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quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Antiga muralha na colina de S. Jerónimo


Pormenor da Praia Grande no final do séc. 19 (1880) onde se pode ver o Grémio Militar, o Quartel de S. Francisco e a bataria rasante 1º de Dezembro. Mas o maior destaque vai para o que mal se vê (pelo menos à primeira vista): um troço da antiga muralha da 'cidade-cristã'. Do lado direito, onde está o arvoredo do Jardim de S. Francisco ainda se pode ver de forma parcial um antigo edifício que pertenceu ao convento de Sta. Clara e seria depois ocupado pelas forças militares.
Década 1980
Começa precisamente a partir do canto de S Francisco com a futura Rua Nova à Guia em direção ao hospital Militar de S Januário, na colina de S Jerónimo. Por mais incrível que pareça uma parte deste troço da muralha ainda lá está, servindo de separação entre os terrenos do hospital e os que foram concessionados para a construção de casas ao longo da Estrada de S. Francisco. Em cima, junto ao Hospital, foi demolida para terraplanar o local, existindo um relatório sobre o assunto elaborado pelo projectista e encarregado da obra, o Capitão de Infantaria graduado Henrique Augusto Dias de Carvalho (um dos fundadores do Grémio Militar em 1870), fundador da Lunda, cidade que viria a ter o seu nome, e grande estudioso e escritor sobre aquela parte do Nordeste de Angola.
Planta de meados do séc. 17 atribuída a Barreto de Resende (a vermelho as muralhas)
No final do séc. 18 a cidade cristã, onde viviam os portugueses, estendia-se deste o portão da muralha na Rua do Campo, a norte, ao sopé da Colina da Penha, a sul. As casas distribuíam-se densamente por toda esta área, ao sul da Colina da Penha, incluindo a Colina da Barra. Subsistia a paisagem natural ao sul da Colina da Penha, em que campos e aldeias se entrelaçavam. Ao norte do portão da muralha, na Rua do Campo, ficava a área onde os chineses se aglomeravam. Campos cultivados bem ordenados ocupavam a parte central desta área fora da cidade. A Ilha Verde, que emergia do mar, aparecia isolada. A antiga Porta do Cerco (à esquerda na imagem) constituía um símbolo importante na definição do território de Macau.
Parte da antiga cerca do Convento de Santa Clara na rua Nova à Guia (acesso ao colégio de Sta. Rosa); imagem do séc. XXI

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