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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Lápides junto à Gruta de Camões (贾梅士岩洞)



As primeiras lápides de evocação do poeta Camões junto à sua gruta e  busto são feitas de granito. Colocadas ao longo de diferentes anos têm gravados textos das mais diversas personalidades: duas quadras de Francisco Maria Bordalo (1851); uma oitava, em espanhol, de Heriberto Garcias de Quevedo (1869); um Soneto em italiano dedicado a Vasco da Gama, de Torquato Tasso; Sonnet to Macao, de Sir John Bowring (1840); In Cavernan, ubi Camões, cinco quadras em latim da autoria de John F. Davis, governador de Hong Kong (1831) e uma estrofe do Canto Quinto do poema Camões, de Almeida Garrett. Esta compilação foi ainda enriquecida com dois outros tributos em mármore, colocados a 10 de Junho de 1932 e que correspondem à versão portuguesa e chinesa de um texto dedicado ao “Príncipe dos poetas portugueses”, pelo grupo de escuteiros portugueses nº12 e pela escola chinesa Yuet Wah.

Yo poeta tambien, tambien soldado,
Si bien no por la fama enaltecido ;
Tambien de hondas passiones arrastrado
Tambien de hados adversos combalidos
En el altar a tu estro consagrado
Menos angusto a fe que merecido
Suspendo de mi amor esta memoria
Tribute exigno de tan alta gloria.


Don Huiberto Garcia de Luenedo. 1869

 Yasco le cui folici ardito antenno
In coutre al Sol che ue ripartaft giorus.
Spiegaric voie o ter cola ritorno
Dove ogli var che ai caderoacconuay

Non piu di to asuero near sostenrio
Quel che fece al leictope chraggo et sconno.
No che un bo 1'aygie noi suo sorggiorne
Ne die piu vel subertro a coltro penue

Et hor quelta est calti et tuon Luigi
Lantte altro stoude al glorioso velo
Che i tuoi spaluiati logai auliar meu lungo

Ouda quela a qui statzu il nostro Polo
Et achi foruea incontra suoi vessigi
Per lui del corso tue la funa agginogo

Torgunto Tasso

Sonnet to Macao

Gem of the orient earth and open sea
Macao that in thy lap and on thy breast
Hast gathered beauties all the lovliest
When the sun smiles in his majesty

The very clouds that top each mountain crest
Seem to repose there, lingering lovingly
How full of grace the green cathayou tree
Bends to the breeze and now thy sands are prest

With gentle waves which ever and anon
Break their awakened furies on the shore
Were these the scenes that poet looked upon
Whose lyre though known to fame knew misery more

They have their glories and earth's diadems
Have naught so bright as genius gilded gems

Macao 30th July 1849





Oh gruta de Macáo soidão querida
Onde tao doces horas de tristeza
Do saudado passei! gruta benigna
Que escutaste meus languidos suspiros;
Que ouviste minhas queixas namoradas,
Oh fresquidão amena, oh grato asylo
Onde me ia acoitar de acerbas mágoas
Onde amor, onde a patria me inspiraram
Os maviosos sons e os sons terríveis
Que hao de affrontar os tempos e a injustiça!
Tu guardarás no seio os meus queixumes,
Que contarás ás provindouras eras.
Os segredos d´amor que me escutaste,
E tu dirás a ingratos Portuguezes
Se portuguez eu fui, se amei a patria
Se alem d´ella e d´amor, por outro objecto
Meu coraçao bateu, lutou meu braço
On modulou meu verso eternos carmes

Visconde D' Almeida Garrett

Noutra parte da gruta encontramos, outros versos, como este escrito em latim, em 1831, por Sir John Davis, governador de Hong Kon.

In cavernam ubi Camoens

Opus egregnim composuisse fertur.
Hie, in remotis sol ubi rupibus
Fronnes per alias mollius incidit,
Fervebnt in pulchram camoenam
Ingenium Camooentis ardens

Signnm poetse marmore lucido
Spirabat olim, carminibus sacrum,
Parvumque, quod vivens amavit,
Effigie decorabat antrum ;

Sed jam vetustas, aut manus impia
Prostravit, eheu! Triste silentium
Regnare nunc solum videtur
Per scopulos, virides et umbras !

At fama nobis restat at inclytum,
Restat poetae nomen at ingeni
Stat carmen exemplum perene,
^:rea nee monumenta quaerit,

Sic usque Virtus vincit, ad ultimos
Perducta fines temporis, exitus,
Redens sepulchrorum inaues,
Mamoris et celerem ruinam

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