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domingo, 8 de novembro de 2009

Assistência social: 1569 - 1945

As datas mais importantes:
1569. D. Belchior Carneiro instituiu a Santa Casa e dois Hospitais para socorrer os pobres.
Durante 400 anos, inúmeros benfeitores deixaram legados à Santa Casa, para os órfãos e viúvas e para dotes de casamento das donzelas pobres.
1648. O P.e Cardim refere que os Jesuítas davam esmolas na escadaria de S. Paulo a 1 500 pessoas (Macau e a sua Diocese, III, 176).
1793. D. Marcelino José da Silva queixa-se de que, devido à pobreza, os pais entregavam as crianças, filhas e esposas aos estrangeiros, para receberem dinheiro; fundou para elas o Recolhimento de S. Maria Madalena.
Em toda a história de Macau, os portugueses compravam aos chineses as meninas (criações), sobretudo em tempos de fome (M. e D., II, 287).
1806. D. Fr. Francisco de N. Sra. da Luz Chacim fundou, a 30 de Agosto, o Cofre dos Pobres, para alívio da miséria que então alastrava.
1843. O Pe. Joaquim José Leite, reitor do Seminário, instituiu, a 19 de Novembro, a Associação dos Benfeitores da Caridade (uma espécie de Conferência de S. Vicente de Paulo), com o fim de extinguir a mendicidade; começou com $3 000,00 de um depósito existente no Seminário para Obras Pias.
1858. Asilo para os pobres chineses, fundado pelo Clero de Macau, num terreno circundante à igreja de S. Lázaro, cedido pela Santa Casa, cuja alma foi o caritativo sacerdote goês, Manuel Francisco do Rosário e Almeida, que percorria as ruas de Macau com um saco a pedir esmolas, ficando famoso «o saco do Pe. Almeida»; é o Asilo de S. José que ainda existe.
1869. Fundação da associação chinesa de beneficência Tong-Sin-Tong que tem exercido uma acção assistencial que muito honra a Comunidade Chinesa, que a instituiu; foi reorganizada por portaria n.º 31 de 21 de Fevereiro de 1803, que aprovou os seus estatutos, que se propunham «distribuir medicamentos próprios de cada estação, sob a forma de pílulas e pós, curar gratuitameute os enfermos, fazer prelecções, distribuir livros e fazer outras obras boas». Já Mendes Pinto nos fala das Sin-Tong, dispersas por toda a China, cujos membros eram tidos «à conta de homens honrados que são como entre nós os Irmãos da Misericórdia».
1871. Fundação do Hospital Keng-Wu, o de maior movimento em Macau.
1874. A 1 de Dezembro do ano de 1871, foi lançada a pedra angular do Hospital Militar de S. Januário, que ficou concluído em Dezembro de 1873 e cuja inauguração oficial se realizou a 8 de Janeiro de 1874.
1885. Fundação do Asilo da S. Infância pelas Religiosas Canossianas.
1900. A S. Casa da Misericórdia fundou o Asilo das Inválidas, cujo edifício foi reedificado em 1925; no mesmo ano de 1900 fundou o Albergue das Indigentes.
1903. O Pe. Dr. António José Gomes, cujo centenário de nascimento ocorreu em 1974, fundou, a 13 de Novembro, o Pão dos Pobres de S. António, que nestes 71 anos vem socorrendo milhares de necessitados.
1938. A 21 de Maio, é criada a Comissão de Assistência e Beneficência, que foi reorganizada a 31 de Março de 1947 e transformada na Comissão Central de Assistência Pública que dirige todas as obras assistenciais do Estado, distribuindo milhões de patacas, anualmente, aos assistidos.
1941-1945. Macau tornou-se um asilo de refugiados, morrendo de inanição 100 por dia.
Além de mais de 100 000 chineses, vieram uns 8 000 portugueses de Hong Kong e a todos se procurou ajudar. Até o multimilionário, Sir Robert Ho Tung, aqui se acolheu, sendo-lhe fornecidas latas de leite para seu sustento, pois a comida escasseava.
Já em 1924, se haviam abrigado, em Tói San, milhares de refugiados, para os quais foram construídas centenas de barracas; hoje, é o Bairro Tamagnini Barbosa, com a paróquia e Igreja de Fátima, escolas, dispensário, lar, etc. O incêndio nesse bairro, no fim de 1974 despertou um movimento extraordinário de caridade.

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