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terça-feira, 23 de junho de 2020

A Derrota dos Holandeses em Macau no ano de 1622

A Derrota dos Holandeses em Macau no ano de 1622. Subsídios inéditos, pontos contorversos, informações novas. 
Livro de 43 páginas da autoria de C. R. Boxer, publicado em Macau pela Escola Tipográfica de Orfanato em 1938.
A versão holandesa dos acontecimentos confirma a versão portuguesa e é contada pelo padre Manuel Teixeira...
"O mar chegava até ao sopé da Colina da Guia, formando uma baía, chamada a Praia de Cacilhas. Foi nesta praia que desembarcaram, em 24 de Junho de 1622, os holandeses. O governador de Manila, D. Fernando da Silva, escrevendo em 1624, disse que «los Holandeses com mas de 800 hombres saltaron em tierra para tomar por fuerza de armas aquella ciudade, y matar todos los varones de 20 anos arriba y casarse com las mujeres, y hacer de aquella ciudad su Metropoli, y ellos hacerse Senhores de todo el Oriente
Mas saiu-lhes o gado mosqueiro, segundo relata o próprio almirante Reijersen, comandante dos holandeses: «No batalhão do comandante Ruffijn, deu-se a explosão dum barril de pólvora que feriu alguns dos nossos homens. O inimigo, ao ver isto, carregou com grande bravura, e não possuindo a nossa gente reserva de munições, debandou correndo para a praia, onde muitos foram mortos ou se afogaram. Pela fuga das duas companhias da retaguarda, mais de 70 dos nossos foram mortos, quando bastaria que 20 ou 30 mosqueteiros se mantivessem firmes para que facilmente se tivesse feito a retirada para bordo. O que é, porém, certo é que perdemos muita gente e um canhão, tendo também muitos feridos. Todas as nossas baixas nesse desembarque foram de 136 mortos e 120 feridos gravemente. Também perdemos 10 bandeiras, 7 capitães, 4 tenentes, 7 alferes, 7 sargentos, e 9 tamboreiros … de maneira que a nossa gente voltou para bordo muito desalentada».
Jaime do Inso, em Macau, a mais antiga Colónia portuguesa no Extremo Oriente, p. 23, nota: «Em 1926, uma companhia holandesa, ao proceder às dragagens no porto exterior, encontrou em frente da antiga praia de Cacilhas, que os aterros fizeram desaparecer, vários projécteis de artilharia que deviam ser restos daquela batalha».

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