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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Misericórdias Portuguesas no Mundo

Título de uma colecção de gravuras editada em Portugal em 1945. As obras são da autoria de João Carlos Celestino Pereira Gomes. A Santa Casa da Misericórdia de Macau é o nº 5 desta colecção.
João Carlos Gomes nasceu em Ílhavo a 5 de Outubro de 1899. Fez a instrução primária em Ílhavo e ainda antes do ingresso no liceu recebe aulas de francês ao mesmo tempo que é iniciado nas técnicas do desenho. Frequenta o liceu José Estevão, em Aveiro, onde, aos 12 anos, sugere a feitura de um jornal de turma que manuscreve e ilustra. Aos 15 anos colabora no prestigiado jornal ilhavense “O Nauta” sob o pseudónimo de Carlos Doherty. Com 16, representa com os amigos do liceu, a sua peça In Hoc Signo, no Teatro da Vista Alegre. Em 1917 faz a sua primeira exposição no Clube dos Novos.
Enquanto estuda medicina no Porto funda a revista literária “Humus” e frequenta os ateliers de grandes artistas da época, como Henrique Medina (retratista). Na sua terra funda e dirige o jornal local “Beira-Mar” e é um dos co-fundadores da agremiação cultural Pléiade Ilhavense. Dedica-se à xilogravura, a pequenos gouaches e aguarelas e também a grandes óleos.
Em 1927 termina o curso de medicina que passa a exercer em simultâneo com a carreira de artista. Chega mesmo a ilustrar diversas obras de educação sanitária. Em 1935 vai a Paris à sua grande mostra na Casa de Portugal. A década de 1940 fica marcada por ilustrações para livros como  “A Medicina na Literatura Portuguesa”, “Livro de Ester” (1943), Farsa dos Físicos, Epigramas Médicos de Bocage, Misericórdias Portuguesas (1945), Momentos da Medicina. Em 1946 escreve o seu último romance intitulado “A estrada de Fogo”.   Médico conceituado empenha-se na divulgação higiénica (diversos livros e até um programa na RTP nos anos 50) e passa a colaborar a partir de 1949 no “Diário de Notícias” com a rubrica é Bom Poupar a Saúde. Na década de 1950 abandona o formato pequeno e regressa à grande dimensão. Em 1951 fica pronta a “Ceia”, para o refeitório do Seminário dos Olivais. Apenas um exemplo de muitas obras que em 1957 estarão patentes em três exposições: S.N.I., Galeria Babel em Lisboa e Coliseu do Porto.
Morre a 11 de Novembro de 1960.  Fica para a história como escritor, poeta, desenhador e pintor. Em Ílhavo, a sua terra natal, foi homenageado tendo ‘emprestado’ o seu nome à Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes.

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