 6,614 quilómetros quadrados, ficam situadas a meia hora, a primeira, e uma hora, a segunda, de viagem nas lanchas que diariamente fazem carreira entre aquelas ilhas e a Cidade do Santo Nome de Deus.

A maior elevação da cidade é o monte da Guia, com 99 metros de altitude. Tendo em atenção a sua diminuta superfície, naturalmente que o estudo da hidrografia da província de Macau carece de qualquer interesse. Bastará mencionar que a Cidade do Santo Nome de Deus, capital da província, é servida por dois portos. O porto interior situa-se entre a cidade e a ilha da Lapa, a oeste. Os maiores fundos encontram-se do lado dos cais da cidade e formam aí como que uma cala de pequena largura. É muito frequentado pelos juncos de Macau e dos portos vizinhos. O porto exterior, entre a península e a ilha da Taipa, é muito assoreado, tendo-se dragado um canal para lhe facilitar o acesso.

O clima de Macau é suave e ameno, influenciado pelas monções de SW e NE, e temperado pelos ventos do norte. É sobretudo durante a segunda monção, de Outubro a Março, que Macau goza de esplêndidos dias que favorecem o bem-estar da população e fazem desabrochar a natureza. A primeira, de Abril a Setembro, é caracterizada pelos tufões que assolam os mares da China mas que, felizmente, mui raramente açoitam directamente a linda cidade de Macau. A suavidade do clima deve-se, em grande parte, à muita vegetação que por toda a parte embeleza a cidade.


A população total da província, segundo o censo de 1950, era de 187 772 habitantes, distribuídos da seguinte maneira: brancos, 2719; amarelos, 183 105; indianos, 122; mestiços, 1785; timores, 2; outros tipos, 29; negros, 10.

Além das pequenas povoações de Taipa e Coloane, nas ilhas do mesmo nome, só existe em Macau um centro populacional de importância. Trata-se da cidade do Santo Nome de Deus, que ocupa, só por si, um terço da área total da pequena província. Com uma população que ultrapassa os 160 000 habitantes, a cidade do Santo Nome de Deus é, logo a seguir a Lisboa, Porto e Luanda, o quarto mais populoso centro urbano de todo o território português.
De clima geralmente ameno, especialmente nos meses de Outubro a Março, com os seus pequenos mas cuidados jardins, os seus edifícios que tão harmoniosamente conjugam o mais tradicional estilo português com o exotismo chinês, as suas ruas, onde tão depressa nos julgamos no coração da velha China como na mais castiça das cidades metropolitanas, com os seus centros de prazer e os seus recantos propícios à meditação, Macau é sem dúvida uma das mais preciosas jóias que o génio português incrustou nas remotas paragens do Oriente.
O território de Macau, que compreende a cidade do Nome de Deus de Macau e suas dependências, conforme o que for direito de Portugal e o tratado com a China de 1 de Dezembro de 1887, constitui uma província ultramarina, sendo pessoa colectiva do direito público e gozando de autonomia administrativa e financeira, de harmonia com a Constituição Política, a Lei Orgânica do Ultramar e o respectivo Estatuto Político-Administrativo, aprovado pelo Decreto n.º 40 227, de 5 de Julho de 1955.
Como nas restantes províncias, além dos órgãos do Governo Central, cuja competência legislativa abrange as matérias que interessam a todo o Ultramar, existem em Macau órgãos de governo próprios que são: o governador e o Conselho de Governo. O governador, que é em todo o território da província o mais alto agente e representante do Governo da nação portuguesa, tem competência legislativa sobre todas as matérias que interessem exclusivamente à província e não sejam da competência de outro órgão central ou provincial.

Ao Conselho de Governo compete pronunciar-se sobre os projectos de diplomas legislativos e emitir parecer nos casos previstos na lei e sobre todos os assuntos respeitantes ao governo e administração da província que para esse fim lhe forem apresentados pelo governador. O Conselho de Governo é composto por três vogais natos, três eleitos por sufrágio directo dos eleitores, um eleito pelos contribuintes, um nomeado pelo governador, um nomeado pelo governador como representante da comunidade chinesa e o presidente do Leal Senado. Para os fins da administração acha-se a província dividida nos seguintes concelhos: Macau e Ilhas. O corpo administrativo do concelho de Macau mantém a designação tradicional de Leal Senado.”

sábado, 19 de agosto de 2023

Turistas de Hong Kong nas décadas 1960/70

Na edição de 1962 da Exporters' Digest and International Trade Review podia ler-se: "Tourism appears to be the most obvious solution to Macao's plight, and the colony hopes to divert travelers from bustling Hong Kong, 40 miles across the sea."
José Maria Braga escrevia em 1963 no seu "Macao A Short Handbook" que "Macao is a popular place for Hong Kong residents , and even tourists stopping at the British Colony , is shown by the great crowds of visitors who take advantage of every holiday to make their way to Macao."
Uma breve análise à imprensa da região nas décadas de 1960 e 1970 mostra o quanto era importante para a economia macaense o fluxo de turistas provenientes de Hong Kong.
No "Background Notes" publicado pelo Department of State dos EUA em 1970 pode ler-se:
Mapa da península de Macau e ilhas da Taipa e Coloane (sem a ponte Nobre de Carvalho e sem o istmo Taipa-Coloane) na contra-capa de um folheto turístico de Hong Kong em 1964.

"An estimated 1.2 million Hong Kong residents visited Macao in 1969 while the number of Japanese, British, American and other foreign tourists reached 164,000 in the same year. Among the attractions of Macao for tourists are its Mediterranean aspect and atmosphere as well as its casinos, dog racing tracks and the yearly Macao Grand Prix automobile race."
Segundo a publicação Far Eastern Economic Review "from 1970 to 1978 about 90% of Macao's visitors were from Hong Kong every year. The number of visitors to Macao in 1971 was expected to reach at least the 1.57 million figure for the previous year. About 1.3 million came from Hongkong. An estimated 2.2 million Hong Kong residents visited Macao in 1977, and the number of Japanese, British, American and other foreign tourists reached 550,000."
Em 1980 seria batido um novo recorde com 3,5 milhões de visitantes estrangeiros.

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Loja de Sopa de Fitas Chung Lei

A imagem é um slide da década 1960/70 e mostra a Loja de Sopa de Fitas Chung Lei no Porto Interior.
 

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

"Joss House" por Thomas G. Purvis

O inglês Thomas G. Purvis (1861-1933) é o autor desta pintura com a legenda "joss house Macao" (Templo em Macau).


quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Folheto "Garden City of the Orient"

Sob o lema "Garden City of the Orient" foram publicados nas décadas de 1960 e 1970 múltiplos folhetos turísticos, nomeadamente, pelas agências de viagens e hotéis que surgiram nesses anos de forte crescimento da actividade turística no território.


O exemplo que apresento - um desdobrável com mapa - diz respeito a uma edição conjunta de duas agências de viagens de Macau que eram propriedade de duas unidades hoteleiras locais, o Hotel Caravela e o Hotel Matsuya (surgem em duas imagens).



O inglês é a língua mais usada, nomeadamente para captar os turistas de Hong Kong, que por aquela altura chegavam em grande número, mas também havia textos em francês, japonês e coreano, estes dois últimos mercados, muito importantes em termos de visitantes das décadas de 1960 a 1980.



Autocarros da agências de viagens do Hotel Matsuya
(estão estacionados frente ao hotel - em cima o Hospital Conde S. Januário)

Os monumentos e eventos como as corridas de galgos ou o Grande Prémio são os destaques fotográficos do folheto onde as ourivesarias também estão em evidência.




terça-feira, 15 de agosto de 2023

Memórias da pesca artesanal

Memórias de uma técnica muito especial de pesca artesanal que desapareceu de Macau no final do século 20. Pode ver um pequeno vídeo aqui.
Imagens das décadas 1940, 1950 e 1960