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sexta-feira, 12 de março de 2010

Memórias de Charlie Santos

Charlie Santos é o português nascido Carlos Alberto da silva Santos, e Canicha para família e amigos
Nascido em Lisboa e residindo no Brasil, a nacionalidade mais marcante é a macaense. Seu pai, o lisboeta Arnaldo da Silva Santos* conheceu a sua mãe, a macaense Maria Quevedo da Silva** , quando prestava serviço militar em Macau, no final dos anos 30.
Casaram-se em 1943, tiveram a primeira filha Deolinda em Macau, e decidiram tentar uma vida melhor em Lisboa logo após o término da II Grande Guerra. Não tendo conseguido um padrão de vida decente em Lisboa, e com o pai de Dna Maria Quevedo, o Sr. Alexandre Quevedo da Silva, gravemente enfermo em Macau, decidiram retornar em meados do ano de 1953. Naquele momento, além da Deolinda (Linda), já tinham mais dois filhos nascidos em Lisboa, o José Manuel (Santé) e o Carlos Alberto (Canicha).
Em Macau, após 1953, tiveram mais três filhos: Delfina Quevedo (Fina)*** , Catarina Quevedo e Alexandre Rui (ambos, atualmente, residentes no Brasil).
A adaptação não foi simples; nos primeiros anos, seus pais decidiram colocar os dois irmãos mais velhos (Linda e Zé), em internatos. Sozinho em casa, e com dificuldades de comunicação em chinês com os colegas de escola infantil, vivia solitariamente. Sua maior alegria era quando a sua mãe ia dar uma mãozinha à avó e aos tios no Café/Restaurante Cecília. Ali no Café podia brincar à vontade e falar português com os Militares Metropolitanos que lá freqüentavam. Foi também no Café Cecília que começou a curtir o gosto pelo “rock & roll”. Lá era música o dia inteiro: Elvis, Pat Boone, Paul Anka, Connie Francis, os Platters, e outros mais.
A adolescência já foi mais alegre. No início dos anos 60, junto com todos os irmãos, foi morar num prédio novo na Estrada do Cemitério. Curtiu bem a revolução cultural dos anos 60, estudando na Escola Comercial Pedro Nolasco de 1961 a 1966 e tendo como hobbies preferidos a música pop e a prática esportiva de Hockey em Campo (foi campeão estudantil em 1965 jogando pela equipe da Escola Comercial). De novembro de 1966 a novembro de 1967 teve seu primeiro emprego como recepcionista/ telefonista no então chique Hotel/ Casino Estoril e, exatamente no dia 23.12.67, emigrou para o Brasil a bordo do velho navio holandês MSV Tjitjalenka.
Chegou a São Paulo no dia 12 de fevereiro de 1968, e, nos primeiros anos ainda conseguiu manter a prática do seu esporte preferido, o Hockey. Jogando em uma equipe formada por vários macaenses e comandada por um dos maiores hoquistas macaenses do Século passado, João Bosco da Silva, foi bi-campeão paulista.
Depois, até meados dos anos 90, a clássica luta por um futuro melhor ocupou a maior parte do seu tempo. Foi aeroviário de 1973 a 1985 (Pan American); e, no próximo dia 02 de maio completará 25 anos no cargo de Diretor Financeiro de uma das maiores empresas de turismo do Brasil. É casado desde 1974 com Dna. Maria Ercilda, com quem teve dois filhos: Carlos Jr (25.07.75) e Renata Moreira (24.03.79).
Em 1992, o seu tio Gilberto Quevedo da Silva (o Chito), primeiro presidente da Associação da Casa de Macau de São Paulo e conhecedor do hobby de compositor pop do sobrinho, pediu ao mesmo que compusesse um Hino para a Associação. Nascia então a “Casa de Macau”, uma canção muito apreciada pelos macaenses espalhados pelo mundo.
Nos últimos dez anos, conseguiu dedicar-se novamente a seus hobbies. Já tem 20 composições gravadas em CD’s e, nos seus dois últimos trabalhos, decidiu contar a história do pop/rock gravando 40 grandes sucessos dos anos 50/60. Um de seus grandes prazeres no momento é localizar velhos amigos de infância e adolescência. Contate o Charlie Santos (Canicha), acessando o site www.charliesantos.com.br
* de out 1916 – dez 2000
* * de ago 1923 – nov 2009
*** de fev 1954 – jul 2003


Arnaldo (o primeiro à esquerda), pai do Canicha, com militares portugueses, no Café Cecília (1955 ou 56)
 Confraternização de servidores do Leal Senado
(Arnaldo, o pai do Canicha, é o terceiro sentado a partir da direita) (1963 ou 64)
Sala de aulas na Escola Comercial ca. 1962

Escola Comercial em 1966

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