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terça-feira, 31 de março de 2009
Fotógrafos Man Fook e Jim Ching em Macau
Estúdio Jim Ching em Macau
Na transição do século XIX para o século XX, dois estúdios de fotografia (e respectivos fotógrafos, Jim ching e Man Fook) ocuparam lugar de destaque em Macau. A eles se deve a grande maioria das imagens daquela época. Com especial destaque para Man Fook. É dele a colecção "Levantamento Arquitectónico de Macau".
Imagens de: Blogue Grand Monde, fotografias "Colecção Ângela Camila Castelo-Branco e António Faria"
Pessanha, o cidadão
Rua Camilo Pessanha em Macau
Com o Governador Tamagnini Barbosa
Considerado por um dos governadores de Macau como “o único intelectual que vivia naquelas longínquas paragens”, Pessanha era invariavelmente convidado para participar em todos os actos públicos importantes que se passavam naquele território. Não havia acontecimento em que não estivesse presente, participando activamente com os seus discursos e intervenções. Era chamado a dar a sua opinião sobre diversos assuntos, participando assim na tomada de decisão dos sucessivos governadores. A sua morte, ao contrário de alguns depoimentos deturpadores, foi muito sentida em Macau, cidade que lhe prestou homenagem atribundo-lhe o nome de uma Rua, o seu rosto foi ainda colocada numa nota de 100 patacas - já fora de circulação - para além de lhe ter sido eregida uma estátua em 1999. A estátua em tamanho natural é da autoria de Carlos Marreiros, ergue-se no Jardim das Artes. O monumento inclui também homenagem ao companheiro inseparável de Camilo, o seu cão Arminho, foi inaugurado pelo último governador de Macau sob administração portuguesa, em Dezembro de 1999.
Pessanha, professor
apontamentos de Pessanha para as aulas
no liceu (segunda fila, primeiro da esquerda... como cão ao colo)
Inaugurou o Liceu de Macau, conjuntamente com Wenceslau de Moraes e João Pereira Vasco, em 1894. Foi professor de Filosofia (1894) Língua e Literatura Portuguesa (1896), História e Geografia (1909, 1921 a 1925). Leccionou ainda Economia Política, Direito Comercial e História da China, nos anos de 1900, 1903 e 1909, no Curso de Comércio. Segundo o testemunho de muitos dos seus alunos, era um professor que se aproximava deles, os fazia participar activamente nas aulas e fazia apelo à inteligência, secundarizando as capacidades de memorização vazia. Preparava com cuidado as suas aulas, embora, nas mesmas, saísse muitas vezes do tema para divagações que cativavam os alunos.
Camilo Pessanha, sinólogo, poeta e juíz
Com João Pereira Vasco, também professor no liceu
Pessanha teve um mestre de língua chinesa e um amigo, o sinólogo José Vicente Jorge, tradutor da Embaixada de Portugal em Pequim, Chefe da Repartição de Expediente Sínico em Macau, grande coleccionador de Arte Chinesa e autor do livro Notas sobre a Arte Chinesa, que o introduziu no conhecimento da Arte e da Literatura chinesas e com quem publicou um livro de Leituras Chinesas o Kuoc Man Kao Fo Shu.
Os seus conhecimentos de língua chinesa permitiram-lhe traduzir as Elegias Chinesas. Sobre esses mesmos conhecimentos esclarece Danilo Barreiros que Pessanha saberia cerca de 3.500 caracteres chineses. No que respeita à Arte Chinesa, Pessanha coleccionou um apreciável conjunto de peças que adquiriu durante a sua longa estada em Macau e que ofereceu a Portugal, estando agora depositadas no Museu Machado de Castro, em Coimbra.
No seu ensaio Camilo Pessanha, José Vicente Jorge e as Elegias Chinesas, escreve Danilo Barreiros: ... é de referir ter sido publicado em 7 de Fevereiro de 1915 no semanário O Progresso o seguinte convite: “O Governador da província de Macau e D. Berta de Castro e Maia têm a honra de convidar as pessoas das suas relações a visitar hoje, pelas 16 horas, no palácio do Governo, a exposição de preciosidades chinesas da colecção do Exmº. Sr. Dr. Camilo de Almeida Pessanha”. O malogrado governador Carlos da Maia, pessoa de grande cultura e bom gosto, jamais promoveria esta exposição se as peças apresentadas o não merecessem.
Pessanha foi ainda professor, juíz e poeta!
Palacete de Santa Sancha
Foi edificado em 1846 para residência do então Barão do Cercal. Posteriormente foi utilizado como casa de repouso dos padres das missões estrangeiras, como sede de uma firma comercial inglesa, como hospital de mulheres e maternidade e, finalmente, como residência do Governador... a partir de 1926. Construído no estilo neoclássico da sua época, tem a parte central da frontaria recolhida para acolher um pórtico coberto por uma varanda com balaustrada. Um frontão em arco de círculo encima essa reentrância.
Correios
saída para a distribuição em 1950
1980
O edifício sede dos correios foi inaugurado em 1929 no largo do Leal Senado. O primeiro envio directo de correio por via Aérea decorreu em 1934, enquanto que o Serviço de Correio Expresso foi lançado em 1979. A Caixa Económica Postal foi estabelecida em 1917. Em 1984, foi inaugurado o edifício da Caixa Económica Postal.
Em 1929, dois anos após assumir o papel de Operador dos Serviços de Telecomunicações, foi instalada a primeira Central Telefónica Automática, Passo-a-Passo, Siemens F1. Em 1933 os CTT / Correios de Macau foram designados para fornecer o Serviço Telegráfico. Desde então, de forma a acompanhar o desenvolvimento das tecnologias das telecomunicações e o aumento da procura, foram instalados novos equipamentos e construídas novas infra-estruturas: Cabos Submarinos a ligarem Macau às duas ilhas, em 1953; a Estação de Rádio, em 1961; as Centrais Telefónicas Ericsson AFR503, em 1974; o Feixe Hertziano a ligar a Hong Kong, em 1976 etc.
Em 1981, o Governo atribuiu a CTM, por contrato de concessão, a prestação do Serviço de Telecomunicações Públicas, facto que marcou o fim do papel de Operador dos Serviços de Telecomunicações por parte dos CTT / Correios de Macau.
A 26 de Agosto de 1933, a Estação de Rádio, instalada no segundo andar do edifício sede deu início à difusão de 2 horas de programação diária. A Rádio Macau foi fundada em 1951.
Autocarros
Os bilhetes de autocarros foram vendidos a bordo pelas bilheteiras até
1989, altura em que os autocarros começaram a operar com cobrança automática de
tarifas, i.e., os passageiros introduzem moedas numa caixa quando embarcarem
nos autocarros, ficando o condutor a cargo do controlo da caixa de dinheiro.
Os autocarros de dois andares que circularam em Macau durante os anos de
1975 até 1988
O aparecimento em Macau dos primeiros autocarros, conhecidos em chinês por
“carro livre”, remonta ao ano de 1919. Devido à falta de regulamentação muitos
comerciantes remodelaram camiões baratos para servir de autocarros. Instalaram
bancos de madeira na caixa dos veículos e colocaram uma cobertura para abrigo
do sol e da chuva.
Posteriormente, começou a aparecer um tipo de veículo fabricado para
transporte de passageiros, conhecido em chinês, por “carro para kai fong”
(vizinhos ou público). Havia, no início, apenas três veículos deste tipo, mas
poucos anos depois, o seu número aumentou para mais de 30, sendo na maioria da
marca Ford.
Como o uso dos automóveis particulares não era generalizado naquela altura,
passear no “carro para kai fong” passou a ser um dos passatempos dos cidadãos.
No apogeu do negócio, havia mais de uma dezena de companhias que operavam
“carro para kai fong”. Passados alguns anos, resultado da concorrência do
mercado, restaram apenas três companhias em operação.
A Sociedade de Transportes Colectivos de Macau (TCM) era anteriormente
conhecida como Companhia de Transporte de Passageiros entre Macau e as Ilhas. Durante os anos 1950, adquiriu
várias empresas de autocarros que serviam os moradores da Taipa e de
Coloane, começando a operar com autocarros públicos.
Em 1986, a Companhia de Transporte de Passageiros entre Macau e Ilhas foi
reestruturada passando a designar-se Sociedade
de Transportes Colectivos de Macau, S.A.R.L.
No âmbito da política de trânsito e transportes da ex-administração
portuguesa, a empresa TCM passou a
operar com autocarros públicos em Macau
e suas ilhas.
A empresa Transportes Urbanos de Macau (Transmac) era anteriormente conhecida como
Companhia de Autocarros Fok Lei. Foi fundada em 1952, tendo sido reestruturada em Julho
de 1988, mudando de nome passando Transportes Urbanos de Macau, em Julho de
1988.
Os primeiros autocarros climatizados foram importados para Macau em 1982,
circulavam principalmente entre o Terminal Marítimo do Porto Exterior e o Porto
Interior. O conforto oferecido aos passageiros foi o principal factor de
sucesso dos autocarros climatizados junto dos cidadãos. E com o desenvolvimento
de Macau, a utilização de autocarros climatizados tornou-se generalizada a partir
de 1988.
Texto de António Cambeta
segunda-feira, 30 de março de 2009
Complexo Escolar de Macau
Salas de cinema em Macau
Cinema Alegria
Cartaz de Dezembro de 1959 - Cinema Lee Cinema Nam Van (foto de António Cambeta)
Em 1893, o chamado "teatro de imagens projectadas" apareceu em Macau, sendo a forma inicial do filme. Em 1910, foi inaugurado o primeiro cinema do Território, o Cinema Vitória. Na época do auge, houve doze cinemas em Macau! Império, Alegria, Nam Van, etc...
Piscinas Municipais
Inauguradas em Junho de 1952 aquando da visita do Ministro do Ultramar, Sarmento Rodrigues, eis as Piscinas Municipais, localizada atrás do Hotel Estoril. A construção iniciou-se a 28 de Maio de 1950 (data de muita importância para o regime do Estado Novo). Era Governador o comandante Albano Rodrigues de Oliveira. Foi uma iniciativa do Leal Senado. Uma placa ali colocada assinala o início das obras e refere alguns nomes ligados ao Leal Senado: Jorge Grave Leite, Alberto Pacheco Jorge, Domingos Diogo Afonso, Manuel Nunes Vieira e Damião Rodrigues.