Fernando Macedo Pinto, um dos fundadores do Grande Prémio de Macau, que em Novembro cumpre a 57.ª edição, morreu em Portugal, noticiou o canal português da Teledifusão de Macau. Para João Costa Antunes, coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio desde 1988 e director dos Serviços de Turismo de Macau, Fernando Macedo Pinto é uma das “personagens principais” da origem do Grande Prémio de Macau, que todos “sabem avaliar da importância que tem para Macau e para o desporto mundial”. “Ao partir, deixa-nos um espaço que é impossível voltar a ocupar”, disse Costa Antunes, destacando que, para quem conheceu Fernando Macedo Pinto, resta a “felicidade” do tempo de convívio e de conversas com um interlocutor “apaixonado que ajudou a desenvolver o projecto que hoje existe”. “Resta-nos a memória de uma pessoa com uma vida cheia que deixou nome pela cidade de Macau”, afirmou, acrescentando que Macedo Pinto deu um grande contributo para a criação do Museu do Grande Prémio.
Fernando Macedo Pinto, a par de outros entusiastas do desporto automóvel em Macau, como Carlos Silva e Paulo Antas, decidiram lançar em 1954 aquele que é hoje o principal cartaz do desporto automóvel do território e um dos mais importantes da região. Em 2003, aquando dos 50 anos do Grande Prémio de Macau, Fernando Pinto recordou a ideia de um grupo de amigos que pretendia apenas organizar uma prova automóvel de caça ao tesouro. Em declarações na ocasião à agência Lusa, recordou que “numa volta ao circuito” com um responsável de Hong Kong, que ajudou na organização do evento, este afastou a possibilidade de se realizar uma caça ao tesouro manifestando o desejo de “fazer uma corrida a sério”. Criada uma comissão organizadora, Macedo Pinto disse a Carlos Silva, outro dos promotores do evento: “é a primeira e a última corrida que vamos organizar porque nunca mais nos vão autorizar uma prova deste género”. “Enganei-me, enganei-me redondamente quando disse aquilo, mas tenho a certeza que se não fosse o apoio de Hong Kong, o Grande Prémio de Macau nunca tinha sido o sucesso que é hoje”, dizia orgulhoso dos 50 anos de corridas. Contente pelo crescimento do Grande Prémio, Macedo Pinto lamentava apenas que “a evolução dos carros não tenha sido acompanhada pela evolução dos pilotos” e o domínio da vertente comercial sobre a desportiva.
“Como em tudo na vida, a publicidade é quem manda” e já não é como antigamente, quando quem participava “vinha porque gostava muito de carros”, dizia. “De prova divertida, o Grande Prémio evoluiu, cresceu e afirmou-se mundialmente e é hoje também uma prova de exame para os melhores pilotos do mundo que depois de um pódio em Macau foram campeões do mundo de Fórmula 1”, sublinhou ainda Costa Antunes à Lusa ao salientar que Macau tem a “principal” corrida de Fórmula 3 do mundo e recebe ainda a grande final do mundial de carros de turismo.
Artigo do jornal Hoje Macau de 13 de Maio de 2010
Tem havido alguma confusão quanto aos nomes dos criadores do Grande Prémio de Macau. Não existiu nenhum Paulo Antas!
ResponderEliminarA lista correcta é a seguinte:
Eng. João Pires Antas, Cap. Júlio Augusto da Cruz, Dr. António Nolasco, Fernando Macedo Pinto, Carlos Humberto da Silva e Paul Eric du Toit,este último de origem sul-africana e residente em Hong Kong.
Esta lista constava de uma placa afixada na bancada original que se situava junto à curva do Clube Náutico, quando a partida se realizava naquele local, até 1992.
Agradeço desde já o seu reparo, pois sou neto do Eng.João Pires Antas, e além de ter muito orgulho no meu avô, é um pouco desagradável ver o nome trocado.
EliminarMais uma vez obrigado.
João Cardoso
Por lapso, disse que Paul Eric du Toit era de origem sul-africana quando, na realidade, era suiço. Era essencial esta correcção, a bem da verdade.
ResponderEliminar