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sábado, 9 de janeiro de 2010

"Homens ilustres e benfeitores de Macau"

Livro editado pela APIM em 2007.
Na introdução, Leonel Barros explica que este não é um livro de história, nem um romance, mas uma memória descritiva de homens que aqui deixaram marcas duradouras da sua relevante acção. Satisfazendo os constantes pedidos de pessoas amigas, resolveu escrever sobre “alguns que muito fizeram para o progresso de Macau”.
São 38 os notáveis que integram este rol: Stanley Ho, magnata e grande empresário; Francisco Xavier Roquete, piloto da marinha mercante e benfeitor da Santa Casa da Misericórdia; João Eduardo Scarnichia, primeiro comandante da Polícia Marítima de Macau, capitão do Porto de Macau e deputado; Wenceslau de Moraes, escritor, diplomata e marinheiro; Luís Gonzaga Gomes, escritor, historiador e sinólogo; Manuel Tavares Bocarro, afamado fundidor; Fernando de Lara Reis, professor e benemérito; Pedro José Lobo, filantropo e mecenas; António Alexandrino de Melo (Barão de Cercal), hábil engenheiro e comerciante, detentor de vasta fortuna; João Maria Ferreira do Amaral, governador e grande impulsionador do desenvolvimento de Macau, assassinado em Agosto de 1849; Vicente Nicolau de Mesquita, o herói do Passaleão; Francisco Ernesto de Carvalho e Rego, escritor, jornalista e redactor principal da revista “Renascimento”; Pedro Nolasco da Silva, comerciante, fundador da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses e benemérito da Santa Casa da Misericórdia; Bernardino de Senna Fernandes, organizador do Corpo de Polícia e da Polícia de Mar; António Feliciano Marques Pereira, cronista da história e dos usos e costumes de Macau; Melchior Carneiro, o primeiro bispo da China e do Japão; João Feliciano Marques Pereira, fundador e coordenador da revista Ta-Ssi-Yang-Kuo – arquivos e anais do Estremo-Oriente Português, José Inocêncio dos Santos Ferreira (Adé), personalidade multifacetada e poeta do patuá; Carlos Augusto Corrêa Paes d’Assumpção, advogado e primeiro presidente da Assembleia Legislativa de Macau; Leopoldo Danilo Barreiros, escritor e advogado; Manuel de Arriaga, poderoso ouvidor; Luís de Camões, o imortal vate; Herculano Hugo Gonçalves Estorninho, artista de Macau e Timor; Guilherme José António Dias Pegado, docente da Universidade de Coimbra e deputado por Macau; Lopo Sarmento de Carvalho, capitão-mor e herói da vitória sobre os holandeses em Junho de 1622; João Tamagnini Barbosa, engenheiro e ministro das Colónias; Camilo de Almeida Pessanha, professor, jurista e um dos maiores poetas portugueses; José Augusto Alves Roçadas, governador de Macau em 1908-1909, nomeado governador dos territórios da Companhia de Moçambique em 1910 e comandante da 2a Divisão do Corpo Expedicionário Português em 1918; Pedro de Azevedo Coutinho, governador de Macau em 1907-1908; José Maria Horta e Costa, governador de Macau em 1884-1896, foi também deputado por Macau e governador da Índia; Jorge Álvares, o primeiro português a aportar à China; José Carlos da Maia, governador de Macau de 1914 a 1918 e ministro da Marinha, assassinado em 1921; Lou Kau, grande capitalista chinês que fixou residência em Macau na 2a metade do século XIX; José Caetano Soares, médico muito respeitado pelo seu carácter, bondade e competência; Lázaro Cataneo, S.J., sinólogo e o primeiro apóstolo de Xangai; Robert Ho-Tung, destacada figura da comunidade chinesa de Hong Kong e benemérito que ofereceu a Macau o edifício da Escola Primária Luso-Chinesa e a biblioteca chinesa que tem o seu nome; Lucas José Alvarenga, governador de Macau que resistiu a uma tentativa de invasão inglesa no dealbar do século XIX; e Sinibaldo Francisco Wenceslau Gracias, macaense empreendedor que chegou a ser cônsul de Portugal e da Bélgica em Hanói.
Leonel Barros escolheu estas personalidades, reconhecendo ser impossível referir todas as que se distinguiram pelas suas qualidades e pelos seus feitos. Antes dele, o Pe. Manuel Teixeira, em “Vultos Marcantes de Macau” (Direcção dos Serviços de Educação, 1982) e José de Carvalho e Rêgo, no jornal “Notícias de Macau”, em artigos reunidos por José de Carvalho e Rêgo (Filho) em colectânea publicada pelo Instituto Cultural de Macau em 1994, com o título “Figuras d’Outros Tempos”, também se entregaram a idêntica tarefa, o primeiro descrevendo 73 e o segundo 63 personalidades, em sucintas biografias.
O Pe. Manuel Teixeira identificou outras figuras históricas, que não constam deste livro de Leonel Barros, como: Leonel de Sousa, que celebrou, em 1554, o acordo que permitiu o estabelecimento dos portugueses em Macau; Fernão Mendes Pinto, o autor da “Peregrinação”; Pedro Velho, abastado mercador e um dos primeiros moradores de Macau; Pe. Gregório Gonçalves, delegado do vigário geral de Malaca e um dos fundadores de Macau; Diogo Pereira, amigo de S. Francisco Xavier e “um dos vultos mais simpáticos da nossa gesta oriental”; Leonardo de Sá, bispo de Macau, fundador do Senado em 1583; Mateus Ricci, renomado missionário jesuíta do Padroado Português do Oriente; Luís de Almeida, missionário jesuíta, médico-cirurgião, “um dos grandes da epopeia lusa no Oriente”; Gonçalo Garcia, mártir do Japão e “único santo canonizado que viveu em Macau”; João Rodrigues, jesuíta ordenado em Macau e “o expoente da língua e cultura japonesas”; Pedro Kasui, jesuíta, mártir do Japão; André Pessoa, destemido capitão-mor; Paulo da Trindade, frade macaense que foi o primeiro escritor e historiador de Macau a produzir obra de vulto; Isabel da Rocha, senhora rica e piedosa, grande benfeitora da Santa Casa, dos Franciscanos e das Clarissas; Gonçalves Teixeira Correia, hábil militar cujos feitos foram relatados no Memorial do Pe. João Rodrigues; Nicolau Fiúmes, abastado comerciante e benfeitor; Inácio Sarmento de Carvalho, macaense que foi governador e capitão-geral de Diu; João Soares Vivas, herói nas batalhas contra os holandeses; Jerónimo Rhó, jesuíta que terá disparado um tiro de canhão certeiro num barril de pólvora da esquadra holandesa em 24 de Junho de 1622; António Fialho Ferreira, capitão-mor que, por incumbência de D. João IV, trouxe a boa nova da Restauração; Frei Jacinto de Jesus, franciscano macaense de grande cultura, autor do “Vergel de Plantas e Flores”, obra prima da literatura do século XVII; António de Albuquerque Coelho, capitão-geral muito estimado e influente morador; Lázaro da Silva Ferreira, “um dos mais inteligentes, brilhantes, honestos e íntegros ouvidores que por Macau passaram”; Manuel Pereira, que foi quatro vezes provedor da Santa Casa e três vezes procurador da Cidade; Marta da Silva Merop, piedosa benfeitora; Joaquim Afonso Gonçalves, sacerdote lazarista, sinólogo, professor e lexicógrafo do sec. XIX; José de Almeida Carvalho e Silva, médico e influente mercador radicado em Singapura, onde há uma D’Almada Street, assim baptizada em sua memória; Albino da Silveira, devotado servidor da Igreja e de instituições comunitárias macaenses; e Lourenço Caetano Marques, presidente do Leal Senado e detentor de outros altos cargos no século XIX. O Pe. Manuel Teixeira integrou ainda, neste elenco, algumas conhecidas figuras do século XX, como o escritor Joaquim Paço d’Arcos, que passou alguns anos em Macau quando o pai, Henrique Monteiro Correia da Silva, era Governador; D. Luís Versíglia, salesiano mártir na China; D. José da Costa Nunes, bispo de Macau, patriarca das Índias e vice-camerlengo da Santa Sé; Vítor Hugo de Azevedo Coutinho, oficial da Armada, natural de Macau, que foi ministro da Marinha e presidente do Governo durante a 1a. República; Álvaro Melo Machado, secretário-geral do Governo de Macau, designado governador após a implantação da República, e fundador do movimento escutista em Macau; António Talone da Costa e Silva, imediato da Capitania do Porto de Macau, organizador do Observatório Meteorológico de Macau; e Carlos Augusto Montalto de Jesus, autor do “Historic Macao” e do “Historic Shanghae”.
Outros livros de Leonel Barros:
“Macau – Coisas da Terra e do Céu” (Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, 1999), “Templos, Lendas e Rituais – Macau” (Associação Promotora da Instrução de Macaenses – APIM, 2003), “Memórias Náuticas – Macau” (APIM, 2003) e “Memórias do Oriente em Guerra – Macau” (APIM, 2006).

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