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sexta-feira, 29 de março de 2019

Horta da Mitra e/ou Horta do Bispo

No livro "Curiosidades de Macau Antiga" Luíz Gonzaga Gomes descreve assim a zona:
"Assim um trecho da cidade que ainda é conhecido pelos chineses com o nome de Tchèok-Tchâi-Un, um local hoje dos mais populosos e sobrecarregado de casas encostadas umas às outras e separadas por uma apertada rede de ruas. Entre nós, é este sítio conhecido por Horta da Mitra e abrangia todo o terreno que ia desde a antiga Rua de Pák-T'âu-Kâi (Rua Nova das Cabeças Brancas, isto é dos Parses), actualmente denominada de Rua Nova à Guia, até ao Ho-Lán-Un (Jardim dos Holandeses), ou seja o bairro Uó Lông, sendo limitado ao norte pela Calçada do Gaio, na altura por onde passava a muralha que noutros tempos cercava a antiga cidade. 
Todo este terreno foi outrora ocupado por uma extensa e densa mata e, como há trezentos anos a cidade era ainda pouco povoada, no intuito de se fomentar o seu desenvolvimento populacional, foi permitido a um grupo de imigrantes chineses de apelidos Mâk, Tch'iu e Leong estabelecerem-se ali. 
Este minúsculo núcleo inicial conseguiu transformar, com o tempo, o local numa aldeiazinha e os seus componentes viviam da venda de lenha que podavam na mata e cuja altas e frondosas árvores que a cercavam estavam sempre cobertas de pássaros que alegravam o bosquete com a sua chilreada, dando so sítio um aspecto de parque. Foi por esse motivo que os chineses deram ao local o nome de Tchèok-Tchâi-Un que quer dizer Jardim de Passarinhos".
Desde o ano de 1939 que ali está instalado o mercado Municipal da Horta e Mitra, mas que a eles todos se referem como o mercado do Tch`eok-Tchâi-Un. Nesta zona, na Rua da Praia do Manduco, fica o templo Fok Tak.

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