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domingo, 28 de fevereiro de 2016

Sarmento Rodrigues - Viagem ao Oriente Português

Até 20 de Março está patente Museu Municipal Leonel Trindade, em Torres Vedras, a exposição "Sarmento Rodrigues - Viagem ao Oriente Português". A mostra pretende evocar a figura do antigo Ministro do Ultramar, Sarmento Rodrigues, que em 1952 levou a cabo uma viagem que visava o “fortalecimento da ideia de unidade de nação pluricontinental portuguesa" e que teve passagem por Macau em Junho.

Ainda segundo a organização "a viagem é o mote da variedade e variação cultural do oriente português espelhada num conjunto de peças oferecidas ao Ministro, durante o seu périplo pela Índia Portuguesa, Timor, e Macau."
Museu Municipal - Terça a domingo das 10h às 18h - Praça 25 de Abril,Torres Vedras

Jorge Eduardo Robarts (na imagem ao lado tirada aquando da chegada de Sarmento Rodrigues a Macau) recorda-se bem desses dias.
"Tive de estar presente na ponte-cais nª2 do Porto Exterior devidamente uniformizado como funcionário dos CTT de Macau - o meu primeiro emprego. O curioso é que no caminho para lá cruzei-me com alguns militares aquartelados em São Francisco e via-se a hesitação deles em me fazer continência, pois certamente confundiam-me com algum aspirante a Alferes ou Sargento-ajudante... Achei graça mas contive o riso. Ao fundo à esquerda está o quartel de Francisco, e mais ao centro, no alto, o antigo hospital Conde de São Januário e à esquerda deste o sanatório para os tuberculosos. A Avenida Rodrigo Rodrigues era quase deserta na época."
Existem diversos posts sobre esta visita que foi muito 'falada' nos meios de comunicação social da altura. foi o caso do Século Ilustrado de onde 'retirei' estas duas imagens. o governador de Macau na altura era Marques Esparteiro.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Jorge Midorikawa

Para além de tradutor na embaixada de Portugal no Japão, Jorge Midorikawa era o representante do Turismo de Macau no Japão, tendo sido nomeado para o cargo em 1966. A forma como desempenhou a tarefa ao longo de quase 20 anos fez com que em 1985 o Governo de Macau lhe tenha atribuído a Medalha de Mérito Turístico.
Jorge foi ainda autor de um livro intitulado "Macao Guide" e prestou uma preciosa colaboração durante a visita ao Japão, em 1974, dos Pequenos Cantores, coro formado pelo Padre César Brianza no Colégio Salesiano Dom Bosco, em 1959.
Em 1990, foi instituído pela Embaixada de Portugal em Tóquio, o Prémio Literário «Rodrigues o Intérprete», tendo por base um fundo doado por Jorge Midorikawa. Através do prémio assinala-se anualmente uma obra editada no Japão, em língua japonesa, sobre temas, autores ou traduções portuguesas. Ao longo das suas edições muitos foram os autores premiados, ora com traduções, ora com ensaios inéditos sobre temas portugueses.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Almoxarifado


É curioso notar que neste excerto do Boletim Oficial de Macau (11 Dezembro 1965) ainda se encontra a expressão "Almoxarifado de Fazenda", um termo de remonta à Idade Média e de que me recordo vagamente das aulas de história.
Nesses longínquos séculos 12, 13, etc... o almoxarifado era tido como uma região administrativa fiscal (o equivalente aos concelhos dos dias de hoje), e tinha a sua sede nas principais cidades. 
Os almoxarifados estavam a cargo de um almoxarife, funcionário real responsável pela cobrança e arrecadação de impostos. Uma espécie de director da repartição de finanças dos nossos dias. 
Segundo o Regimento dos almoxarifes do início do século 16, estes prestavam fiança pelo dízimo das cobranças, escrituravam dois livros, um de receita outro de despesa, com o dinheiro que arrecadavam todos os dias e que guardavam numa arca de ferro fechada com duas chaves, uma das quais pertencia a este funcionário e outra ao seu escrivão.
O termo deriva do árabe "almushrif", que designava os cobradores de impostos entre os moçárabes no al Andalus, o que leva os historiadores a acreditar que o cargo tenha tido origem nesta palavra.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Avizo: assignaturas jornaes portuguezes

Anúncio - na época denominado "Avizo" - publicado no Boletim do Governo de Macau a 3 de Fevereiro de 1863. O anunciante, João Miguel da Roza, morador no nº 12 da Calçada de Sto. Agostinho, informa que "se encarrega de receber assignaturas para os jornaes portuguezes", bem como outro tipo de publicações.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Corridas de touros em Fevereiro de 1996


Brochura de 14 páginas intitulada "Corridas de Touros em Macau" em edição trilingue (português, inglês e mandarim) que recorda as corridas realizadas no território entre 17 e 25 de Fevereiro 1996. Um evento que não era inédito...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

"Macau é uma câmara de descompressão antropológica"

Falecido a semana passada aos 84 anos, Umberto Eco esteve em Macau uma única vez. Foi em Junho de 1993 no âmbito de um seminário itinerante promovido pela Fundação Transcultura sobre os "equívocos civilizacionais" e que se destinava a divulgar o projecto da “Universidade Sem Fronteiras”.
Na altura o filósofo e semiólogo italiano afirmou que Macau “ao longo dos séculos soube fazer o reconhecimento mútuo das diferenças” entre civilizações, cujo princípio deve nortear a criação de uma universidade sem fronteiras. “Oxalá que este espírito de Macau seja propício ao novo reencontro de civilizações”, comentou ainda o escritor italiano que diria ainda que "Macau é uma câmara de descompressão antropológica".

sábado, 20 de fevereiro de 2016

"A day at Macao": 13 de Fevereiro de 1926

Página de um álbum de fotografias de uma família britânica que em 1926 visitou Hong Kong, o Sul da China e Macau, esta última a 13 de Fevereiro de 1926. 
O conjunto de quatro fotografias tem como legenda "A day at Macau", seguindo-se a data e a indicação de que se travava da época do ano novo chinês. Foram feitas em frente ao Palacete de Santa Sancha e na colina da Penha com vista para o Porto Interior.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Passatempo 7º Aniversário: resultados

Um total 98 leitores de vários cantos do mundo participou neste passatempo que visou assinalar o 7º aniversário do blogue Macau Antigo. Eis os resultados:
1º classificado: André Silva, de Paredes (5 livros)
2ºclassificado - Sílvia Caseiro, de Castanheiro do Sul (3 livros)
3º classificado - Lúcia Brandão – Esmoriz (1 livro)
 
Agradeço a todos pela participação fazendo votos para que continuem a passar por aqui e deixando a promessa de mais passatempos.

Algumas das respostas recebidas (selecção de 5 participantes):
Qual a opinião geral sobre o projecto?
- É um projecto muito interessante.
- Considero importante manter vivas as memórias do passado para tentar compreender o presente, e decidir o sobre o futuro. O blog tem informação de extremo valor cultural e histórico. O separador Estatística está desactualizado.
- Muito boa.
- Projeto muito feliz de João Botas ao resgatar a história de Macau. Como tantos como eu que residiram um período em Macau, o blog traz à tona as lembranças de um período vivenciado nesta terra (…). Aos que nunca lá estiveram, oferece uma gama de informações fundamentada com documentos (impressos, fotográficos, iconográficos, testemunhos, etc) motivando leitores de todos os cantos do mundo a conhecer a história de Macau virtualmente.
- Muito interessante.

- É um projecto diferente o que torna o blog muito interessante por não ser comum com os demais!
E sobre a qualidade dos post's?
- Têm grande qualidade.
- Em termos de escrita é excelente (tanto a qualidade da escrita como a informação tratada). Relativamente à apresentação/ estética, sugiro uma melhoria para tornar o blog mais apelativo.
- Qualidade cultural imensa.
- Posts de óptima qualidade, muito bem escrito e divulgado. As matérias são interessantes enriquecidas com imagens da época. Algumas fotos e reportagens me fizeram lembrar de locais onde estive e não me recordava mais. João Botas faz um trabalho primoroso e detalhista para que a História de Macau seja contada a muitas pessoas de qualquer região do mundo. (...)
- Os post's são ricos em conteúdo, contudo deveriam ser mais apelativos. Não no conteúdo mas talvez no aspecto do blog. Outras cores que fossem mais apelativas à leitura!
Numa escala de 1 a 5 como classifica?
- 4
- 4,5
- 5
- Excelente (5)
- 4
Quantas vezes visita o blog por semana?
- Uma vez.
- Nenhuma. Cerca de uma vez por mês.
- Duas vezes.
- Depende da disponibilidade de tempo. Às vezes mais de uma vez por semana.
- Uma.
Que temas gostaria de ver abordados?
- Entrevistas sobre os temas abordados.
- Literatura, linguística e, os temas actuais do blog. Apesar de fugir ao âmbito do blog, seria interessante fazer uma abordagem de Macau na actualidade.
- Mais sobre a transferência da soberania para a China.
- Gastronomia.
- Gostaria que houvesse um dia da semana ou do mês dedicado a outras colónias que já foram portuguesas.
Pensou viajar até Macau depois da leitura do blog? - Sempre pensei, mesmo antes do blogue, mas nunca visitei.
- Claro que sim.
- Sim, muito. Residi em Macau entre 1971 e 1973 e o desejo só aumentou após conhecer o blogue. (...)
- Já pensava antes.
- Sim. Adoraria viajar até Macau. No entanto, para mim isso é financeiramente impossível.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Morreu o padre Luís Lei Xavier

Vítima de doença prolongada o Padre Luís Lei Xavier morreu esta terça-feira em Macau com 66 anos. Nascido em Macau a 12 de Outubro de 1949, Luís Xavier, fez a formação teológica em Portugal. No regresso ao território trabalhou na Sé, no Seminário (onde foi director e professor) e na paróquia do Carmo (Taipa). 
Leccionou ainda a disciplina de ética religiosa (religião e moral) no Liceu e na Escola Comercial. Em 2009 representou a igreja católica - juntamente com o padre João Evangelista Lau - na Comissão Eleitoral (composta por 300 elementos) que escolheu o governador de Macau. 
Em 2012 recebeu do Governo de Macau a medalha de Mérito Altruístico, ano em que deixou a comissão instaladora e a administração da Universidade de São José. Actualmente ocupava o cargo de pároco de São Lázaro.
Reacções (jornal Hoje Macau):
“Foi uma pessoa com uma outra postura, porque face a tudo o que seja de Religião e Moral, estávamos mais habituados aos padres da velha guarda. Ele não, ele era um sacerdote muito novo e tinha uma maneira diferente de ver as coisas” 
- Miguel de Senna Fernandes, aluno do Padre Xavier
“Sendo de origem chinesa assumiu uma tradição e cultura própria da comunidade portuguesa. (...) assumiu inclusive a coordenação pastoral da comunidade católica da cultura portuguesa." 
Padre Luís Sequeira


Missa de homenagem, a 20 de Fevereiro, pelas 19h, na Igreja da Luz (Carnide).

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Macao Roads: Parte II

The Portuguese first visited China in 1517 when the Viceroy of Goa sent a squadron of eight ships under Ferdinand Andrada* laden with merchandise having on board Thomas Pereira an Ambassador from Emanuel King of Portugal On their arrival at the entrance of the river of Canton the fleet was stopped and only two permitted to pass up the river on board of one was the Ambassador and the Commodore Andrada was a man of strict honour so that he soon gained on the Chinese notwithstanding their natural aversion to strangers.
By his exactness and probity he drew them to trade and brought them to have great confidence in him but what had the greatest efl ect and might have established the commerce of the Portuguese to the exclusion of all other nations was his giving notice a little before his departure that at such a time he meant to sail and that if any bad demands upon him or any of those belonging to him they might apply and receive satisfaction.
This was an instance of probity new to the Chinese but so agreeable that they made him great professions of friendship and assured him that they would willingly trade with his nation in hopes of meeting always with the like usage but so fair a prospect did not long continue and even the first had very near proved the last voyage of the Portuguese to China. The commandors of the shipsthat were left at that mouth of the river landed sw lbegan with the natives but presuming on their power in India treated the Chinese with great insolence iniquity. They brought on shore several pieces of cannon and then took what they pleased at their rates and treated with the pirates for such as they had taken prisoners of whom they made slaves Viceroy of the province quickly assembled a great naval force with which he surrounded the squadron and would infallibly have taken them if a storm had not arisen which scattered the Chinese and enabled the Portuguese to return to Malacca with more profit than honour.

The Ambassador proved the victim of this misconduct he was confined in prison where he afterwards died It was many years before the Chinese would admit the Portuguese to trade with them but length they allowed them to send some ships to the Island of Sanciam where they were permitted erect tents on shore for a short space of time in which they disposed of their merchandise.
At towards the close of the sixteenth century a favourable opportunity offered not only of restoring commerce but of procuring a permanent establishment in China. The pirates committed great ravages the coast and having acquired a large force made themselves masters of the port of Macao and from not only blocked up the port of Canton but also besieged the city. The Mandarins in this distress recourse to the Portuguese whose ships were then at the Island of Sanciam. They readily offered assistance and not only forced the pirates to raise the siege but pursued them to Macao which took and where the Chief of the pirates was killed. The Viceroy having made a report to the of this extraordinary service be out of gratitude published an edict by which the Portuguese were have the Island of Macao with the power of forming a settlement which they gladly accepted.
They built a town and fortified it after the European manner but the Chinese have effectually for their own security by not allowing them any provisions but what they receive through their. The possession of this place has been not with standing extremely beneficial to the Portuguese for thence they carried on for very near a century a most beneficial commerce with Japan by which became one of the richest and most considerable places in their possession but since their expulsion Japan and the interference of other European nations in the commerce with Canton together with unsettled state of Siam Cochin China and Tonquin the place has fallen to decay. (...)
* leia-se Fernão Peres d' Andrade

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Macao Roads: parte I


This chart of the different passages leading to Macao Roads, is respectfully dedicated to the Honourable the Court of Directors for the affairs of the United East Indian Company, by Daniel Ross & Philip Maughan, lieutenants of the Bombay Marine, 1810; engraved by J. Bateman.
Carta náutica de 1810 (gravada por J. Bateman) com as várias rotas de acesso a Macau - daí o título Macao Roads - da autoria dos militares estacionados em Bombaim e dedicada ao responsável da Companhia das Índias Orientais, empresa criada no início do século XVII para incrementar o comércio dos britânicos com o Oriente. Existe ainda uma versão a cores que publicarei no post seguinte.

De seguida, apresento um excerto do livro "Oriental commerce: containing a geographical description of the principal places in the East Indies, China, and Japan, with their produce, manufactures, and trade", da autoria de William Milburn, publicado em Londres em 1813.
Para além de contextualizar a importância estratégia de Macau no acesso à China no início do século 19, o texto aborda também os aspectos relacionados com os primeiros contactos dos portugueses na costa do sul da China e os primórdios da presença portuguesa em Macau.

"The south coast of China from the Gulf of Tonquin to the entrance of Canton and harbours capable of receiving large ships but they are not visited by Europeans exclusion from all ports in the empire except Canton unless in cases of distress is Tienpak in latitude 12 22 North and longitude 111 13 East where immense made and several hundred junks are employed transporting it to Canton and the The entrance of the river of Canton is fronted by an Archipelago of islands southernmost of these is the Great Ladrone in latitude 21 57 North and longitude approach to this river is very safe and there are no hidden dangers Ships frequently nearest convenient channel for Macao roads without waiting for a pilot to conduct them.
Macao belongs to the Portuguese and is the only settlement possessed by Europeans within the limits of the Chinese empire The town which is in latitude 22 IO North and longitude 113 32 East is on the southern extreme of a large island separated from the continent by a small arm of the sea The peninsula upon which the town stands is connected with the remainder of the island by a long narrow neck of land not exceeding 100 yards in breadth across it a wall has been erected which projects into the water at each end having a gate and guard house in the centre for Chinese troops.
Beyond this boundary of their possessions the Portuguese are seldom permitted to pass The extent of their territory which is completely under the jurisdiction of the Viceroy of Canton although the Portuguese are permitted to retain the nominal government of the town is from NE to SW about three miles and its breadth not quite a mile Macao is a place of some extent the houses are of stone constructed on the European plan but without exterior elegance the streets are very narrow and irregular.
The public buildings consist of churches convents and the senate house the latter terminates the only spacious and level street in the town The Governor's house is situated on the beach opposite the landing place and commands a beautiful prospect but is not remarkable for external appearance or interior accommodation. Contiguous to it is the English factory a plain commodious building the other factories are in the samestyie and all of them surrounded with gardens.
The harbour does not admit vessels of hurthen large ships generally anchor six or seven miles of the town (...) The town is defended by several strong forts mounted with heavy cannon and garrisone d with Portuguese troops seldom exceeding 250 in number. There are a Portuguese custom house and quay on the south side of the town where all ships coming into the bay are obliged to send their boats When a ship arrives among the islands a pilot generally comes on board to carry her into Macao roads Immediately she is brought to anchor which is generally about six or seven miles from the town he proceeds to Macao to acquaint the Mandarin with what nation she belongs to Should there be any women on board application vmust be made to the Bishop and Synod for permission to send them on shore as they will not be permitted to proceed to Vh ampoa in the ship.
As soon as the Mandarin is satisfied in his enquiries he orders off a river pilot who seldom comes on board until the ship has lain 24 hours in the roads who brings a chop or licence to pass the Bocea Tigris or mouth of Canton river and carries the ship to Whampoa.
The Chinese treat the Portuguese very cavalierly on many occasions exacting duties sometimes in the port and punishing individuals for crimes committed against the natives and whenever resistance is attempted against such proceedings the Mandarin who commands the Chinese troops at the guard house immediately stops the supply of provisions from their market until they quietly submit.(...)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Jantar no restaurante "Macau" a 14 Novembro 1966


No dia 14 de Novembro de 1966, no restaurante Macau, no nº 26 da Rua Barata Salgueiro, em Lisboa, ocorre um jantar de confraternização entre alguns membros dos órgãos sociais da Casa de Macau em Portugal (a comemorar este ano o 50º aniversário), o recém-nomeado Governador de Macau, Nobre de Carvalho, e o Governador cessante, Lopes dos Santos
Nesta fotografia da época estão 13 personalidades (falta um, provavelmente o que tirou a fotografia), da esquerda para a direita: Gerardo Rangel, Carlos Basto, Bernardo Vidigal, Armando Hagatong, Nobre de Carvalho (Governador de Macau entre 1966 e 1974), Flávio dos Santos, Lopes dos Santos (Governador de Macau entre 1962 e 1966), Mariano Tamagnini, Raúl Cabral, Carlos Estorninho, Danilo Barreiros, Serpa Pimentel e NN.
O restaurante foi inaugurado em 1957 por um grupo de cinco chineses oriundos de Zhejiang. Em 1965, num anúncio publicado no Diário de Notícias o restaurante anunciava ter a "autêntica cozinha chinesa", com vaca com legumes a 22 escudos e chao min a 25 escudos.
PS: na próxima semana serão anunciados os vencedores do Passatempo do 7º Aniversário do blogue Macau Antigo.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Indústria dos panchões: resgatar a memória

O fabrico de panchões, a par da pescas, pivetes e fósforos, chegou a ser uma das principais indústrias de Macau, chegou a representar uma das maiores fatias das exportações do território em certos períodos da primeira metade do século XX.
O mais antigo alvará para estabelecimento de uma fábrica de panchões remonta a 3 de Dezembro de 1881. A instalação destas fábricas era regulada pelo Decreto de 21 de Outubro de 1863, que apresentava em anexo uma tabela de classificação dos estabelecimentos industriais, que se dividiam em 1.ª, 2.ª e 3.ª classes, consoante o grau de insalubridade, incómodo ou perigo. As fábricas de panchões, devido ao elevado risco que representavam, pertenciam à 1.ª classe, a mais perigosa. No início do século XX já existiam perto de uma dezena da fábricas. No Anuário de 1922 registam-se oito. Com o passar dos anos a laboração passou quase toda de Macau para a ilha da Taipa.
O processo de fabrico dos panchões decorria não só nas fábricas, como também em casas particulares, onde até as crianças se ocupavam da laboração.
A década de 1940/50 representou o período áureo desta indústria que entrou em declínio em meados da década de 1970, devido à falta de mão-de-obra e surge pela última vez no Anuário Estatístico de Macau de 1981 embora a última a fábrica a encerrar a actividade tenha sido a Po Sing já no início da década de 1990.
Nos últimos anos, a par de algumas antigas fábricas que têm sido recuperadas, surgiram dois livros da autoria de Albert Lai (que teve a gentileza de me enviar de oferta) que resgatas memórias de outros tempos. É pena que sejam edições - com o apoio do ICM - apenas em chinês.
A Fábrica de Panchões Iec Long, foi fundada em 1928. A tradução literal significa "negócio florescente". Já desactivada, as instalações da fábrica ficam na Taipa, aguardando-se a sua 'revitalização'.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Novo ano lunar: Macaco - Kung Hei Fat Choi!

O Ano Lunar Chinês do Macaco (sucede à Cabra), um dos animais do ciclo de 12 anos do zodíaco da astrologia chinesa, tem início a 9 de Fevereiro e termina no dia 28 de Janeiro de 2017.
Na imagem acima, uma moeda comemorativa com valor facial de 20 patacas emitida em 2016 em Macau. Tem no reverso uma imagem da Santa Casa da Misericórdia.
O macaco é o nono signo na astrologia chinesa e está associado a características como a ambição, esperteza, malícia e aventura.
Emissão filatélica de 2004
Pertencem ao signo do Macaco os nascidos em 2016, 2004, 1992, 1980, 1968, 1956, 1944, 1932, 1920...

 Emissão filatélica de 1992


Kung Hei Fat Choi! Feliz Ano Novo!

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Ano Lunar do Macaco em Macau e Portugal

A Direcção dos Serviços do Turismo de Macau realiza a 10 e 13 de Fevereiro a "Parada de Celebração do Ano do Macaco". O evento festeja a chegada do Ano Novo Lunar, que se inicia a 8 de Fevereiro e que será regido pelo signo do macaco, um dos 12 animais venerados no zodíaco chinês.
Este ano, a parada tem como pano de fundo a história da vinda do "Rei Macaco com a Corte Celestial a Macau" para festejarem o Ano Novo Lunar. Na parada desfilarão, a pé e em carros alegóricos, mais de 1000 artistas, de Macau e grupos convidados do Japão, da Coreia do Sul, da Malásia, dos EUA, da Tailândia, de Hong Kong, de Espanha e de Portugal que estará representado pelo grupo da Marcha do Alto do Pina, vencedora da edição de 2015 das Marchas Populares de Lisboa.


PS: Se está por Portugal pode festejar o ano novo chinês com um almoço na Casa de Macau (Lisboa) na quarta-feira dia 10 Fevereiro.
Menu: sopa de van tan + chau min de orelhas de rato + pudim de côco
O menu inclui ainda água, refrigerante, cerveja, copo de vinho tinto ou branco (uma opção), café ou chá.  Preço: 10€ (sócios) e 12€ (público em geral).
Reservas até 2ª feira (17h): casademacau@mail.telepac.pt -Tel. 218 495 342 / 961 294 676

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Video Mapping das ruínas de S. Paulo no Japão

 
Em Sapporo, no Japão, desde 1997 que se reproduzem monumentos (em gelo) de vários países sendo depois utilizados para video mapping. Este ano a escolha recaiu sobre a fachada da Igreja da Mater Dei (Ruínas de S. Paulo) cuja construção, no século  XVII, está intimamente ligada ao.. Japão. A iniciativa está integrada no 67º Festival da Neve e tem o apoio do Serviços de Turismo de Macau.
A escultura de neve das Ruínas de S. Paulo, tem 17 metros de altura, dois terços do tamanho original, e pode ser vista no HBC Macau Square. Ao lado da escultura de neve foi construído o Café Macau com traços da arquitectura portuguesa.
Foto DST

Os três Colégios que ostentam o nome de S. Paulo são marcos importantes nas rotas dos missionários jesuítas na Ásia: S. Paulo de Goa, S. Paulo de Macau e S. Paulo de Nagasáqui. O primeiro teve início em Goa à data da chegada de S. Francisco Xavier à Índia, por volta de 1540. O colégio em Nagasáqui começou em 1597, mas as suas raízes recuam a quase mais de vinte anos, tendo sido inaugurado em Funai pelo P.e Alexandre Valignano em 1580 e depois transferido para Nagasáqui após o martírio dos 26 Santos. O colégio de S. Paulo de Macau foi fundado por Alessandro Valignano em 1594 e logo no ano seguinte sofreu um incêndio obrigando à sua reconstrução.
Numa das várias cartas escritas pelo Padre Lourenço Mexia, antigo secretário do Padre Valignano, que viera para Macau proveniente de Nagasáqui em 1582 (ainda antes das perseguições) pode ler-se um pequeno relato da chegada ao colégio de S. Paulo de Macau de um "padre visitante" oriundo do Japão: "O Padre Visitante chegou aqui a 28 de Julho, com 16 membros da Companhia e os nobres japoneses (Senhores); todos se encontravam de boa saúde, graças a Deus. A nossa alegria e consolação foram grandes, dado que estávamos à espera deles há mais de um ano. Os nobres ficaram alojados numa casa, dentro da nossa propriedade, bem equipada para seu usufruto: estão a morar ali, mas algumas vezes vêm comer aqui ao nosso refeitório; empregam bem o seu tempo, porque têm-no distribuído de acordo com um plano estabelecido pelo P.e Diogo de Mesquita, que se encontra sempre ao lado deles. Vão à confissão e recebem a Comunhão frequentemente, como se fossem religiosos; e eu penso que, com o tempo, se converterão."

 Fotos de Ben Teng

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Shangai Surprise: 1986

Na imagem abaixo Sean Penn e Madonna (casados na época), protagonistas do filme Shangai Surprise (1986) cuja produção esteve a cargo de George Harrison que também assina a autoria de algumas músicas e até aparece numa cena do filme... 
Borderline era o grande sucesso musical de Madonna na altura, num filme que ficaria marcado por múltiplas situações caricatas em termos de rodagem. No blogue existem outros posts sobre esta película que se viria a revelar um fracasso em termos de crítica e receitas de bilheteira.
Na edição de 10 de Fevereiro de 1986 a revista People referia-se assim às atribuladas filmagens em Macau...

Ever since it was settled by Portuguese traders in 1557, the port city of Macao has coexisted peaceably with its one billion neighbors in the colossus of China. When Macao's four centuries of serenity were suddenly shattered several weeks ago, it was not the Chinese who were at fault. No, the culprits were two outsiders from Hollywood,Madonna and her combustible husband, Sean Penn. Penn, 25, who never met a photographer he liked, turned the exotic enclave into the backdrop for yet another rumble with a journalist. The victim this time was Leonel Borralho, 61, a reporter for the racy Hong Kong Standard, who got too close to the pair with his camera. Claiming he was roughed up by Sean and his beefy bodyguards, Borralho is suing Penn for $1 million. 
The visit to Macao, where the couple is filming the romantic adventure Shanghai Surprise, started amiably enough Jan. 15. Hordes of little Wanna Be's staked out the lobby of the elegant Oriental Hotel, clamoring for a glimpse of their Western idols. Borralho had a better idea. He hid on the Oriental's 18th floor, where the pair occupied a suite. One afternoon as Madonna and Sean stepped off the elevator with their entourage, Borralho popped out from behind a service door and started snapping away. Penn's hired muscle quickly collared Borralho, while the actor flew into a rage. "What are you doing here?" he bellowed. "Who let you in? Can't you see my wife is trembling?" 
As one bodyguard restrained Penn from taking a poke at Borralho, other guards tried to yank his camera from his neck. The strap held, injuring his neck, Borralho claims. He was eventually allowed to leave after surrendering his film to a bodyguard, who promised that in return Borralho would get an exclusive interview with the couple. Naturally he didn't, and that's when Borralho sued.
Word of the fracas spread, and editorials labeled Penn the "Ugly American." They hadn't seen anything yet. When the film's veteran publicist Chris Nixon suggested to Penn that he and his wife pose briefly for photographers as a sort of truce, Penn seethed. "Your job is not to cater to the photographers but to the film and me!" he yelled. Retorted Nixon, "My job is to promote the film, and right now it needs the publicity!" Penn then had Nixon canned. 
While Sean was sweating out his newest lawsuit -at least two similar cases are pending in the U.S.-Madonna was sweating in the hotel sauna, where she was cornered by a reporter. Asked if she was enjoying herself, Madonna answered wearily, "What? Being harassed? No. We didn't think we'd have any problems here." She said charges against her husband were exaggerated. "That guy [Borralho] acted like a real jerk." Besides, she said, "I never read anything about myself. It's always lies." As for her adoring fans, they are poor souls who probably "lead such boring lives. Then they read in the paper reports detailing the lives of celebrities - their every move. They admire them and end up fantasizing about them." 
Meanwhile, a court in Macao will have to hear the case with Penn absent; the pair was due to leave the city after several weeks. Borralho says that if he wins he will donate half of the proceeds to charity. "What I am after above all is a formal apology," he says. "Sean Penn is unlike any other celebrity I have ever encountered." Mr. Borralho, meet Mr. McEnroe.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Carta registada de Macau para os EUA em 1941

 
Carta/Envelope de correio registado enviado de Macau (Café Chan Vo - situado no nº 11 da Travessa da Cavedeira*) para o Café Mandarim, em Fresno (Califórnia) em Fevereiro de 1941.
* deve ser Caldeira

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Emissão filatélica: Ruas e Ruelas Antigas

 Postais ilustrados da série "Ruas e Ruelas" de 2015
A emissão "Ruas e Ruelas Antigas" dos Correios de Macau surgiu em 2015 e é composta por: Série de 4 Etiquetas Postais; Sobrescrito de 1.º Dia com Etiquetas Postais; Pagela Simples; Pagela com Etiquetas Postais; Bilhete Postal Simples; Bilhete Máximo".

Segundo os Correios de Macau: O “Beco da Felicidade”, uma ruela antiga com características muito próprias, é o foco desta emissão. Uma placa de granito, encimando a entrada do Beco, tem gravado o seu nome em chinês, formado por três caracteres – “Fôk Veng Lei”. O Beco da Felicidade é pavimentado por compridas lajes de pedra, um estilo muito vulgar na Província de Guangdong. O Beco da Felicidade, também conhecido por “Rua de Fogo”, e a Rua da Felicidade, situados no antigo bazar chinês, faziam parte do movimentado centro comercial da cidade e eram zona de prazeres, com prostituição, jogos de azar e consumo de ópio. As duas artérias foram também testemunhas das mudanças e da dureza de muitas vidas ao longo da história e do desenvolvimento contemporâneo de Macau.
A emissão é composta por oito selos de circulação básica, cujo design ilustra a Rua da Sé, Rua dos Ervanários, Rua da Felicidade, Rua da Figueira, Rua de Eduardo Marques, Calçada do Embaixador, Rua da Erva e a Calçada das Verdades.

Nota: já terminou o prazo para participar no passatempo do 7º aniversário com a participação cerca de uma centena de leitores. Em breve serão anunciados os vencedores.