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quinta-feira, 2 de junho de 2022

Prata para comprar Chá em 1798


Saturday 29th December 1798
HMS Intrepid convoyed the Company’s ships to Macau on 5th November. She brought nearly £1 million in silver in case the contraband receipts continue small. That amount of silver is more than sufficient to buy the entire year’s supply of tea. 

Sábado, 29 de dezembro de 1798
O HMS Intrepid escoltou navios da Companhia* para Macau no dia 5 de novembro. Trouxe quase 1 milhão de libras em prata para o caso de as receitas de contrabando continuarem pequenas. Essa quantidade de prata é mais do que suficiente para comprar o fornecimento de chá para todo o ano. 

* A empresa que se refere é East India Company - Companhia das Índias Orientais - empresa privada a quem a coroa britânica concedeu os direitos do monopólio do comércio britânico com a China. Essencialmente exportava chá para a Europa e importava ópio da Índia para a China.
O HMS Intrepid era um dos vários navios de guerra da Royal Navy (Marinha Britânica) que asseguravam escolta aos navios de carga comercial da East India Company (1600-1874). Tinham ainda, por exemplo, o HMS Arrogant e o HMS Virginie.
Na China um dos responsáveis da empresa era o escocês James Matheson que, tal como todos os estrangeiros, tinha de viver cerca de seis meses por ano em Macau.
Foi ali que criou o jornal The Canton Register em 1827 (mais tarde passaria a ser publicado em Cantão). O jornal era essencialmente sobre comércio marítimo: cargas, produtos, preços, carregamentos, partidas e chegadas de navios, etc...
Com o fim do monopólio da East India Company, Matheson juntou-se a outro escocês, William Jardin e os dois fundaram em 1832 em Cantão a Jardin Matheson Co.  Os primeiros carregamentos de chá para Inglaterra feitos por esta empresa ocorreram em 1834. Para a China importavam ópio. Cinco anos depois a empresa mudou-se de Macau para Hong Kong onde permanece até hoje sob o nome Jardine Matheson Group.

Curiosidade: Ao despedir-se de Macau a 10 de Março de 1842, James Matheson ofereceu ao Governo de Macau cinco mil patacas espanholas como forma de agradecimento ao governador  (na altura era Adrião A. da Silveira Pinto) e à população de Macau pela sua permanência no território durante muitos anos.

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