Páginas

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Oito novas edições do IIM


“Na senda de iniciativas idênticas de Encontros anteriores, o IIM lança, agora, mais obras que valorizam a memória e dignificam a comunidade”. Palavras de apresentação na sessão realizada em 28/11/2010.
Nos Encontros das Comunidades Macaenses realizados após o estabelecimento da RAEM, o Instituto Internacional de Macau (IIM) assumiu a organização de sessões culturais, nas quais, entre outras actividades, foram apresentadas novas edições relacionadas com a vida e a memória da comunidade macaense. O mesmo aconteceu agora, quando dez novos volumes, saídos do prelo nas últimas semanas, foram lançados numa bonita e concorrida sessão levada a efeito no Teatro D. Pedro V, logo no primeiro dia do Encontro de 2010. Como foi referido na ocasião, são “obras que valorizam a memória e dignificam a comunidade”. São estes os livros, disponíveis já na Livraria Portuguesa e na secretaria do IIM:
Páginas da História de Macau
Reedição há muito desejada, esta compilação de artigos de Luís Gonzaga Gomes, que ele próprio reunira em livro da colecção “Notícias de Macau”, em 1966, vai ser um sucesso editorial. A primeira edição é uma raridade e muitos são os que querem ter acesso à obra, que contém relatos de ocorrências relevantes nesta Cidade do Nome de Deus e de algumas façanhas verdadeiramente épicas, incluindo histórias sobre os piratas que atribulavam os mares do Sul da China. As descrições de Luís Gonzaga Gomes permitem-nos conhecer e compreender a maneira de viver da população de Macau e factos determinantes da história do território. No centenário do nascimento de Luís Gonzaga Gomes, ocorrido há três anos, o IIM assumiu a liderança na promoção e coordenação das pertinentes celebrações e estimulou a publicação de trabalhos sobre a sua vida e obra, bem como a reedição dos seus livros. As entidades oficiais alhearam-se, lamentavelmente, da efeméride, mas as organizações macaenses e associações locais de matriz portuguesa responderam positivamente à chamada, prestando uma justíssima e oportuna homenagem ao professor, escritor e historiador macaense, reconhecido como o maior promotor do intercâmbio cultural luso-chinês. Esta reedição de “Páginas da História de Macau”, que tem mais de 350 páginas e uma vistosa capa da jovem designer macaense Ângela Canavarro Ramos, integra-se no espírito daquelas celebrações.
A Derrota dos Holandeses em 1622
É o volume XVI da colecção “Mosaico”, do IIM, e um dos 36 artigos que fazem parte das “Páginas da História de Macau”, de Luís Gonzaga Gomes. Autonomizou-se este artigo em opúsculo próprio para corresponder a pedidos de Casas de Macau, de professores e de participantes nas festas de S. João Baptista, antigo Dia da Cidade, que os portugueses de Macau continuam a comemorar. Foi no dia 24 de Junho que a esquadra holandesa sofreu pesada derrota no seu terceiro e último ataque a Macau e Luís Gonzaga Gomes deixou-nos este relato assaz vivo e completo dos acontecimentos e do júbilo da população com tão significativa e decisiva vitória.
Postal Praya Grande: final séc. XIX / início séc. XX
A Professora Graciete Batalha
Mais um volume da colecção “Mosaico”, este trabalho do professor António Aresta, presentemente colocado na Escola Secundária de Paredes (Portugal), depois de longos anos passados em Macau, onde deixou obra muito meritória, e em Moçambique, ao serviço da Escola Portuguesa, permite-nos lembrar uma notável educadora, que se insere “na linhagem dos grandes professores que serviram no Liceu de Macau”, “gente de cultura, de educação, com intervenção cívica, obra publicada e enorme profissionalidade”. A família, os ex-colegas e os seus imensos antigos alunos receberão muito bem este trabalho que merece ampla divulgação na Escola Portuguesa de Macau e em instituições académicas e culturais, porque Graciete Batalha foi “uma das personalidade portuguesas mais marcantes no panorama da cultura contemporânea de Macau”.
Falar de Nós – Volumes V e VI
São mais dois volumes de crónicas e artigos meus sobre Macau e a Comunidade Macaense, referindo acontecimentos, personalidades, instituições, a diáspora, o legado e as opções futuras. O 7.º volume está quase pronto e já há material preparado para o 8.º. Será o último? Quando iniciei esta série de crónicas e artigos, estava bem longe de prever que eles, sete anos volvidos, pudessem estar ainda a ser publicados todas as semanas, ininterruptamente, no Jornal Tribuna de Macau. Na verdade, quanto mais se escreve sobre Macau, fácil é constatar que mais e mais assuntos ficam por tratar. A fonte é mesmo imensa e quase inesgotável!
Cinema em Macau
É uma edição graficamente de grande qualidade e o seu interessantíssimo conteúdo despertou a atenção e a curiosidade de todos, no dia do lançamento, após uma sentida apresentação de Miguel de Senna Fernandes, que recordou o pai, recentemente falecido, e a sua grande paixão pelo cinema. Esta obra de Henrique de Senna Fernandes revela a sua prodigiosa habilidade de descrever a evolução da sétima arte, desde o seu aparecimento como cinema mudo, até à década de 30, entremeando-a com acontecimentos sociais que marcaram uma época, muitos dos quais ele próprio viveu. Com efeito, apesar de o tema central ser o cinema, o autor relata ocorrências relevantes na sociedade macaense, enquanto discorre sobre os espectáculos e projecções de filmes que tiveram uma influência enorme numa população que frequentava assiduamente os cine-teatros que abundavam na cidade. Este livro é uma compilação de artigos publicados na Revista de Cultura, na década de 90 do século passado.
Vista em 1939
Things I Remember
É outro opúsculo da colecção “Mosaico”, em que Frederico (Jim) Silva, destacada personalidade da diáspora e ex-presidente da UMA – União Macaense Americana, identifica com muito “chiste” algumas especificidades tipicamente macaenses no contexto das suas recordações. A primeira edição, do próprio autor, teve uma tiragem muito limitada e esta reedição faz jus à qualidade e ao inegável interesse deste trabalho.
Meio Século em Macau
Este livro de memórias, em verso, de J. J. Monteiro, poeta popular de Macau, em dois volumes, profusamente ilustrados, proporcionou outra sentida apresentação, no palco do Teatro D. Pedro V, local emblemático e de profundo significado para a comunidade, pelo seu filho mais velho, Américo Monteiro, funcionário público aposentado. Estão reunidas, nestes dois volumes, memórias de cinco décadas intensamente vividas em Macau por um homem bom e invulgarmente talentoso que muito bem compreendeu e amou Macau e soube servir e dignificar Portugal.
The Portuguese Community in Hong Kong – a Pictorial History (Volume II)
O 1.º volume foi lançado, com invulgar sucesso, no Encontro das Comunidades Macaenses de 2007, tendo estimulado outras famílias a partilharem fotografias e mais elementos informativos que justificaram a elaboração do 2.º volume, sendo ambos da autoria do Arq.º António M. Pacheco Jorge da Silva. Ali está também uma história, muito bem elaborada e de agradável leitura, da comunidade pujante e interventora que foi a portuguesa de Hong Kong. A obra vai ser também apresentada, brevemente, no Club Lusitano de Hong Kong e em algumas Casas de Macau na América do Norte. O autor está a preparar um trabalho idêntico sobre a comunidade portuguesa de Xangai, para lançamento no Encontro de 2013.
Artigo da autoria de Jorge Rangel, Presidente do IIM, publicado no JTM a 6-12-2010

Sem comentários:

Enviar um comentário