Páginas

domingo, 20 de março de 2022

Pedro José da Silva Loureiro: 1792-1855

O texto abaixo foi retirado do vol. 13 do Boletim Cultural da Câmara Municipal do Porto,  publicado em 1950. Excepto as referências entre parêntesis e a notícia do jornal O Macaista Imparcial.
P. J. Silva Loureiro: retrato a óleo pintado em Macau

Filho de José da Silva Loureiro e de sua mulher D Genoveva Rosa Joaquina da Cunha. Nasceu na Freguesia de São Pedro de Ponta Delgada a 29.VII.1792 e faleceu em Macau às 05h05 de 16.IX.1855 tendo sido sepultado no Cemitério de São Miguel daquela Cidade.
Foi para Macau no posto de Guarda Marinha a 5.V.1824 por serviços prestados à Pátria foi promovido a 2º Tenente da Armada Nacional e Real. Promovido à efectividade do posto de 1º Tenente Graduado por Decreto de 19.X.1853 (ver transcrição abaixo) ascendeu ao posto de Capitão de Fragata e foi Capitão dos Portos de Macau (desde 1847 até à morte).
Casou em Macau onde também foi categorizado negociante com D. Ana Rosa Inocência do Espírito Santo Pereira de Almeida de quem teve 16 filhos. (...)
Pedro José da Silva Loureiro a 17.IX.1823 foi um dos signatários do protesto reconhecendo o Bispo Chacim como unica Authoride Legitima e Governador da Cidade de Macau. À biografia de Pedro José interessa o folheto raro e curioso intitulado "Representação do Major de Cavallaria José Xavier de Moraes Resende nomeado Commandante do Batalhão do Princepe Regente da Cidade de Maca o contra o Governador da dita Cidade Adrião Accacio da Silveira Pinto Documentada e seguida de varias outras Representações contra o regimen despotico do mesmo Governador", impresso em Lisboa no ano de 1840. Três anos antes esteve preso vários meses no território - onde também foi vereador do Senado - por envolvimento numa sublevação da guarnição macaense.*
Nele se mostra que Pedro José da Silva Loureiro foi um dos signatários da representação ao Governador Geral dos Estados da Índia datada de Macau 10.VIII.1839 e das queixas aos Senhores Deputados da Nação Portuguesa datada de Macau 30.IX.1839. (...)
Segundo refere o Pe. Manuel Teixeira o Governador de Macau Ferreira do Amaral de trágica e gloriosa memória mandou construir no ano de 1847 uma fortaleza na Ilha da Taipa arvorando lá a bandeira nacional e dotando a de uma guarnição militar destinada a proteger aquele fundeadouro. A fortaleza foi edificada sob a direcção do então 2º Tenente Pedro José da Silva Loureiro que em Oficio de 14.1.1848 foi louvado por Amaral "pelo bem que dezempenhou a commissão alheia do seu emprego na edificação da Caza Forte na Taipa bem assim a economia com que ella foi edificada e a clareza com que as contas foram aprezentadas."

Carta (de 1854) Patente Promovendo Pedro José da Silva Loureiro à efectividade do Posto de Primeiro Tenente Graduado da Extinta Matinha de Goa, D. Fernando Rei Regente dos Reinos de Portugal Algarves etc 
em Nome d EL REI Faço saber aos que esta Minha Carta Patente virem que Sua Magestade A Rainha A Senhora D. Maria Segunda, Minha muito Amada e Prezada Espoza de saudoza memoria, Attendendo ao que Lhe representou Pedro José da Silva Loureiro, Primeiro Tenente Graduado da extincta Marinha de Goa, servindo de Capitão do porto de Macáo, 
Houve por bem por Decreto de dezenove de Outubro do anno passado Promovêl o á effectividade do referido Posto de Primeiro Tenente na mesma collocação em que se achava em attenção à sua antiguidade e bom serviço sem comtudo poder pertencer ao Quadro effectivo da Armada com o qual Posto haverá o Soldo que lhe compete e gosará de todas as honras liberdades isenções e franquezas que direitamente lhe pertencerem
Pelo que Ordeno ao Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Marinha e do Ultramar lhe mande dar posse do dito Posto e jurando primeiro cumprir as suas obrigações o deixe servir e exercitar e os Officiaes Maiores e mais Cabos de Guerra da Armada e Exercito e mais pessoas a quem pertencer o seu conhecimento o tenhão e reconheção por tal 
Primeiro Tenente da extincta Marinha de Goa e os Officiaes e soldados que lhe forem subordinados lhe obedeção em tudo o que tocar ao Real Serviço tão inteiramente como devem e são obrigados e o Soldo referido se lhe assentará nos Livros respectivos para lhe ser pago a seus tempos devidos 
Em firmeza do que lhe Mandei passar a presente e sellada com o Sello Grande das Armas Reaes Dada nesta Cidade de Lisboa aos quatro de Janeiro de mil oitocentos cincoenta e quatro, Rey Regente (...)

*Em baixo a notícia d' O Macaista Imparcial, edição de 12.7.1837

Sem comentários:

Enviar um comentário