Páginas

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Miguel Machado, um mercador do século XVII


Mercador estabelecido em Macau na primeira metade do século XVII, Miguel Machado encontra-se referido na «Lista De La gente Efetiua que Ay Em esta Ciudad Assy Visinos Como Estrauagantes forasteros E gente De lla tierra» de 1625, como sendo residente na freguesia da Sé. Em 1633 foi nomeado Juiz, juntamente com António Rodrigues Cavalinho, pelo Desembargador Sebastião Soares Pais.
Desempenhou o cargo de Procurador em 1633 e 1636, e integrou o círculo de Eleitos e Adjuntos na década de trinta de Seiscentos. Tendo feito parte da elite do poder, riqueza e saber, foi familiar do Santo Ofício desde pelo menos 1636. Participou no debate de 1631-1636 em que se discutiu o novo tipo de eleição do feitor da viagem do Japão imposto pelo Vice-Rei Conde de Linhares, segundo proposta do Desembargador Sebastião Soares Pais. Em 1642 foi, juntamente com o seu cunhado Dâmaso Correa e D. Francisco Castelo Branco, apoiante dos Comissários do Santo Ofício de filiação jesuíta, padres Gaspar Luís e Gaspar do Amaral, nas contradições ocorridas entre estes e o Governador do Bispado frei Bento de Cristo. Encontra-se entre os signatários do Termo 31 de Maio de 1642 aquando da aclamação de D. João IV em Macau. Entre 1645 e 1646, participou no debate que ocorreu sobre o envio de uma Embaixada ao Japão, tendo-se mostrado a favor. Na década de 1640 tinha uma estadia de cerca de trinta e dois anos em Macau.
Bibliografia:
Charles Boxer - Macau na Época da Restauração, Lisboa, Fundação Oriente, Vol.II, 1993. Miguel Rodrigues Lourenço - O Comissariado do Santo ofício em Macau (c.1582-c.1644): A Cidade do Nome de Deus na China e a articulação da Periferia no distrito da Inquisição de Goa, Universidade de Lisboa (dissertação de mestrado), 2007.

Elsa Penalva - Lutas pelo Poder em Macau (c.1590-c.1660), Universidade de Lisboa (tese de doutoramento), 2005.
Idem, «Elites Mercantis de Macau de 1642», Edição conjunta do Centro Científico e Cultural de Macau e do Centro de História de Além-Mar da Universidade Nova de Lisboa do bulletin of Portuguese/Japanese Studies, 2008.

3 comentários:

  1. Boa tarde. Sou descendente de Antonio Rodrigues Cavalinho e gostaria de saber se vocês possuem mais materiais sobre o mesmo em Macau. Obrigado

    ResponderEliminar
  2. Boa tarde. Sou descendente de Antonio Rodrigues Cavalinho e gostaria de saber se vocês possuem mais materiais sobre o mesmo em Macau. Obrigado

    ResponderEliminar
  3. Olá. Tem múltiplas referências aqui no blog (utilize campo de pesquisa), Tem ainda a internet e, por exemplo, várias obras de Monsenhor Manuel Texeira e outras que abordam a história de Macau no século 17. Cumps

    ResponderEliminar