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segunda-feira, 15 de março de 2021

Explosão Fragata D. Maria (1850): relato da época

Memorial de homenagem às vítimas da explosão da fragata D. Maria II  junto à Taipa a 29 de Outubro de 1850. Este monumento foi colocado próximo do local do acidente em 1851.
Dos mais de 200 tripulantes apenas se salvaram 36 que no momento se encontravam em terra. Nunca se saberá o que terá originado a explosão do paiol da pólvora que se encontrava a bordo. As maiores suspeitas recaíram sobre os responsáveis pelo paiol que se terão excedido nos festejos e embebedado... A corveta americana "Marion" que se encontrava nas imediações prestou de imediato auxílio, bem como a corveta portuguesa "D. João I. Muitos dos chineses que se encontravam em terra ou nas pequenas embarcações agarradas à fragata também morreram.
A explosão numa ilustração e numa pintura da época

Excerto do que foi escrito no Boletim do Governo da Província de Macau, Timor e Solor, 16 de Novembro de 1850.
"Assás penoso no sé o empenho do dever, que nos incumbe, de dar neste lugar a relação da horrorosa catastrophe que presenciamos no dia 29 do mez passado. Era aquelle um dia de festa nacional; e em que se celebrava o Natalício de Sua Magestade El Rey. Ao meio-dia havia salvado assim a fortaleza do Monte, como os navios de guerra aqui estacionados, que todos estavam lindamente decorados,  e adornados das suas mais bilhantes gallas em honra do dia; mas bem depressam se converteram estas alegres e festivas gallas em triste e luctuoso pranto. Seria uma e meia da tarde quando um forte estampido, que balou quasi a cidade inteira, chamou a atenção de todos os seus habitantes ao porto da Taipa, donde elle procedera, e onde passao alguns instantes, e depois de dissipada a densa nuvem de fumo que se tinha levantado, viam-se apenas alguns restos de casco de um navio incendiado, no mesmo lugar em que momentos antes estava fundeada a fragata D. Maria II.
Vio-se então toda a realidade da desgraçada sorte deste infeliz navio: uma explosão terrível o tinha feito ir aos ares não deixando d'elle mais que alghuns tristes restos submergidos ou espalhados nas agoas em que pouco antes ele fluctuava com tanto brilho como segurança, para atestarem a sua completa destruição. Grande foi por certo a perda da fragata, que sendo uma navio de teca de apenas 40 annos, ainda estava muito forte e capaz de muito serviço; mas o que mais magoa e dor causou foi a perda e quasi toda a guarnição que, constando de 224 praças, apenas della restam até hoje 36; tendo perecido 188, (...) a maior parte officiaes ainda novos pelos e pelos seus talentos e reconhecida superior habilidade promettiam ser um dia o adorno ellustre da Marinha de Guerra Portuguesa. (...)

Informações adicionais neste post http://macauantigo.blogspot.com/2009/06/explosao-da-fragata-d-maria-ii-em-1850.html

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