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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

"Ponto Final" celebra 20 anos


"O Ponto Final que apareceu nas bancas em finais de 1991 era um diário de formato A4, irreverente na postura e no conteúdo, e por isso incómodo. Assente basicamente numa cooperativa informal de jovens profissionais, não resistiu à asfixia financeira a que conduziram as crescentes dificuldades de angariação publicitária, num território onde, bem mais do que agora, quase tudo se decidia em função da boa ou má vontade do poder. Herculano Estorninho, saudosa figura do meio artístico de Macau e primeiro director do jornal, revelou uma boa dose de generosidade e desprendimento ao contribuir com o seu nome para a credibilização do projecto. Mas menos de um ano depois de ter sido lançado, o Ponto Final teve mesmo de despedir-se dos seus leitores, obrigando ao regresso antecipado a Portugal de Paulo Aido e outros jornalistas ligados à sua publicação. Não eram tempos fáceis para a imprensa, esses em que Rocha Vieira tinha acabado de assumir a governação de Macau.
Ainda em 1992, no primeiro dia do mês de Outubro, o Ponto Final voltou às bancas, propriedade agora de uma sociedade detida pelos advogados Frederico Rato e Francisco Gonçalves Pereira. Tinha-se transformado em semanário, surgia já no actual formato tablóide, e tinha como director o jornalista Pedro Correia. Numa coisa não mudara, no entanto: fazia da realidade política e social de Macau um acompanhamento desassombrado e não raramente crítico, servindo-se para isso de uma vasta e competente equipa de jornalistas e colaboradores. Para citar só alguns: entre os jornalistas da casa,  Luís Ortet, mais tarde também ele director, de novo Carlos Morais José, António Ramos André, Paulo Azevedo e Paulo Rego; entre os colaboradores ou fazedores de opinião, João Paulo Meneses, Sérgio Almeida Correia, António Conceição Júnior e muitos, muitos outros, acreditem. Eu próprio colaborei nesta nova fase da vida do jornal desde o número zero – e orgulho-me disso."
Excerto de um artigo - publicado no PF de 16-11-2011 - da autoria de Ricardo Pinto que já foi director do Ponto Final e é actualmente administrador do jornal.

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