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quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Apresentação da BD "II Raide Macau - Lisboa" (1990)

Decorre no próximo dia 30 de Outubro, pelas 19 horas, no Festival Internacional de Banda Desenhada Amadora BD, a apresentação pública do livro "II Raide Macau - Lisboa - Da China a Portugal pela Rota Proibida - 第二届澳门-里斯本万里行 从中国到葡萄牙,穿越禁路".
O livro vai estar à venda em Portugal (Fnac, Bertrand, livrarias especializadas, etc), Macau (Livraria Portuguesa), Hong Kong e Pequim (com o apoio do IPOR).
Em 1990, uma equipa de 10 aventureiros, que juntou portugueses, chineses e russos, ligou Macau e Portugal por terra, distribuindo entre a população, durante toda a viagem, informação sobre Macau (livros, folhetos, lembranças do Grande Prémio, etc), bem como oferecendo em diversas bibliotecas da China, URSS e Hungria publicações sobre as relações entre Portugal e a China.
Argumento BD: Joaquim Correia (com o apoio de António Calado, Fernando Silva, Mário Sin, James Jacinto e Igor Lomakin) Marco Fraga da Silva
Guião BD: Marco Fraga da Silva
Ilustrações: Matthieu Pereira, Fil, Rui Alex, Rafael Antunes
Desenho e cor: Sofia Pereira
Prefácio
"Após meses de preparação, a caravana constituída por três Mitsubishi Pagero, baptizados com os nomes de Macau, Taipa e Coloane partiram, do simbólico Jardim Camões, em Macau, para o II Raide Macau-Lisboa, no dia 27 de julho de 1990. Uma dezena de aventureiros, entre os quais três naturais de Macau e dois russos, dispuseram-se a cruzar por estrada, seguindo aproximadamente a Rota da Seda, a República Popular da China e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), os dois gigantes com regimes comunistas à época, antes de entrar na Europa Central e Ocidental a caminho da Torre de Belém onde a viagem terminou. Relembre-se que a queda do muro de Berlim e os incidentes de Tiananmen em Pequim, prenúncio de grandes mudanças no panorama geoestratégico mundial, tinham ocorrido no ano anterior e estavam ainda frescos na memória de todos. A URSS vivia a Glasnost e caminhava para a desagregação que viria a ocorrer no ano seguinte. Na China os tempos eram de mudança e abertura ao exterior mantendo, no entanto, um férreo controlo político interno na sequência dos “incidentes” de 1989. Em Macau estava-se no início do período de transição em sequência à assinatura da Declaração Conjunta Luso-Chinesa que formalizou o acordo para a transferência de administração do território, de Portugal para a República Popular da China que viria a ocorrer, como previsto, em 20 de Dezembro de 1999, dando lugar à criação de uma Região Administrativa Especial, com estatuto próprio, para vigorar durante os 50 anos seguintes. A Fundação Oriente, criada dois anos antes, decidiu apoiar a aventura através da atribuição de um subsídio e a oferta de inúmeras publicações que foram distribuídas gratuitamente ao longo do percurso, em consonância com um dos seus principais objectivos, o do reforço da cooperação cultural entre o Oriente e o Ocidente e, nomeadamente, entre Portugal e a China."
Dr. Carlos Monjardino, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Oriente
Excerto
"O Governador Carlos Melancia compreendera que, apoiando o nosso projecto, poderia ser aberta uma porta para a China, então fechada ao mundo ocidental. Em Pequim fomos recebidos na sede da CITS e por outras autoridades chinesas, onde foi realçado que iniciativas como a nossa “em muito contribuíam para uma boa harmonia entre os povos”. Na Embaixada Portuguesa reunimos com o substituto do embaixador, Dr Luís Carmo, que estava acompanhado pela Dra. Magalhães Godinho do Grupo de Ligação, pelo Dr. Fernando Correia de Oliveira, correspondente da Lusa e pelo adido cultural Dr. Jorge Morbey, entre diversas outras personalidades. Falámos sobre as convulsões na China, mas principalmente debruçámo-nos sobre o que todos poderíamos fazer no sentido de deixar em Macau marcas das relações luso-chinesas, de forma a que a sua identidade própria se mantivesse. Foram 50 dias na estrada atravessando dois continentes, mais de 20.000 km de maravilhas, suor, poeira e problemas, optando por itinerário diferente do I Raide Terrestre, concluído em 1988."

PS: No próximo mês, aquando da celebração do 14º aniversário do blogue Macau Antigo, um dos prémios para os leitores será um exemplar desta banda desenhada. Mais pormenores em breve.

1 comentário:

  1. Muito obrigado pela divulgação do livro do II Raide Macau - Lisboa. E parabéns pelo 14.º aniversário do blog Macau Antigo.

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