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segunda-feira, 20 de agosto de 2018

O Brinco do Leão de Ana Maria Amaro

A propósito do livro O Brinco do Leão, da Prof. Ana Maria Amaro (1929-2015),edição da DST em 1984, recordo aqui alguns excertos deste 'ritual' que cimentou raízes em Macau a partir da década de 1940.
O título vem da expressão chinesa "mou si", cuja tradução à letra significa leão dançando ou dança do leão. Sobre as origens, AMA escreve: "Deve ter sido inspirada, directamente, na observação de leões amestrados que domadores estrangeiros exibiam na corte do antigo Império, fazendo dançar as feras ao som de tambores e de outros instrumentos ruidosos, capazes de despertarem, nos animais, os necessários reflexos acrobáticos". (...)
“No período da Dinastia Qing, a ópera chinesa e a Dança do Leão andavam de mãos dadas. Foram as companhias de ópera que navegavam nos lendários Barcos Vermelhos, quais ciganos do Delta do Rio das Pérolas, que deram a conhecer as modernas coreografias da Dança do Leão. Eram os actores que faziam desta uma arte do palco em Macau, Hong Kong e na região do Delta, mais tarde adaptada pelas escolas de kung fu”. (...) “Junto ao altar da trindade taoista protectora dos dançarinos do leão, na sede da associação, na Areia Preta, o mestre acende paus de incenso.  Numa bandeja, um velho rizoma de gengibre, um símbolo de poder, é almofada de um novo pincel de caligrafia chinesa. Aí está o vermelho puro do cinábrio  (chu sa, em cantonês, ou zhusha, em mandarim) que vai dar vida ao leão” (...) “É na testa que Pun lhe dá o primeiro toque de cinábrio, sob a forma de um tridente, bem no centro do espelho que tão bem caracteriza os leões do sul, afugentando os espíritos que ali vêem o seu reflexo”.(...) 
Mais sobre o tema e sobre a dança do dragão neste post.

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